Nota: Se procura o arbusto, veja Mirtilo.

Mírtilo ou Mirtilo, na mitologia grega, foi o cocheiro de Enomau, rei de Pisa, responsável por sua morte, e que recebeu, como recompensa de Pélope, ser jogado de um precipício. Ele era filho de Hermes.[1][2]

Hipodâmia, filha de Enomau, era muito bonita, mas havia uma profecia segundo a qual seu pai seria morto pelo seu genro.[3] Como havia muitos pretendentes, o próprio pai instituiu uma condição para obter a sua mão: vencê-lo numa corrida de carros em que o derrotado perderia a vida.[3] Enomau — cujo cocheiro, Mírtilo, era filho do próprio Hermes — havia matado treze pretendentes de sua filha após vencê-los na corrida de quadrigas. Querendo casar-se com Hipodâmia, Pélops, filho de Tântalo,[3] (segundo algumas versões a própria Hipodâmia) [carece de fontes?] convenceu Mírtilo a substituir os contrapinos de bronze das rodas da quadriga por réplicas de cera, prometendo-lhe metade do seu reino[3] e uma noite com Hipodâmia.[4] Na corrida Enomau morreu,[1][3] e amaldiçoou Mírtilo, rezando para que ele fosse morto por Pélope.[1]

Pélope conseguiu Hipodâmia, e, acompanhado por Mírtilo, chegou a um lugar, onde foi pegar água para sua esposa, que estava com sede.[5] Mírtilo tentou violentar Hipodâmia, e quando Pélope soube,[5] jogou Mírtilo no mar, chamado de Mar Mirtoico.[3][5] Segundo Higino, Pélope assassinou Mírtilo quando este cobrou de Pélope o que ele havia prometido.[3] Segundo Pausânias, Pélope assassinou Mírtilo jogando-o do barco.[4] Mírtilo, enquanto caía, amaldiçoou a casa de Pélope.[5]

O túmulo de Mírtilo se localizava em Feneos, antigamente localizada na Arcádia; os habitantes da cidade diziam que o corpo havia sido levado até a costa pelas marés, e que eles haviam enterrado.[4] Todo ano, à noite, sacrifícios eram feitos a ele, como um herói.[4]

Em Olímpia havia um monte, chamado Taráxipo (assustador de cavalos), feito por Pélope para honrar Mírtilo, mas sem o seu corpo, porque os cavalos de Enomau foram assustados pelo truque de Mírtilo; dizia-se que os cavalos, na corrida, eram assustados por Enomau.[6] Segundo outra versão, quem assustava os cavalos era Alcatos, filho de Portaon, um dos pretendentes de Hipodâmia mortos por Enomau.[6]

Referências

  1. a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, Epítome, 2.7
  2. Pausânias, Descrição da Grécia, 8.14.10 [em linha]
  3. a b c d e f g Higino, Fabulae, LXXXIV, Enomau
  4. a b c d Pausânias, Descrição da Grécia, 8.14.11
  5. a b c d Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, Epítome, 2.8
  6. a b Pausânias, Descrição da Grécia, 6.20.7 [em linha]