Minnie M. (Geddings) Cox (1869-1933) foi uma professora estadunidense, a primeira afro-estadunidense a servir como carteira nos Estados Unidos.[1] Ela se tornou o centro de uma controvérsia a nível nacional no início dos anos 1900, quando pessoas brancas tentaram forçá-la a largar seu trabalho. Ela co-fundou um dos primeiros bancos com proprietários negros e uma companhia de seguros.

Minnie M. Cox
Minnie M. Cox
Nascimento Minnie M. Geddings
1869
Lexington
Morte 1933
Rockford
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
  • Fisk University
Ocupação professora, chefe dos correios, empresária

Biografia editar

Minnie M. Geddings nasceu no ano de 1869, filha de Maria Geddings e William Geddings em Lexington, no estado do Mississippi.[2] Com 19 anos, ela se formou na Fisk University, em pedagogia.[3][4] Ela lecionou por um tempo e, em 1889, casou-se com Wayne W. Cox, um diretor de escola em Indianola, Mississipi.[3][1] Eles eram ativos no Partido Republicano.[4][3]

Em 1891, durante a administração do presidente Benjamin Harrison, ela foi nomeada para o cargo de carteira de Indianola, então um cargo político prestigioso e bem remunerado.[3][2] Ela foi a primeira mulher afro-estadunidense a ocupar tal cargo.[1] Cox perdeu o emprego, em 1892, sob o comando do presidente Grover Cleveland (Democrata), mas foi reconduzida em 1897 pelo presidente William McKinley e continuou a servir sob a presidência de Theodore Roosevelt.[4][3]

Cox foi considerada um excelente carteira.[5] Durante a administração de Roosevelt, no entanto, pessoas brancas começaram a organizar-se para expulsar pessoas afro-estadunidenses de empregos considerados bons.[4][3] O partidário da supremacia branca James K. Vardaman liderou uma campanha em seu jornal, The Greenwood Commonwealth, para forçar especificamente a demissão de Cox.. Os cidadãos de Indianola votaram para Cox sair de seu trabalho um ano antes de seu mandato expirar.[3] Cox inicialmente recusou-se a resignar, embora ela tenha deixado claro que ela não se reapresentaria depois de seu mandato expirar.[5]

Como ameaças contra Cox intensificaram-se e tanto o prefeito quanto o xerife recusaram-se a protegê-la,[1] ela mudou de ideia e renunciou em janeiro de 1903.[3][2] O presidente Roosevelt recusou-se a aceitar a sua demissão e fechou a central de correios de Indianola, sinalizando que só a reabriria se Cox pudesse seguramente retomar seu trabalho. O presidente também ordenou que o Procurador Geral dos EUA processasse os cidadãos de Indianola que a haviam ameaçado. Alguns dias depois, Cox deixou a cidade, temendo por sua segurança.[5][3]

A situação entrou no noticiário nacional,[6] o que provocou um debate sobre "raça, direitos dos estados e poder federal".[7]

Quando a indicação de Cox expirou, em 1904, a central de correios de Indianola foi reaberta com um carteiro diferente. Cox e seu marido voltaram para Indianola, onde eles abriram o Delta Penny Savings Bank, um dos primeiros bancos de propriedade de afro-estadunidenses do estado. Eles também fundaram uma das primeiras empresas de seguros nos Estados Unidos a oferece um seguro de vida integral, a Mississippi Life Insurance Company. Eles foram grandes defensores de empresas negras no estado.[7][4]

Depois que seu marido morreu em 1925, Cox casou-se novamente. Ela e seu segundo marido, George Key Hamilton, mudaram-se para o Tennessee e, mais tarde, para Rockford, Illinois. Ela faleceu em 1933.[4]

 
O edifício dos correios Minnie Cox, em Indianola.

Homenagem editar

Em 2008, um edifício dos correios em Indianola foi chamado Minnie Cox, "em homenagem a tudo o que ela realizou quebrando barreiras".[8][1]

A Rua Cox e a Avenida Wayne e Minnie Cox Park, em Indianola, têm o nome de Cox e seu marido.[1]

Referências

  1. a b c d e f «"Minnie Cox Post Office Building". Congressional Record — House, July 14, 2008, H6418.» (PDF) 
  2. a b c «"Minnie Cox: A First for Mississippi". African American Registry.». Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2012 
  3. a b c d e f g h i «National Postal Museum». postalmuseum.si.edu. Consultado em 2 de março de 2017 
  4. a b c d e f «Cox, Minnie M. (1869–1933) | The Black Past: Remembered and Reclaimed». www.blackpast.org (em inglês). Consultado em 2 de março de 2017 
  5. a b c Gatewood, Willard B. "Theodore Roosevelt and the Indianola Affair". The Journal of Negro History 53:1 (January, 1968), 48-49.
  6. "Mrs. Minnie Cox, Postmistress of Indianola: A Faithful and Efficient Official Driven from Office by Southern White Brutes". Cleveland Gazette, Feb. 7, 1903.
  7. a b «Garrett-Scott, Shennette. "Everything that is Mean, Damnable and Cursed: Minnie Geddings Cox and the Indianola Affair". MississippiHumanities, the website of the Mississippi Humanities Council.». Arquivado do original em 19 de agosto de 2016 
  8. «The last thing my father needs is more stuff to put on shelves | Joel Derfner». www.joelderfner.com (em inglês). Consultado em 2 de março de 2017