Mauricio Beuchot

filósofo mexicano


Hardie Beuchot Mauricio Puente (Torre, Coahuila, México, 4 março 1950) é um filósofo mexicano, reconhecido como um dos principais filósofos contemporâneos da América Latina.

Hardie Beuchot Mauricio Puente
Mauricio Beuchot
Nascimento 04 de abril de 1950
Torre, Coahuila, México
Nacionalidade Mexicana
Ocupação Filósofo

Biografia editar

Autor de mais de 40 livros que tratam de filosofia medieval e Nova Espanha, filosofia da linguagem, filosofia analítica, estruturalismo e, antes tudo, hermenêutica.

E fundador da chamada Analogia Hermenêutica, reconhecido como um inovador do campo, com sua proposta hermenêutica analógica.

Desde 1985, ele é um pesquisador líder "C" de tempo integral do Instituto de Pesquisa de Filologia, IIFL, dá Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM.

Desde 1990 é membro da Academia Mexicana de História, e desde1997, membro da Academia Mexicana da Língua, em 1999, tornou-se membro da Academia Pontifícia de São Tomás de Aquino.

E "doutor honoris causa" pela Universidade Anahuac del Sur.

Atualmente é Coordenador do Seminário de Pesquisa Hermenêutica do Instituto de Filologia da UNAM.

Carreira editar

De 1961 a 1973, Mauricio Beuchot estudou no Centro de Estudos da Ordem dos Pregadores, no México, com foco de estudos nas humanidades clássicas, incluindo grego, latim e filosofia escolástica.

Em 1976 obtém o grau de Bacharel em Filosofia no Instituto Autônoma do Oeste, hoje, Universidade del Valle de Atemajac. Recebeu seu doutorado em filosofia em 1980, pela Universidade Ibero Americana, UIA, com a tese: "Sobre o problema dos universais em filosofia analítica e metafísica tomista", 1981.

Ele participou também dos estudos "história do pensamento", filosofia aristotélica e medieval na Universidade de Freiburg em Suíça.

Tem sido um parceiro e diretor de várias publicações em nível nacional e internacional, bem como autor de mais de 250 ensaios filosóficos e históricos. Entre suas colaborações mais notáveis podem ser mencionados :

Jornal de Filosofia na Universidade Ibero Americana (1980-1991), diretor do "Analogia" revista filosófica (1987 -), revista "Semiosis" na revista Justiça e Paz. Jornal de Direitos Humanos (1992 -), membro do conselho editorial da revista "Morphe" (1994-), membro do conselho editorial da revista "Educação" e do conselho editorial do anuário "Saber" da Nova Espanha.

Desde Janeiro de 1995, é membro do conselho editorial da revista "Dianoia", Instituto de Pesquisa Filosófica da UNAM, a Revista "Espanhola" de filosofia medieval, Universidade de Zaragoza, Espanha, assuntos Novahispania, UNAM, Conselho Olá editora Revista "Logos", Universidade La Salle, México, e do conselho editorial da revista "Semiótica", Jornal da Associação Internacional de Estudos Semiótica, Berlim.

Membro do conselho editorial da revista "História", México, e da Diretoria Executiva dos tópicos de diário, Universidade Panamericana, México.

Desde 1997, é membro do conselho editorial dos periódicos Seminários em Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Chile, Santiago do Chile, do Sistema Nacional de Pesquisadores (SNI) desde julho de 1985, e desde 1990, membro de pleno direito da Academia Mexicana de Historia, correspondente da Real Academia de la Historia española com sede em Madri, ocupando a cadeira 25

Em 1991, ele tornou-se um pesquisador em tempo integral no Instituto de Filologia da UNAM e é fundador do Seminário de Hermenêutica, que promove estudos na hermenêutica, teoria e prática, em vários campos do conhecimento, como filosofia, psicologia e direto, história, etc.[1][2]

Pensamento editar

Proposta analógico para a hermenêutica, de Mauricio Beuchot. A proposta de hermenêutica analógica surge a partir do Congreso Nacional de Filosofía, realizado na cidade de Cuernavaca, em Morelos, México, em 1993. Influenciado pelo argentino-mexicano Enrique Dussel, e o chamado método analéctico, para posteriormente, retomar ideias da analogia em Charles Peirce. Mauricio Beuchot propõe um projeto hermenêutico inovador e original, denominado hermenêutica analógica, hermenêutica analógico-icônica.

