Marcio Aquiles (Bocaina, 25 de janeiro de 1979) é um escritor, dramaturgo, crítico literário e teatral brasileiro. Tem dez livros publicados como autor e cinco como organizador. Em 2012, tem seu primeiro livro editado, “Delírios Metapoéticos Neodadaístas”, obra que carrega traços de diferentes idiomas, linguagens e mundos, em versos de dicção essencialmente contemporânea. Percorrendo caminhos aparentemente desconexos, os textos exploram e costuram sintaxes inesperadas, por meio de labirintos semânticos, numa ousada experimentação técnica e estilística. Sua escrita cerebral une intertextualidade, erudição e sensibilidade. Nesse mesmo ano, sua peça “Colapsos mentais e o declínio dos sistemas de produção de sentido” estreia no festival Satyrianas, com Djin Sganzerla, Augusto Marin, Juliano Dip, Nadia Berriel e Magali Geara no elenco.

Marcio Aquiles
Marcio Aquiles
Nascimento 25 de janeiro de 1979
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Escritor e crítico teatral

Em 2013, publica seu segundo livro, “O Esteticismo Niilista do Número Imaginário”, coletânea de peças curtas que colocam em diálogo o cânone literário, o conhecimento científico, os conflitos cotidianos e a angústia da existência. No prefácio para a edição, o ator e dramaturgo Ivam Cabral afirma sobre o autor que "seu vasto referencial cultural e científico acaba se transformando em suporte fundamental para a escritura de sua obra, transformando-a em um terreno fértil para o embate de ideias e conceitos que nos assolam atualmente. Sua singularidade artística, atravessando tantas áreas do conhecimento e da arte, desponta como um poderoso agente visionário do nosso teatro" [1].

No mesmo ano, sua peça “Geometria do Absurdo” estreia nas Satyrianas, sob direção de Mauricio Paroni de Castro, com Raissa Peniche, Marcelo Coelho, Marcelo Szykman, Helena Magon, Thais Simi, Livio Tassan Mangina, Sylvia Soares, Zoe Barossi e Simone Limase.

Em 2014, estreia nas Satyrianas sua peça “A Liberdade do Gozo Sob Condições Distintas de Pressão e Temperatura”, sob direção de Mauricio Paroni de Castro.

Em 2015, publica o terceiro livro, “Tipologias Ficcionais e Linguísticas”, volume composto por microcontos seguidos de vários posfácios, fazendo pastiche ao “Museu do Romance da Eterna”, do escritor argentino Macedonio Fernández. Em sua resenha [2] para a obra no jornal Folha de S.Paulo, o crítico literário Manuel da Costa Pinto aponta as relações entre o relativismo autoirônico e o sarcasmo da empreitada literária.

Também em 2015, uma primeira versão de sua peça teatral “Monólogos de um Reacionário” estreia nas Satyrianas, sob direção de Mauricio Paroni de Castro, com atuação de Marcelo Coelho. Em seguida, o espetáculo faz duas temporadas no Espaço dos Satyros, em dezembro de 2015 e entre março e abril de 2016 [3].

Na sequência, a dramaturgia da obra é publicada. Em seu prefácio para a edição, Marcelo Coelho escreve que é melhor entender o texto "como uma espécie de imã ideológico, capaz de atrair ao mesmo tempo as pérolas do conservadorismo popular e as distorções mais típicas do direitismo ilustrado" [4].

Em 2017, lança seu primeiro romance, “O Amor e outras Figuras de Linguagem”, volume que coloca em perspectiva diversos estilos ficcionais, numa trama rizomática abstrata que combina elementos distópicos, recursos metalinguísticos e devaneios sobre a percepção, propiciando várias chaves de leitura para tudo o que é descrito, narrado ou relatado.

Em 2018, lança seu sexto livro, “O Eclipse da Melancolia”, série de sonetos de matiz simbolista que versa sobre a criação do universo, a entropia, a percepção sensível da realidade, a ficção e a gramática da poesia. Em sua resenha para a obra, o crítico literário Fernando Andrade atesta que o livro “desconstrói os discursos humanos em suas ciências, em breves academias, utilizando o formato do soneto para territorializar este espaço de guerra, onde a lógica cede para o mistério, uma fabulação dos tropos que explicam até a existência humana com sua filosofia, com a biologia corporal, e também a arte, forma cambiante, de explorar a mente humana” [5].

