Midiatização

teoria de que a mídia influencia a comunicação política

A midiatização (ou mediação[1]), é um processo pelo qual os meios de comunicação de massa influenciam outros setores da sociedade, incluindo política, negócios, cultura, entretenimento, esporte, religião ou educação. A midiatização é muitas vezes entendida como um processo de mudança ou uma tendência, semelhante à globalização e modernização, onde os meios de comunicação de massa estão cada vez mais integrados a outros setores da sociedade. Atores políticos, formadores de opinião, organizações empresariais, organizações da sociedade civil e outros têm que adequar sua forma de comunicação para uma forma que atenda às necessidades e preferências dos meios de comunicação de massa – a chamada lógica midiática. Qualquer pessoa ou organização que deseja divulgar suas mensagens para um público maior deve adaptar suas mensagens e estilo de comunicação para torná-los atraentes para os meios de comunicação de massa.[2][3]

Os meios de comunicação exercem grande influência não apenas na opinião pública, mas também na estrutura e nos processos de comunicação política, na tomada de decisão política e no processo democrático. Esta influência não segue mão única. Embora a mídia de massa tenha uma profunda influência sobre o governo e os atores políticos, os políticos também estão influenciando a mídia por meio de regulamentação, negociação, acesso seletivo à informação, etc.[4][5]

O conceito de midiatização ainda está em desenvolvimento e não há uma definição consensual do termo.[6] Principalmente com abordagens diferentes entre a Europa e a América do Sul. Alguns teóricos rejeitam definições e operacionalizações precisas da midiatização, temendo que reduzam a complexidade do conceito e dos fenômenos a que ele se refere, enquanto outros preferem uma teoria clara que possa ser testada, refinada ou potencialmente refutada.[7][8]

O conceito de midiatização é visto não como uma teoria isolada, mas como um arcabouço que detém o potencial de integrar diferentes vertentes teóricas, vinculando processos e fenômenos de nível micro com processos e fenômenos de nível meso e macro, contribuindo assim para uma compreensão mais ampla do papel da mídia na transformação das sociedades modernas.[9]

O processo de midiatização foi moldado por um desenvolvimento tecnológico de jornais para rádio, televisão, internet e mídias sociais interativas. Outras influências importantes incluem mudanças na organização e nas condições econômicas da mídia, como uma importância crescente da mídia independente voltada para o mercado e uma influência decrescente da mídia patrocinada pelo Estado, do serviço público e partidária.[10]

A crescente influência das forças do mercado econômico é normalmente vista em tendências como tabloidização e banalização, enquanto as reportagens e a cobertura política são frequentemente reduzidas a slogans, frases de efeito, giros, reportagens sobre corridas de cavalos, escândalos de celebridades, populismo e infoentretenimento.[11][12]

Os teóricos[13][14] distinguiram três escolas teóricas de midiatização: Instucionalista; Sócio-construtivista; Materialista.

Referências

  1. Couldry, Nick; Hepp, Andreas (2013). «Conceptualizing Mediatization: Contexts, Traditions, Arguments». Communication Theory. 23 (3): 191–202. doi:10.1111/comt.12019 
  2. Strömbäck, Jesper; Esser, Frank (2014). «Mediatization of Politics: Towards a Theoretical Framework». In: Esser; Strömbäck. Mediatization of Politics. [S.l.]: Palgrave Macmillan. pp. 3–30. ISBN 978-1-137-42597-3 
  3. Hepp, Andreas; Hjarvard, Stig; Lundby, Knut (2015). «Mediatization: theorizing the interplay between media, culture and society» (PDF). Media, Culture & Society. 37 (3): 314–324. doi:10.1177/0163443715573835 
  4. Esser; Strömbäck, eds. (2014). Mediatization of Politics. [S.l.]: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-137-42597-3 
  5. Mazzoleni, Gianpietro; Schulz, Winfried (1999). «Mediatization of politics: A challenge for democracy?». Political Communication. 16 (3): 247–261. doi:10.1080/105846099198613 
  6. Livingstone, Sonia (2009). «On the Mediation of Everything: ICA Presidential Address 2008» (PDF). Journal of Communication. 59 (1): 1–18. doi:10.1111/j.1460-2466.2008.01401.x 
  7. Strömbäck, Jesper; Esser, Frank (2014). «Mediatization of Politics: Towards a Theoretical Framework». In: Esser; Strömbäck. Mediatization of Politics. [S.l.]: Palgrave Macmillan. pp. 3–30. ISBN 978-1-137-42597-3 
  8. Couldry, Nick; Hepp, Andreas (2013). «Conceptualizing Mediatization: Contexts, Traditions, Arguments». Communication Theory. 23 (3): 191–202. doi:10.1111/comt.12019 
  9. Esser; Strömbäck, eds. (2014). Mediatization of Politics. [S.l.]: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-137-42597-3 
  10. Asp, Kent (2014). «Mediatization: rethinking the question of media power». In: Lundby. Mediatization of Communication. [S.l.]: De Gruyter. pp. 349–374 
  11. Fuller, Jack (2010). What is happening to news: The information explosion and the crisis in journalism. [S.l.]: University of Chicago Press 
  12. MacChesney, Robert W (1999). Rich media, poor democracy: Communication politics in dubious times. [S.l.]: University of Illinois Press 
  13. Hjarvard, Stig (2013). The Mediatization of Culture and Society. [S.l.]: Routledge. ISBN 9780203155363. doi:10.4324/9780203155363 
  14. Hepp, Andreas; Hjarvard, Stig; Lundby, Knut (2015). «Mediatization: theorizing the interplay between media, culture and society» (PDF). Media, Culture & Society. 37 (3): 314–324. doi:10.1177/0163443715573835