A hermenêutica analógica se estrutura como intermediária entre a univocidade e a equivocidade. A univocidade tende a identidade entre o significado e sua aplicação, é uma ideia positivista forte que pretende possuir objetividade. Por exemplo, a hermenêutica de Emilio Betti. Enquanto a equivocidade é a diferença de significado e de aplicação, tende ao relativismo e ao subjetivismo, por exemplo a filosofia de Richard Rorty. A hermenêutica analógica trata de evitar posturas extremas, abrindo a margem das interpretações, hierarquizando-as de uma maneira ordenada, de modo que exista uma interpretação que seja o análogado principal e outras interpretações que sejam análogados secundários. Assim Mauricio Beuchot propõe uma postura moderada, que recupera a noção aristotélica da "Frónesis", e pode apresentar- se como a interpretação de textos que permite uma postura nem equivocista, nem univocista, prudente em um ponto médio. [3]

A incomensurabilidade de paradigmas e o relativismo fecham as portas para o diálogo, o respeito e a convivência, é necessário resolver esse solipsismo. Com sua hermenêutica analógica, Beuchot tenta abrir caminho para o diálogo, ou seja, restabelecer pontos de contato e convergência, pontos de acordo, que rompam a referida incomensurabilidade

O logos permite ao homem dizer algo sobre o mundo, há limites, inegavelmente, mas esses limites não paralisam esse esforço O falar humano não é um mero palavrório vazio, mas aponta para o ser. Toca a verdade, o ser, e o falar funda sentidos e modos de vida. Independente de atingir o ser, o falar pode fundar sentidos, formas de vida porque é linguagem, através da qual se difunde a compreensão do mundo, se correta, real ou irreal.[2]

A hermenêutica analógica aponta para uma eticidade que cobre todas as dimensões humanas. Se a analogia é possível, se é possível referir-se ao ser, a partir da analogia, apontar para o ser, também é possível comprometer-se e definir- se pela palavra. Beuchot vai ao nível da tomada consciência do poder operativo, do compromisso ético que "o falar, o dizer" inclui. Mauricio Beuchot reconhece que a linguagem é uma ferramenta limitada e, às vezes, falha, no entanto, também reconhece que a linguagem pode tocar na verdade, no ser e, além disso, a fala cria sentidos. Cabe recuperar o papel ativo de voz, do verbo, que implica ação. Isso tem sido esquecido e produziu uma série de distúrbios no mundo da vida. A linguagem por si só tem o poder de estabelecer modos de vida, porque a língua é o meio pelo qual se difunde e expressa a compreensão que temos do mundo. Beuchot afirma a hermenêutica analógica-icônico como uma questão de experiência e ética que abrange todas as dimensões humanas, incluindo a linguagem.[2]

Debates acadêmicos editar

Ele acredita que o pós-modernismo com noções de assunto ou história não só deve ser criticada, mas deve propor novas formas de compreender estas noções, partindo de uma hermenêutica analógica, contra todos univocismo e equivocismo.

Entre as posições que criticou e filósofos com os quais dialogou, estão Paul Ricoeur em 1987, em Granada, na Espanha; Karl-Otto Apel na Universidade Ibero Americana, em 1991; Emerich Coreth, em 1996, na Pontifícia Universidade do México; e Gianni Vattimo em 2004, etc.

Por sua vez, tem estado em contato com um grande grupo de humanistas, filósofos e historiadores do México e da Espanha, que lhe permitiram desenvolver uma proposta mais abrangente e concisa de hermenêutica. Podemos destacar Ricardo Blanco Beledo, Napoleon Conde Gaxiola, Luis Eduardo Primeira Rivas, Santiago Guervós, Maria Rosa Palazón, entre outros.

Em 2004, Maurício Beuchot debateu com o filósofo italiano Gianni Vattimo, em reunião realizada na Aula Magna da Faculdade de Letras da UNAM.

Vattimo, um especialista da hermenêutica, aceita a ideia de uma hermenêutica analógica no contexto do pensamento débil, que evitará a interpretação ou reivindicações da metafísica e os pensamentos "objetivos".

Ele também levanta algumas observações sobre a hermenêutica analógica e o seu desenvolvimento. Essa discussão está presente nos livros "Hermenêutica analógico e hermenêutica débil" e "Hermenéutica analógica y crisis de la modernidad".

