Maximiano Lemos

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Maximiano Augusto de Oliveira Lemos Júnior (Régua, 8 de agosto de 1860Vila Nova de Gaia, 6 de outubro de 1923) foi um professor universitário e médico, docente da cadeira de História da Medicina, que exerceu o cargo de director da Faculdade de Medicina e de vice-reitor da Universidade do Porto.[1] Notabilizou-se como investigador da História da Medicina em Portugal.[2][3][4]

Maximiano Lemos
Maximiano Lemos
Nascimento 8 de agosto de 1860
Peso da Régua
Morte 6 de outubro de 1923
Vila Nova de Gaia
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação médico

Biografia editar

Maximiano Augusto de Oliveira Lemos Júnior nasceu na paróquia de São Faustino de Peso da Régua. A 12 de outubro de 1875 matriculou-se na Academia Politécnica do Porto, onde frequentou as cadeiras de de Química, Física, Zoologia e Botânica, que ao tempo constituíam os estudos preparatórios para as escolas médicas. Aprovado nos exames daquelas cadeiras, a 30 de setembro de 1876, com 16 anos de idade, inscreveu-se no primeiro ano da Escola Médico-Cirúrgica do Porto.[2] Naquela escola médica concluiu o curso de Medicina e Cirurgia com a defesa da respetiva dissertação em 16 de julho de 1881.

Iniciou a sua carreira médica no Posto Médico-Cirúrgico do Porto e no ano seguinte, depois de ponderar uma carreira académica na Academia Politécnica do Porto, iniciou uma carreira de médico militar no Exército Português, ingressando como cirurgião-ajudante em Estremoz em 1883, com posteriores passagens pelo Porto e Pinhel e ascendendo às categorias de cirurgião-mor e de tenente-coronel. Paralelamente, em 1889 iniciou uma carreira académica ao ocupar uma vaga de lente substituto da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, ascendendo em 1895 ao cargo de lente proprietário da cadeira de Medicina Legal. Entre 1895 e 1900 regeu a cadeira de Patologia Geral, cadeira onde era leccionada a matéria referente à História da Medicina. Em 1916, foi-lhe atribuída a regência da cadeira de História da Medicina, acabada de criar, que assegurou até à data do seu falecimento.[2]

Homem dado às Letras, leitor atento dos escritores portugueses, relacionou-os com a Medicina, o que o levou por fim à História da Medicina, área em que se notabilizou. Ao longo da sua carreira académica, foi director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (1918-1922) e vice-reitor da Universidade do Porto (1921). Foi redactor dos Arquivos de História da Medicina Portuguesa, da Gazeta dos Hospitais do Porto e da Gazeta Médica do Porto.

Foi sócio efectivo da Sociedade de Medicina Cirúrgica do Porto, a que presidiu, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia de Medicina da Bahia, da Sociedade Alemã de História da Medicina (hoje a Deutsche Gesellschaft für Geschichte der Medizin, Naturwissenschaft und Technik e.V.) e da Academia das Ciências da Saxónia em Leipzig (a Sächsische Akademie der Wissenschaften zu Leipzig). Foi ainda sócio da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais.

A Universidade do Porto lembra o Professor Maximiano Lemos com o Museu de História da Medicina Maximiano Lemos, sede do ensino da disciplina de História da Medicina, centro de investigação médico-histórica e importante arquivo de património médico português.[5]

Obras editar

Maximiano Lemos notabilizou-se como investigador da História da Medicina em Portugal, sendo autor, entre muias outras obras, das seguintes publicações:[1]

  • Anuário dos Progressos da Medicina em Portugal (1884)
  • História da Medicina em Portugal – Doutrinas e Instituições (1899)
  • Amato Lusitano – a sua vida e a sua obra (1907)
  • Zacuto Lusitano – a sua vida e a sua obra (1909)
  • Ribeiro Sanches – a sua vida e a sua obra (1911)
  • Camilo e os Médicos (1915-1921)
  • História da Medicina Peninsular (1916)
  • Gomes Coelho e os Médicos (1922)
  • História do Ensino Médico no Porto (1925)

Referências editar

Ligações externas editar