A música paraense refere-se as manifestações musicais do Pará através dos últimos séculos.[1]

História editar

Carimbó editar

 Ver artigo principal: Carimbó

Surgida na zona do Salgado, o carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena que se miscigenou e recebeu outras influências das culturas africana e europeia.[1] Sua forma tradicional é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores, bem como da presença dos maracás.[2]

Até o final da década de 1950, o carimbó era visto apenas como uma manifestação do folclore, sendo que nesse mesmo período boa parte dos criadores de carimbó estavam nas cidades do interior paraense.[1]

Na década de 1970, o gênero passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, sofrendo influências do merengue e da cúmbia, com a adição de instrumentos elétricos (como a guitarra).[2] Visto até então como música marginal, o carimbó passou a ser aceito em ambiente urbano a partir de 1971, com os LPs de Pinduca, de Mestre Verequete, Mestre Cupijó e outros artistas paraenses lançados, se tornando em poucos anos uma verdadeira febre em Belém e até em outros estados brasileiros.[1] Mais tarde, influenciou novos ritmos como a lambada e o zouk.[2]

Guitarrada e Lambada editar

 Ver artigos principais: Guitarrada e Lambada

A lambada surgiu primeiro como o nome de uma música do Pinduca na década de 1970, mas o ritmo só foi criado anos depois por Manoel Cordeiro, e de cara conquistou o público com uma mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe.[3] O gênero tornou-se nacionalmente conhecido, o que impulsionou o sucesso de novos artistas, como Beto Barbosa, Márcia Ferreira e Manezinho do Sax. Com o sucesso do ritmo no Brasil, a Lambada tornou-se mundialmente conhecida na década seguinte, quando empresários franceses lançaram o grupo Kaoma, com grande repercussão no exterior e depois também no Brasil. No entanto, após a superexposição, a lambada voltou a ser um ritmo marcadamente de conhecimento regional.[3]

Já a guitarrada é um gênero musical paraense genuinamente instrumental nascido da fusão do choro, do carimbó e da cumbia além do movimento jovem guarda, entre outros. Criado por Mestre Vieira, é um ritmo cujo solista é a guitarra elétrica.[3]

Lundu marajoara editar

O lundu marajoara é uma vertente surgida na Ilha do Marajó da dança brasileira lundu, criada a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses.[4] O lundu marajoara é uma vertente surgida na Ilha do Marajó da dança brasileira lundu, criada a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses.[4] O lundu possui também influências portuguesas no que diz respeito aos movimentos de sapateados, posturas do corpo, elevação de braços acima da cabeça e marcação com os pés ao ritmo da música.

Coreografia editar

A coreografia destaca-se como a mais sensual dança folclórica paraense. A história baseia-se em um convite do homem à mulher para um encontro sexual. A dança inicia e o homem convida a dama para dançar, a princípio ela recua, mas diante da insistência do companheiro acaba por aceitar.

Siriá editar

 Ver artigo principal: Siriá

Originária de Cametá, o siriá é uma dança brasileira considerada uma expressão de amor, de sedução e de gratidão para os índios e para os escravos africanos ante um fenômeno tido como sobrenatural e milagroso.[5]

Utiliza-se dos mesmos utilizados na dança do carimbó, embora com maiores e mais variadas evoluções.[5]

Seu nome deriva de siri, influenciado pelo sotaque dos caboclos e escravos da região.[5]

Tecnobrega editar

 Ver artigos principais: Brega e Tecnobrega

O tecnobrega tem suas raízes no brega tradicional, quando se formou o movimento do gênero no Pará na década de 1980.[6] Nos anos seguintes, com a incorporação de novos elementos à sua tradição, o estado foi o berço de subgêneros como o bregacalypso, notadamente influenciado pela música caribenha.[6]

Mas foi em 2002, com a fusão com a música eletrônica, que nasceu na periferia de Belém o tecnobrega. Embora marginalizado das grandes gravadoras e dos meios de comunicação de massa, o tecnobrega criou novas formas de produção e distribuição, com suas festas das aparelhagens com DJs, produtores caseiros e venda alternativa de CDs através de camelôs, para uma difusão mais rápida das músicas e de acordo com o artista.[6][7]

Brega Pop editar

O Brega Pop é um ritmo paraense que surgiu em Belém do Pará em meados da década de 1990, refinado do brega. Tem a influência de ritmos regionais do Pará como: lambada, carimbó, guitarrada, siriá em fusão com calipso, ska, reggae e rock and roll.

Referências

  1. a b c d Costa, Tony Leão da (2008). Música do Norte (PDF). Intelectuais, artistas populares, tradição e modernidade na formação da “MPB” no Pará (anos 1960 E 1970) (Tese de Mestrado em História Social). Belém: Universidade Federal do Pará. 242 páginas 
  2. a b c «Carimbó - Música do Pará». Governo do Pará. Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2016 
  3. a b c «Guitarrada - Música do Pará». Governo do Pará. Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2016 
  4. a b «Lundu - Música do Pará». Governo do Pará. Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2016 
  5. a b c «Siriá - Música do Pará». Governo do Pará. Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2016 
  6. a b c Ronaldo Lemos e Oona Castro (2008). Tecnobrega. o Pará reinventando o negócio da música 1 ed. Rio de Janeiro: Aeroplano. 216 páginas. ISBN 978-85-7820-007-7 
  7. «Tecnobrega - Música do Pará». Governo do Pará. Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 5 de novembro de 2016 
  Este artigo sobre música é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.