Mane ibne Zaida Axaibani

Abu Alualide Mane ibne Zaida Axaibani (Abu'l-Ualid Ma'n ibn Za'ida ax-Xaibani; m. 769/770) foi um general árabe do século VIII dos xaibanitas, que serviu aos omíadas e abássidas.

Abul Ualide Mane ibne Zaida Axaibani
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Progenitores Pai: Zaida Axaibani
Ocupação Governador
Religião Islamismo

Vida editar

Sob os omíadas editar

 
Dirrã de Açafá (r. 750–754)
 
Dinar de ouro de Almançor (r. 754–775)

Mane fez parte dos xaibanitas, assentada na Jazira (Mesopotâmia Superior), e foi o primeiro membro de sua família a ascender à proeminência.[1] Entrou ao serviço do Califado Omíada, e sob patrício do poderoso governador do Iraque, Omar ibne Hubaira, foi enviado para comandar contra Abedalá ibne Moáuia em Pérsis em 746/747. Durante a Revolução Abássida, Mane retornou ao Iraque e lutou contra os abássidas no cerco de Uacite, novamente sob comando de ibne Hubaira; de fato, ele foi um daqueles que alegaram ter matado o comandante abássida Cataba ibne Xabibe Atai.[2] Ele foi poupado da execução dos líderes da guarnição de Uacite após sua rendição, tendo sido enviado a Cufa para submeter-se ao califa Açafá (r. 750–754) em nome de ibne Hubaira.[3]

Sob os abássida editar

Depois disso, Mane permaneceu escondido até 758/759, quando retorna da aposentadoria para lutar contra os rebeldes Rauandia (Rawandiyya). Ele foi bem sucedido nesta missão, garantindo-lhe o perdão total do califa Almançor (r. 754–775) e um lugar na corte.[1] Mane foi nomeado governador do Iêmen em 759/760, onde "pacificou o país brutalmente, mas com sucesso". Em 768, foi reconvocado do Iêmen e enviado para governar o Sistão. Lá, conseguiu derrotar os rebeldes carijitas locais, mas foi morto por alguns deles que se disfarçaram como trabalhadores para entrar em sua residência em Bust (769/770).[2][3]

Mane adquiriu reputação póstuma "como um guerreiro feroz, mas também por sua extrema generosidade e como um patrono de poetas, notadamente Maruane ibne Ali Háfesa, que escreveu uma famosa elegia sobre Mane". Ao menos dois de seus filhos ascenderam à proeminência: Zaida sucedeu-o no Iêmen, enquanto Xarail participou na invasão de Harune Arraxide ao Império Bizantino em 806. Foram seus sobrinhos Iázide e Amade, contudo, que sucederiam Mane em sua posição, dentro dos xaibanitas e na corte. Ambos assumiriam importantes governadorias provinciais e comandos militares, enquanto os descendentes de Iázide em particular viriam a dominar a região de Xirvão, onde mais tarde formariam uma dinastia independente (os xás de Xirvão).[3][4][5]

Referências

  1. a b Bianquis 1997, p. 391.
  2. a b Crone 1980, p. 169.
  3. a b c Kennedy 1991, p. 345.
  4. Bianquis 1997, p. 392.
  5. Crone 1980, p. 169–170.

Bibliografia editar

  • Crone, Patrícia (1980). Slaves on horses: the evolution of the Islamic polity. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52940-9 
  • Kennedy, Hugh (1991). «Maʿn b. Zāʾida». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume VI: Mahk–Mid. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-08112-7