No mesmo ano, participa com um artigo da coletânea de ensaios “Critical Articulations of Hope from the Margins of Arts Education: International Perspectives and Practices”, publicada pela prestigiada editora britânica Routledge.

É um dos curadores da mostra de filmes sobre Nicole Puzzi na Cinemateca Brasileira[6].

Em 2019, sua peça teatral “A Decadência dos Seres Não Abstratos” é encenada no FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, em Vila Nova de Gaia, Portugal. No ano seguinte, uma nova montagem do texto, dessa vez com elenco brasileiro, entra em temporada em São Paulo, na SP Escola de Teatro [7].

Em 2020, publica seu sétimo livro como autor, “A Odisseia da Linguagem no Reino dos Mitos Semióticos”. Em sua resenha para a obra, o professor Agnaldo Rodriques ressalta: “O sujeito lírico dos poemas desafia o mundo linguístico que, na tentativa de explicar a essência do mito, poetiza, já que o mundo circular da poesia é o único capaz de apreender uma essência e traduzi-la em imagens harmoniosamente conjugadas. Tal circularidade é o vetor de significados, potencializando sentidos, como uma célula pronta a explodir e se expandir pelo espaço, a exemplo do Big Bang"[8]".

No mesmo ano, organiza, ao lado de Alexandre Mate, o volume “Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo e na Grande São Paulo: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações em Processos de Lutas e de Travessias” [9], publicação que faz um registro documental com textos de 194 coletivos da região metropolitana e artigos que abordam o sujeito histórico teatro de grupo.

Em 2021, publica o livro "A Cadeia Quântica dos Nefelibatas em Contraponto ao Labirinto Semântico dos Lotófagos do Sul", obra "aberta ao devaneio e a tentativas de problematizações formais e semânticas do poema", segundo o autor, em entrevista ao jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado [10].

No mesmo ano, recebe o Prêmio Biblioteca Digital, organizado pela Biblioteca Pública do Paraná, pelo romance "Artefato Cognitivo nº 7√log5ie" [11]. Em 2022 a obra é editada pela Urutau.

Em 2023, publica o livro "Memórias do Cine Bijou", com entrevistas de artistas, críticos e acadêmicos sobre o cinema de arte de São Paulo que foi ponto de encontro de movimentos de resistência à Ditadura Militar entre os anos 1960 e 1980 [12].

Em outubro do mesmo ano, publica, ao lado de Alexandre Mate, Elen Londero e Ivam Cabral, o livro "Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações Cênicas no Estado de São Paulo" [13].

Em dezembro de 2023, recebeu o 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp, “como forma de reconhecimento de sua distinta trajetória profissional” [14].

Tem formação acadêmica multidisciplinar: doutorando em artes cênicas na Universidade de São Paulo; mestre em divulgação científica e cultural pela Unicamp, com pesquisa sobre a crítica literária contemporânea; bacharel em estudos literários também pela Unicamp; engenheiro de materiais pela UFSCar.

Marcio Aquiles é coordenador de projetos internacionais na SP Escola de Teatro, membro da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e integra também a Associação Internacional de Críticos de Teatro (IACT-AICT).

Livros editar

Como autor editar

  • 2012 - Delírios Metapoéticos Neodadaístas (7 letras)
  • 2013 - O Esteticismo Niilista do Número Imaginário (É Realizações)
  • 2015 - Tipologias Ficcionais e Linguísticas (Giostri)
  • 2016 - Monólogos de um Reacionário (Giostri)
  • 2017 - O Amor e outras Figuras de Linguagem (Giostri)
  • 2018 - O Eclipse da Melancolia (Patuá)
  • 2020 - A Odisseia da Linguagem no Reino dos Mitos Semióticos (Primata)
  • 2021 - A Cadeia Quântica dos Nefelibatas em Contraponto ao Labirinto Semântico dos Lotófagos do Sul (Urutau)
  • 2022 - Artefato Cognitivo nº 7√log5ie (Urutau)
  • 2023 - A Queda Ontológica do Androide Místico (Primata)

