Maomé ibne Calide Axaibani

Maomé ibne Calide ibne Iázide Axaibani (Muhammad ibn Khalid ibn Yazid al-Xaibani) foi um governador e general árabe do Califado Abássida, ativo nas províncias caucasianas do califado no século IX.

Maomé ibne Calide ibne Iázide Axaibani
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Progenitores Pai: Calide ibne Iázide Axaibani
Ocupação Governador
Religião Islamismo

Vida editar

 
Dinar de ouro de Mutavaquil (r. 847–861)

Maomé foi um membro dos xaibanitas, originalmente de Diar Baquir no norte da Jazira (Mesopotâmia Superior),[1] e neto de Iázide ibne Maziade Axaibani. Iázide e seus filhos estabeleceram-se a influência xaibanita sobre as províncias transcaucasianas do califado ao ocuparem repetidamente o ofício de governador (osticano) da Armênia (uma enorme província compreendendo Armênia, o Azerbaijão moderno, Ibéria e Arrã).[2] Seu pai Calide serviu no mesmo ofício não menos que quatro vezes: em 813/814, 828–832, brevemente em 841 e novamente logo depois, morrendo em ofício ca. 844.[3]

Maomé sucedeu-o em seu posto, continuando seu trabalho de supressão das várias rebeliões locais instigadas pelos príncipes muçulmanos e cristãos locais.[3] Após sua demissão retornou para seus territórios ancestrais em Diar Baquir, porém acabou sendo renomeado osticano em 857, após a supressão sangrenta de uma grande rebelião armênia por Buga Alquibir.[4] Ele recebeu o ofício novamente em 878, quando segundo Tomás Arzerúnio, ele tentou formar uma aliança com outros governantes muçulmanos locais como os caicitas para reduzir o poder ascendente do príncipe de príncipes Asócio I, o Grande (r. 856–890), mas foi derrotado e forçado a fugir do país. Foi o último xaibanita a governar a Armênia.[5]

Segundo as fontes árabes medievais, Maomé fundou a cidade de Ganja em 859/860, assim chamada devido ao tesouro descoberto ali. Segundo a lenda, o governador árabe teve um sonho onde uma voz disse-lhe que lá havia um tesouro escondido sob uma das três colinas em torno da área onde ele acampava. A voz disse-lhe para desenterrá-lo e usar o dinheiro para fundar a cidade. Ele fez isso e informou ao califa sobre o dinheiro e a cidade. O califa Mutavaquil (r. 847–861) fez-o governador hereditário da cidade sob a condição de que ele daria o dinheiro encontrado ao califa.[6]

Referências

Bibliografia editar

  • Ter-Ghevondyan, Aram (1976). Garsoïan, Nina G. (trad.), ed. The Arab Emirates in Bagratid Armenia. Lisboa: Livraria Bertrand. OCLC 490638192