Entre os pensadores mexicanos que difundiram a hermenêutica no México, destacam-se Armando Suárez, traduziu o livro de Paul Ricoeur " Freud, uma interpretação da cultura", Felipe Flores, Roberto Castro, Miguel Kolteniuk, Miguel Ángel Zarco, Gloria Pardo, Ricardo Sánchez Puente, Jorge Iñiguez, Gabrel Chico e Jesús Herrera Aceves[1][4]

Obras editar

  • Sobre el problema de los universales,1981
  • La lógica mexicana del siglo de oro,1985
  • Pensamiento y realidad en fray Alonso de la Vera Cruz, 1987
  • Hermenéutica, lenguaje e inconsciente. México, Universidad Autónoma de Puebla, 1989.
  • Introducción a la filosofía de Santo Tomás de Aquino. México, UNAM, 1992, 2000. (2a ed.)
  • La esencia y la existencia en la filosofía escolástica medieval. Su repercusión en la filosofía analítica actual. México, UNAM, 1992.
  • Historia de la filosofía en el México colonial. México, Herder, 1996.
  • 1997: Tratado de Hermenéutica Analógica. México, Facultad de Filosofía y Letras (UNAM) / Ítaca, 2009. (4a ed.)
  • 1997: Perfiles esenciales de la hermenéutica. México, Fondo de Cultura Económica / Instituto de Investigaciones Filológicas (UNAM), 2008.
  • Las caras del símbolo: el ícono y el ídolo. Madrid, Caparrós, Col. Espirit, 1999.
  • 2002: Universalidad e individuo. La hermenéutica analógica en la filosofía de la cultura y en las ciencias humanas.
  • Hermenéutica analógica y del umbral. Salamanca, San Esteban, 2003.
  • Hermenéutica analógica. Aplicaciones en América Latina. Bogotá, El Búho, 2003.
  • El ser y la poesía. El entrecruce del discurso metafísico y el discurso poético. México, Universidad Iberoamericana, 2003.
  • Hermenéutica, analogía y símbolo. México, Herder, 2004.
  • Antropología filosófica. Hacia un personalismo analógico-icónico. Madrid, Fundación Emmanuel Mounier, 2004.
  • Ética. México, Torres Asociados, 2004.
  • La semiótica: Teoría del signo y el lenguaje en la historia. México, Fondo de Cultura Económica, 2004.
  • En el camino de la hermenéutica analógica. Salamanca, San Esteban, 2005.
  • Interculturalidad y derechos humanos. México, UNAM / Siglo XXI, 2005.
  • Puentes hermenéuticos hacia las humanidades y la cultura. México, Ediciones Eón, Universidad Iberoamericana, 2006.
  • Filosofía Política. México, Torres Asociados, 2006.
  • Hermenéutica analógica y hermenéutica débil Con Gianni Vattimo y Ambrosio Velasco. México, UNAM, 2006.
  • Compendio de hermenéutica analógica. México, Torres Asociados, 2007.
  • Temas de ética aplicada. México, Torres Asociados, 2007.
  • Hermenéutica analógica, símbolo, mito y filosofía. México, Cuadernos del Seminario de Hermenéutica I, IIFL, UNAM, 2007.
  • Phrónesis, analogía y hermenéutica. México, UNAM, 2007.
  • Facetas del pensamiento colonial mexicano. México, Cuadernos del Seminario de Cultura Mexicana, 2008.
  • Hermenéutica analógico-icónica y teología. Bogotá, Pontificia Universidad Javeriana, 2008.
  • Microcosmos. El hombre como compendio del ser. México, Universidad Autónoma de Coahuila, 2009.
  • Hermenéutica analógica, símbolo y ontología. México, Universidad Autónoma del Estado de México, 2010.
  • La hermenéutica analógica en la historia. San Miguel de Tucumán, Argentina: UNSTA, 2010.
  • Retóricos de la Nueva España (2a ed.). México, IIFL, UNAM, 2010.
  • Metáforas de nuestra vida. Antropología e interpretación Huelva (España), Hergué/Ceasga, 2011.
  • Filosofía y lenguaje en la Nueva España. México, IIFL, UNAM, 2011.
  • Hermenéutica, analogía y ciencias sociales. Saarbrücken (Alemania), Editorial Académica Española, 2011.
  • La filosofía en México. Problemas teóricos e históricos. México, UNAM, 2011.
  • Belleza y analogía. Una introducción a la estética. México, San Pablo, 2012.
  • Ordo analogiae. Interpretación y construcción del mundo. México, IIFL, UNAM, 2012.
  • Historia de la filosofía medieval. México, Fondo de Cultura Económica, 2013.

[5][6]

Referências

  1. a b [1] Wikipédia espanhol, Mauricio Beuchot
  2. a b c [2] Ensaystas, Beuchot
  3. [3] Ensayistas, Beuchot
  4. [4] Ensayistas, Mauricio Beuchot
  5. [5] Mauricio Beuchot, wikipédia espanhol
  6. [6] Ensaystas, Mauricio Beuchot