Massagem tântrica

Massagem tântrica é um estilo de massagem que tem como base o Tantra, que é uma filosofia surgida em 2500 a.C., cuja origem nasceu na cultura Drávida, povo que vivia no vale do Rio Indo, onde hoje é conhecido como Paquistão. Tem suas raízes no Tantra Yoga.

O Tantra é uma filosofia, comportamental, de princípios matriarcais, sensoriais e desrepressores. Suas meditações, práticas e vivências levam ao despertar e ascender a energia Kundalini, que é a energia vital que dá movimento à vida e consequentemente todos os processos energéticos, emocionais, mentais e fisiológicos dos indivíduos. Considera-se a ascensão da Kundalini nascendo na região pélvica (chakra básico) e subindo pela coluna vertebral até o topo da cabeça (chakra primário).

A massagem tântrica busca refinar a sensibilidade, no intuito de expandir e intensificar a sensação orgástica, encadeando diversos agrupamentos musculares na reação bioelétrica do orgasmo.[1] Não só isso, alguns tipos dessa massagem também buscam tonificar e fortalecer os músculos genitais de homens e mulheres, a fim de proporcionar uma maior sustentação de bioenergia.

Esse trabalho de intensificação do orgasmo possui um efeito terapêutico - energizando os chakras e regulando a produção hormonal - além de um efeito meditativo, de expansão da consciência e da percepção. Não deve ser confundido, porém, com o sexo tântrico - chamado, em sânscrito, de Maithuna - ou sexo de qualquer natureza. A massagem, embora lide com a energia sexual, propõe uma quebra de paradigmas e conceitos ligados a sexualidade que, efetivamente, não poderia acontecer em uma relação sexual comum, embora não haja nenhuma citação nos textos tântricos originais.

Apesar de utilizar o termo "massagem", ela na verdade não possui ligação direta com a terapia por massagem, possuindo técnicas, filosofias, objetivos e origens diferentes da massoterapia. Portanto a nível de classificação internacional, a " massagem tântrica "não é reconhecida com uma massagem propriamente dita, mas apenas vista como terapia alternativa corporal, não pertencendo aos métodos utilizados por massoterapeutas no Brasil ou no exterior.

No Brasil editar

A partir dos anos 90 o brasileiro Deva Nishok criou o Centro Metamorfose, para aplicar o método que leva seu nome, a partir de ideias inspiradas na filosofia do guru indiano Rajneesh Osho.[1]

Por volta do ano de 2005, a influência de Rajneesh Osho chegou com grande força no Norte e Nordeste do Brasil, desta vez surgia neste cenário o terapeuta Rogério Lima, à frente do Templo Ashima, rede Cantinho Zen, o qual passou a propagar a cultura tântrica, Rogério Lima desenvolveu seu método próprio, Tântrica Extreme, tornando-se a maior referência da região e um dos grandes nomes no Brasil.[2]

Outro discípulo de Osho, que também fez história no Tantra no Brasil, é o Argentino Gabriel Saananda que está a frente e coordena até hoje o espaço Companhia do Ser.[carece de fontes?]

Um espaço terapêutico que hoje segue como referência os ensinamentos do mestre Osho e de Gabriel Saananda, é o Espaço Pulso de Vida em São Paulo-SP, reforçando os trabalhos do Neotantra aliado a visão da Anatomia emocional.[carece de fontes?]

Em 2018, a Terapêutica Tântrica atinge um marco importante, quando o casal de brasileiros Prem Gurutama e Daricha Sundari, através de um convênio de cooperação técnica entre o Instituto-Escola ATMAN Consciência & Tantra e a Faculdade JK, em Brasília, criaram a primeira Pós-Graduação em Sexualidade Humana com ênfase na Terapêutica Tântrica do mundo, curso reconhecido pelo MEC, como um movimento de vanguarda no sentido de buscar o desenvolvimento das meditações e da massagem tântrica como método terapêutico no meio científico e acadêmico.[carece de fontes?]

No dia 22 de maio de 2020 é fundada a Associação Brasileira de Terapeutas Tântricas e Tântricos - ABRATANTRA, A ABRATANTRA propõe-se a apoiar as terapeutas tântricas através da regulamentação, informação, promoção de conhecimentos e competências para o exercício profissional qualificado, eficiente e com responsabilidade social. Contando com mais de uma centena de profissionais que atuam sob um Código de Conduta Profissional de Terapeutas Tânttricas e Tântricos, que estabelece conceitos, valores, áreas de atuação, direitos e deveres dos profissionais e direitos dos clientes e interagentes.[3]

A terapêutica tântrica é entendida como um conjunto de práticas e saberes com finalidade terapêutica que visam a promoção da saúde, autonomia, bem-estar, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e desenvolvimento humano; bem como o ensino, estudo e pesquisa dos métodos e procedimentos da terapia tântrica, que incluem, entre outras, técnicas corporais, energéticas, meditativas, psicoemocionais, práticas integrativas com finalidade terapêutica, bem como voltada ao ensino, estudo e pesquisa, fundamentadas nos conhecimentos da sexualidade e na visão milenar do Tantra.[4]

A Terapêutica Tântrica não envolve a interação sexual entre terapeutas e interagentes, participantes e/ou alunas em processo formativo e centra-se no autoconhecimento do Ser e busca facilitar a liberdade, autonomia e responsabilidade, proporcionando saúde e bem-estar no seu desenvolvimento humano.[4]

O autoconhecimento na Terapêutica Tântrica pressupõe um processo de mudança psicoemocional, física e energética, e envolve não só as interagentes, participantes e/ou alunas em processo formativo, mas também um conjunto de outras dimensões, como a família, o trabalho e a própria vida em sociedade.[4]

Ver Também editar

Referências

  1. a b Bruno Torturra Nogueira (15 de dezembro de 2010). «Juntos chegaremos lá». Revista Trip. Consultado em 16 de dezembro de 2014 
  2. Market Will, Jhonn (4 de novembro de 2015). «Massagem Tântrica Universo Axé». Programa Universo Axé - TV Aratu - SBT. Consultado em 12 de novembro de 2017 
  3. «ABRATANTRA - Associação Brasileira de Terapeutas Tântricas». Consultado em 30 de novembro de 2021 
  4. a b c «Terapêutica Tântrica - Abratantra». Consultado em 30 de novembro de 2021