Como organizador editar

  • 2020 - Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo e na Grande São Paulo: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações em Processos de Lutas e de Travessias (Lucias)
  • 2021 - Epopeia dos Seres Selvagens, Loucos e Animais (Giostri)
  • 2022 - Entre o nada e o infinito – Crônicas, reflexões e memórias digitais de Ivam Cabral (Giostri)
  • 2023 - Memórias do Cine Bijou (Lucias)
  • 2023 - Teatro de grupo em tempos de ressignificação: criações coletivas, sentidos e manifestações cênicas no estado de São Paulo (Lucias)

Teatro editar

Como dramaturgo editar

  • 2012 - Colapsos mentais e o declínio dos sistemas de produção de sentido, com direção de Augusto Marin, encenada na SP Escola de Teatro.
  • 2013 - Geometria do Absurdo, com direção de Mauricio Paroni de Castro, encenada na SP Escola de Teatro.
  • 2014 - A Liberdade do Gozo Sob Condições Distintas de Pressão e Temperatura, com direção de Mauricio Paroni de Castro, encenada na SP Escola de Teatro.
  • 2015/2016 - Monólogos de um Reacionário, com direção de Mauricio Paroni de Castro, encenada no Espaço dos Satyros.
  • 2016 - Círculo de Ofensas Elogiosas, com direção de Mauricio Paroni de Castro, encenada na SP Escola de Teatro.
  • 2019 - A Decadência dos Seres não Abstratos, com direção de Luisa Pinto, encenada no Armazém 22, Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • 2020 - A Decadência dos Seres não Abstratos II, com direção de Luisa Pinto e Higor Lemo, encenada na SP Escola de Teatro.

Prêmios editar

  • Prêmio Biblioteca Digital 2021 - Categoria Romance: Artefato Cognitivo nº 7√log5ie [15].
  • Prêmio Especial APCA 2021: Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo e na Grande São Paulo: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações em Processos de Lutas e de Travessias.[16]
  • 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp 2023

Referências

  1. Marcio Aquiles, O Esteticismo Niilista do Número Imaginário, p. 17, Editora É Realizações, 2013.
  2. Manuel da Costa Pinto, Coletânea de livros fica entre relativismo autoirônico e tiração de sarro, Folha de S.Paulo, 23 de maio de 2015.
  3. Gustavo Fioratti, Marcelo Coelho vive fascista do dia a dia em Monólogos de um Reacionário, Folha de S.Paulo, 8 de março de 2016.
  4. Marcio Aquiles, Monólogos de um Reacionário, p. 13, Editora Giostri, 2015.
  5. Fernando Andrade, Livro de poemas O Eclipse da Melancolia (a)posta no soneto uma resposta à criação imaginada, Ambrosia, 2018.
  6. Musa da Pornochanchada, Nicole Puzzi ganha mostra na Cinemateca.
  7. Miguel Arcanjo Prado, Drama metafísico, A Decadência dos Seres Não Abstratos pode ser visto em SP.
  8. Agnaldo Rodrigues, Uma viagem no reino dos mitos semióticos, Top Magazine, 2020.
  9. Alexandre Mate e Marcio Aquiles (org.), Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo e na Grande São Paulo: Criações Coletivas, Sentidos e Manifestações em Processos de Lutas e de Travessias, Lucias, 2021.
  10. Miguel Arcanjo Prado, Gosto de desafiar o leitor, diz escritor Marcio Aquiles ao lançar décimo livro, Blog do Arcanjo, 2021.
  11. Miguel Arcanjo Prado, Romance de Marcio Aquiles vence Prêmio Biblioteca Digital, Blog do Arcanjo, 2021.
  12. Vicente Vilardaga, Cine Bijou volta a ser referência em São Paulo e livro relembra a sua história, Folha de S.Paulo, 2023.
  13. Diogo Bachega, Livro gratuito cataloga grupos de teatro do interior e do litoral de São Paulo, Folha de S.Paulo, 2023.
  14. Em sua primeira edição, Prêmio Egresso Destaque contempla 30 ex-estudantes, Folha de S.Paulo, 2023.
  15. Biblioteca Pública do Paraná, Vencedores do Prêmio Biblioteca Digital 2021.
  16. Cinema, música, literatura e mais: Prêmio APCA celebra os melhores de 2021 nas artes, O Globo, 1 de março de 2022.