Ninja (milícia)
Os ninjas foram uma milícia na República do Congo que participou de inúmeras guerras e insurgências nos anos 1990 e 2000. Os Ninjas foram formados pelo político Bernard Kolélas no início da década de 1990 e foram comandados por Frédéric Bintsamou, também conhecido como Pastor Ntoumi quando Kolelas estava no exílio.
A milícia lutou contra os partidários do presidente Pascal Lissouba no conflito armado de 1993-1994 no Congo. Na Guerra Civil na República do Congo (1997–1999), aliaram-se às forças de Lissouba contra os partidários do ex-presidente Denis Sassou Nguesso. Após a vitória de Sassou Nguesso na Guerra Civil, os Ninjas de Ntoumi participaram de uma insurgência contra o seu governo no Departamento de Pool. O conflito em Pool escalou em uma série de confrontos violentos em 2002-2003, após os quais a liderança dos Ninjas acabou desistindo de sua luta armada. Entretanto, em 2016, um novo ciclo de violência iniciou-se.[1]
Caráter e ideologia editar
Formado por e originalmente leal a Bernard Kolélas,[2][3] a milícia Ninja foi associada à etnia Bakongo.[4] A milícia recebeu o nome dos ninjas do Japão feudal.[5] O comandante de campo Ninja, Pastor Ntoumi, foi descrito como líder de um culto[4] e um "pastor messiânico". Em 2003, declarou a um jornalista que o Espírito Santo lhe disse para reviver os ninjas. Os milicianos ninja usavam a cor púrpura (simbolizando o sofrimento) e tinham os cabelos em dreadlocks. Acreditavam que o apocalipse estava próximo.[6] Um líder Ninja citado em um relatório de 2000 afirmou que havia "quase 16.000 ninjas na região de Pool". .[7] De acordo com uma reportagem de 2002 da IRIN News, analistas acreditavam que Ntoumi comandou "apenas algumas centenas de combatentes dedicados e até mais de 3.000 vagamente ligados", os quais estavam divididos e sem entusiasmo.[4]
Violação dos direitos humanos editar
De acordo com um relatório de 2000 do USCIS houve "numerosos relatos confiáveis de graves violações dos direitos humanos cometidas pelas forças da milícia Ninja... Incluindo a tomada de reféns, tortura e execuções extrajudiciais". Um relatório da Anistia Internacional citado pelo USCIS declarou que "[a partir de junho de 1997, os combatentes Ninja e Cocoye teriam assassinado centenas e possivelmente milhares de civis desarmados em bloqueios de estradas em seus redutos de Bacongo e Makélékélé]".[7]
Referências
- ↑ «República do Congo assina acordo de paz com rebeldes "Ninja"». Terra Noticias. 23 de dezembro de 2017
- ↑ «CONGO: Profile of ex-Prime Minister Bernard Kolelas». IRIN News. 9 de dezembro de 2005
- ↑ «Congo Ninja leader dies, aged 76». BBC News. 13 de novembro de 2009
- ↑ a b c «CONGO: Civilians bear brunt of attacks on "Ninja" rebels». IRIN News. 3 de junho de 2003
- ↑ Tsoumou, Christian (8 de junho de 2007). «Congo's Ninja rebels burn weapons and pledge peace». Reuters
- ↑ Carroll, Rory (7 de dezembro de 2003). «Apocalyptic rebel movement revisits Congo's heart of darkness». The Guardian
- ↑ a b United States Bureau of Citizenship and Immigration Services (14 de novembro de 2000). «Republic of Congo (Brazzaville): Information on the human rights situation and the Ninja militia». Arquivado do original em 10 de outubro de 2012
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Ninja (militia)».