Massacre de Catavi

Massacre de grevistas em 1942

O Massacre de Catavi foi um massacre de mineiros grevistas por forças do governo boliviano na mina de Catavi em 21 de dezembro de 1942. O relatório oficial indica que houve 19 mortos e 400 feridos, enquanto estimativas dos próprios trabalhadores relataram até 400 mortes.[1]

Antecedentes editar

O movimento dos trabalhadores obteve alguns ganhos políticos nominais no final da década de 1930 como resultado da mudança política após a Guerra do Chaco de 1932-1935. Os partidos políticos de esquerda tomaram o lugar de algumas das forças conservadoras tradicionais no Congresso boliviano, mas o governo do presidente Enrique Peñaranda continuou a aderir a políticas conservadoras.[2]

Uma lei estabelecendo o direito à negociação coletiva foi aprovada pelo governo de Germán Busch, mas a mudança percebida pelo governo nas questões trabalhistas não seria testada até a greve dos mineiros de 1942.[1] A Bolívia havia entrado formalmente na Segunda Guerra Mundial ao lado das Potências Aliadas após o ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941. Assim, governo de Peñaranda considerava que as greves em tempos de guerra representavam uma interrupção inaceitável da produção boliviana para os Estados Unidos.

Massacre editar

Quando os mineiros da Siglo XX e de Catavi apresentaram uma petição exigindo um aumento de 100% nos salários em 1942, a administração se recusou a negociar e os líderes sindicais dos mineiros convocaram uma greve. O governo então prendeu todos os dirigentes sindicais e assassinou sete mineiros que protestavam contra a prisão dos dirigentes sindicais.[1] Em resposta, 7.000 mineiros entraram numa greve de cinco dias, de 15 de dezembro de 1942 a 20 de dezembro de 1942.[1] Quando os mineiros começaram a marchar em direção aos escritórios da administração em 21 de dezembro de 1942, os militares bolivianos cercaram a multidão e atiraram por seis horas.[1]

O balanço oficial é de 19 mortos e 400 feridos, enquanto estimativas dos próprios trabalhadores chegam a 400 mortos.[1]

Consequências editar

O massacre resultou em uma ruptura aberta nas relações já deterioradas entre Peñaranda e os partidos reformistas moderados e radicais dentro do Congresso boliviano. O Congresso iniciou uma moção de censura após o Massacre de Catavi. A moção foi rejeitada por um único voto.[2]

Notas de rodapé editar

  1. a b c d e f Nash 1993, p. 41.
  2. a b Klein 1971, pp. 36–37.

Referências editar

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Catavi massacre».