Movimento Nacionalista Revolucionário (Bolívia)

O Movimento Nacionalista Revolucionario (MNR) é um partido político boliviano fundado em 7 de junho de 1942 por Carlos Montenegro e cujo presidente foi seu cunhado, Augusto Céspedes. Governou a Bolívia através das Presidencias de Víctor Paz Estenssoro, Hernán Siles Zuazo e Gonzalo Sánchez de Lozada. Os presidentes Wálter Guevara Arze e Lidia Gueiler Tejada iniciaram suas carreiras políticas neste partido, mas depois fizeram cisões no partido.

Movimiento Nacionalista Revolucionário
Movimento Nacionalista Revolucionário (Bolívia)
Líder Luis Eduardo Siles
Fundador Víctor Paz Estenssoro
Fundação 7 de junho de 1942
Sede La Paz,  Bolívia
Ideologia Histórico (1942-1985):
Nacionalismo de esquerda
Populismo de esquerda
Atualmente (após 1985):
Liberalismo econômico
Nacionalismo
Conservadorismo
Espectro político Histórico (1942-1985):
Centro-esquerda a Esquerda
Atualmente (após 1985):
Centro-Direita
Senadores
0 / 36
Deputados
0 / 130
Cores      Rosa

História editar

Antecedentes editar

O MNR foi gestado após a Guerra do Chaco (1932-1935) entre Paraguai e Bolívia. Ao finalizar a guerra, com o consequente esgotamento militar e críticas a classe governante, surgem uma série de movimentos nacionalistas devido ao descontentamento com a situação.

Neste período subiram ao poder uma série de governos de curta duração (1935-1952), ao mesmo tempo que o MNR forja uma aliança entre a classe média e setores operários, elaborando um plano nacionalista que se realizaria com na tomada do poder, seja por meios democráticos ou através de uma ruptura institucional para acabar com o sistema político vigente.

O MNR e a Revolução de 52 editar

No ano de 1951 o Movimento Nacionalista Revolucionário obtêm um triunfo parcial nas eleições, com uma maioria simples. A Lei Eleitoral estabelecia que o Congresso Nacional deveria eleger o Presidente da República entre os três partidos políticos mais votados: o Movimento Nacionalista Revolucionario, o governista Partido de la Unión Republicana Socialista (PURS) e a Falange Socialista Boliviana. Neste ano se forma uma Junta Militar de Governo para evitar a chegada ao poder do MNR, mas este lançou mão de uma quartelada em 1952 para fazer valer o resultado eleitoral. Em La Paz e Oruro as massas saíram às ruas entre os dias 9 de abril e 11 de abril, derrotando o exército, mas com um saldo de 490 mortos. É formado um governo provisório a cargo de Hernán Siles Zuazo junto com Juan Lechín Oquendo, que assume o mandato até o regresso de Víctor Paz Estenssoro de seu exílio na Argentina.[1]

Pós-Redemocratização editar

Após o fim da ditadura militar boliviana, o MNR elegeu em 1985, para seu quarto e último governo, Víctor Paz Estenssoro. Nessa mesma época, o MNR deixou para trás sua linha nacionalista e passou a adotar políticas consideradas neoliberais, como reformas e privatizações. Esse processo se intensificou durante a década de 1990, nos governos de Gonzalo Sánchez de Lozada, com o partido enterrando de vez sua doutrina revolucionaria da década de 50, contando com amplo apoio internacional de instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.[2]

Divisões editar

Devido as lutas internas e diferenças ideológicas no interior do MNR várias outras organizações se cindiram dele:

  • Movimento Nacionalista Revolucionario Auténtico (MNRA, em 1960), posteriomente Partido Revolucionario Auténtico (PRA) de Wálter Guevara Arze
  • Partido Revolucionario da Izquierda Nacionalista (PRIN, em 1971) de Juan Lechín Oquendo e Lidia Gueiler Tejada
  • Movimento Nacionalista Revolucionario de Izquierda (MNRI, em 1971) de Hernán Siles Zuazo
  • Movimento Nacionalista Revolucionario Histórico (MNRH em 1978)
  • Movimiento Nacionalista Revolucionario Unido (MNRH em 1980) formado pela ala direita do partido, fundado por Guillermo Bedregal Gutiérrez e Miguel Trigo Rodríguez
  • Movimento Nacionalista Revolucionario - Vanguardia (MNRV em 1985), fundado por Carlos Serrate Reich, em 1989 mudou seu nome para Vanguardia Revolucionaria 9 de Abril

Ver Também editar

Referências

  1. Marcelo Argenta Câmara. «Bolívia - a luta para ser nação». História Viva, edição 40 - Fevereiro 2007. Consultado em 8 de maio de 2019 
  2. José Ramón García Menéndez y Jesús M. Mogrovejo Monasterios (13 de junho de 2006). «Capitalización, privatización y nacionalización (III)». La Insignia, Diario independiente iberoamericano, Madri (em espanhol)