Um mesopredador é um predador de porte médio que está no meio da cadeia trófica, [1] e tipicamente predam pequenos animais. Geralmente são onívoros e são predados pelos superpredadores, que regulam a abundância de suas populações.

Exemplo de superpredador. Onça pintada.

Liberação de mesopredadores editar

 
O gambá é um mesopredador.

Alguns estudos sustentam a hipótese, de que se um predador de topo for retirado de um determinado ecossistema, o número das populações de suas presas aumentará drasticamente.[2]Consequentemente essas presas atuarão com forte pressão de predação. Isso desencadeará uma cascata trófica, pois acarretará a escassez na abundância das presas destes segundos predadores, o que levará a comunidade ao desequilíbrio.[3] Para esse fenômeno damos o nome de liberação de mesopredadores.

Um exemplo clássico de liberação de mesopredadores é o que aconteceu no lago Guri na Venezuela. Com a implantação de uma usina hidrelétrica, houve a formação de pequenas ilhas, cujo tamanho não permitia a existência de um predador de topo. Estudos realizados pelo pesquisador John Terborgh e sua equipe demonstraram que esses predadores, como onças e as harpias ou mesmo parasitóides especializados, eram espécies-chave, por manter o equilíbrio na cadeia trófica. Na ausência desses animais as ilhas foram totalmente dominadas pelas suas presas, visto que algumas ilhas foram dominadas por bugios e outras por formigas saúvas. Logo, nestes locais dominados por herbívoros, a vegetação sofreu forte pressão de predação, e somente as espécies mais resistentes conseguiram sobreviver. Com essas mudanças no funcionamento da floresta, a diminuição da serrapilheira e o desaparecimento do sub-bosque, devido ao pastejo, foram comuns. Isso desencadeou a extinção local de diversas espécies.[2]


Exemplos editar

Estes são alguns dos mesopredadores mais conhecidos.

Referências

  1. Groom, Martha; Meffe, Gary (5 de agosto de 2005). Principles of Conservation Biology. [S.l.]: Sinauer Associates, Inc. ISBN 978-0878935970. Consultado em 1 de fevereiro de 2015 
  2. a b Terborgh. J., Lopez, L. Nuñez, P.V.,Rao. M., Shahabuddin, G., Reveros, M., Ascanio, R., Adler, GH., Lambert, T.D. & Balbas, L. (2001). «Ecological meltdown in predator-free forest fragments». Science. 294: 1923-1926 
  3. Loiselle, B.A. & W.G. Hoppes. 1983. Nest predation in insular and mainland lowland rainforest in Panama.The Condor 85:93-95