Manuel Firmino da Costa

Manuel Firmino da Costa
Biografia
Nascimento
23 de Fevereiro de 1887
Sangalhos, Anadia
Morte
Cidadania
Alma mater
Atividade
Médico, humanista e político
Outras informações
Partido político

Manuel Firmino da Costa (Sangalhos, Anadia, 23 de Fevereiro de 1887 - São Teotónio, Odemira, 1929) foi um médico, humanista e político português.

Biografia editar

Nasceu em Sangalhos, no concelho de Anadia, em 23 de Fevereiro de 1877.[1] Estudou em Coimbra, onde se formou em medicina, com distinção.[1]

Em 1902, passou a exercer em São Teotónio, como médico municipal para o concelho de Odemira, tendo-se fixado naquela localidade, onde casou e teve filhos.[1] Além da sua carreira como médico, destacou-se pelo seu contributo para o desenvolvimento da freguesia, tendo por exemplo sido responsável pela fundação da Sociedade Recreativa São Teotoniense, em 1903.[1] Nesse ano também instituiu a Caixa Escolar Fraternidade, com o fim de fornecer alimentos e vestuário às crianças em situação mais vulnerável na freguesia, e em 1905 criou a Biblioteca Popular de S. Teotónio.[1] Foi igualmente responsável pela instalação da estação de telégrafo-postal, e criou as Festas da Ave e da Árvore, durante as quais eram apresentadas peças teatrais e realizados concertos por parte da Banda Filarmónica, como forma de apoiar financeiramente aquela organização.[1] Em 1911 estabeleceu o Sindicato Agrícola e a Caixa Agrícola de São Teotónio, que tinham como finalidade vender aos agricultores, a preços reduzidos, ferramentas, máquinas, adubos e sementes, além de conceder empréstimos e apoiar na organização dos negócios,[1] tendo também sido um dos directores daquela instituição.[2] Esta foi a segunda caixa agrícola a ser fundada em Portugal, tendo sido criada na sequência da revolução republicana, ocorrida no ano anterior.[1] Também foi devido aos seus esforços que foi trazida para a freguesia a primeira máquina debulhadora a vapor de cereais.[1]

Durante a sua permanência em Coimbra, foi exposto às ideias democráticas e republicanas, que despontaram nos finais da monarquia.[1] Foi considerado como um dos principais médicos republicanos na região do Alentejo, tendo sido responsável pela organização do Partido Republicano Português no concelho de Odemira, levando a uma vitória esmagadora do partido nas eleições municipais de 1 de Novembro de 1908.[3] Nos anos finais do período monárquico, foi nomeado como membro substituto da comissão distrital de Beja daquele partido.[3] Foi eleito como deputado pelo Partido Democrático, pelo círculo de Beja, tendo exercido entre 1915 e 1917.[1] Também se destacou como humanista.[1] Faleceu em 1929, na freguesia de São Teotónio, aos 52 anos de idade.[1]

Em 26 de Junho de 2004, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo e a Junta de Freguesia de São Teotónio organizaram um homenagem por ocasião do 75º aniversário da sua morte, tendo sido inaugurado um busto, esculpido pelo artista Fernando Fonseca, e foi descerrada uma placa toponímica, dando o seu nome a uma rua a vila.[1] Uma rua da Zambujeira do Mar recebeu igualmente o nome de Manuel Firmino da Costa.[4] O seu nome também foi colocado no reverso de uma medalha comemorativa do centenário da República Portuguesa, lançada pela Câmara Municipal de Castro Verde, invocando-o como um dos principais promotores dos ideais republicanos na região do Alentejo.[5]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n «Manuel Firmino da Costa». Câmara Municipal de Odemira. Consultado em 9 de Fevereiro de 2023 
  2. PORTUGAL. Diploma sem nome, de 7 de Outubro de 1913. Junta de Crédito Agrícola. Publicado no Diário do Governo n.º 239, de 13 de Outubro de 1913, página 3785.
  3. a b BAIÔA, Manuel. «A afirmação do Partido Republicano Português no Alentejo no ocaso da Monarquia» (PDF). Revista Portuguesa de História. p. 105, 115-116. ISSN 0870-4147. Consultado em 9 de Fevereiro de 2023 – via Universidade de Évora 
  4. «Toponímia da Zambujeira do Mar - Adenda» (PDF). Odemira: Câmara Municipal de Odemira. 26 de Fevereiro de 2014. p. 11. Consultado em 9 de Fevereiro de 2023 
  5. «medalha evocativa do Centenário da república» (PDF). O Campaniço (85). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Outubro de 2010. p. 11. Consultado em 10 de Fevereiro de 2023