Mubabinge Bilolo wa Kaluka (15 de janeiro de 1953) é um filósofo e egiptólogo quinxassa-congolês (nascido em Kabwe, Cassai Central, região do grupo banto dos lubas[1]).

Bilolo estudou filosofia, religiões africanas, sociologia e teologia na Faculdade de Teologia da Universidade de Quinxassa e se formou em 1978 com um mestrado em religião e filosofia africana, com ênfase em sociologia e antropologia. Ele então estudou filosofia, ciências sociais e teologia na Escola de Filosofia de Munique/Faculdade de Filosofia SJ de Munique, e Egiptologia, Etnologia/Africanística e Estudos Religiosos na Universidade de Munique, onde em 1985 escreveu uma dissertação sobre o tema "Les Cosmo-Théologies Philosophiques de l'Egypte Antique. Problématique, Prémisses herméneutiques et Problèmes majeurs”, doutorando-se. Tal foi seguido por estudos de pós-doutorado em ciências políticas e econômicas de 1985 a 1989 na Universidade de Munique.[2] O procedimento para venia legendi na Universidade de Zurique com um trabalho sobre "L'Un (Wa) devient-il 'Multiple' (Hh)? Approche pragmatique des formules relatives à 'L'Un comme Multiple' ou à 'l'Auto-différenciation' de l'Un dans les Hymnes Thébains du Nouvel-Empire” (Zurique 1992),[1] que alguns dizem ter sido posto em espera por razões ideológicas.[3]

Mubabinge Bilolo é desde 1991 diretor do Centro de Pesquisa Egiptológica do Instituto Africano de Estudos Prospectivos - [Institut Africain d'Études Prospectives], uma instituição da União Africana sob a direção do "Ministère de l'Enseignement Supérieur et de la Recherche Scientifique de la République Démocratique du Congo”. Também é responsável do Centro de Estudos Egiptológicos e da União de Pesquisas Ecológicas; e Coordenador de Trabalho da Academia do Pensamento Africano e membro co-fundador da Sociedade Civil do Zaire. Ele afirma lutar por instaurar a "maaticracia" na África - referência ao estabelecimento de maat, conceito egípcio que representa verdade-justiça-bondade-solidariedade-e-ordem.[4]

Temas de sua obra científica são a egiptologia, história da filosofia africana, religião africana, filosofia da história e história da filosofia da história. Especializou-se também em bantulogia, e na europeologia em grecologia, francologia, germanologia e questões da União Europeia,[4] defendendo que conceitos da filosofia grega antiga e teologia monoteísta como o Um foram originários da filosofia egípcia tebana e banta.[5]

Em 2013, ele recebeu o Prêmio Internacional de Egiptologia Africana em Paris[6] e foi admitido no círculo de estudiosos negro-africanos (Cheikh Anta Diop, Ki-Zerbo, Obenga e Bimwenyi Kweshi) na Bélgica no final de 2013, por ocasião de seu 60º aniversário.

Publicações editar

Dentre um conjunto de mais de 70 publicações, aqui está uma seleção dos livros mais importantes:

  • Les cosmo-théologies philosophiques de l’Égypte Antique. Problématique, prémisses herméneutiques et problèmes majeurs (AAT-APA., Sect. I, vol. 1). Kinshasa/ München 1986. nouvelle rééd., München/ Paris, 2004.
  • Les cosmo-théologies philosophiques d'Héliopolis et d'Hermopolis. Essai de thématisation et de systématisation. Kinshasa/ München 1987. (neue Aufl., München/ Paris 2004, ISBN 2-911372-32-8)
  • Le Créateur et la Création dans la pensée memphite et amarnienne. Approche synoptique du Document Philosophique de Memphis et du Grand Hymne Théologique d'Echnaton, (AATAPA., Sect. I, vol. 3), Kinshasa-München 1988; neue Aufl.., München/ Paris 2004. Menaibuc 2004, ISBN 2-911372-34-4.
  • Conception Bantu de l’Autorité. Suivie de Baluba : Bumfumu ne Bulongolodi (gemeinsam mit Mgr. E. Kabongo). München/ Kinshasa 1994.
  • Métaphysique Pharaonique IIIème millénaire av. J.-C. (AAT & Diop CES-INADEP, Sect. I, vol. 4). Kinshasa-München 1995; neue Aufl. München/ Paris 2003.
  • Philosophie de la création et ses implications écologiques en Egypte du IIIe millénaire av. J.-C. (AAT & Diop CES-INADEP, Sect. I, vol. 6). München/ Paris 2005.
  • Méta-Ontologie Égyptienne du -IIIè millénaire. Madwa Meta-Untu: Tum-Nunu ou Sha-Ntu (AAT & Diop CES-INADEP, Sect. I, vol. 10). Kinshasa/ München/ Paris 2008, ISBN 978-3-931169-01-5.
  • Percées de l’Éthique Écologique en Égypte du -IIIe millénaire, (AAT & INADEP., Sect. I, vol. 8). Kinshasa/ München/ Paris 2007, ISBN 978-3-931169-03-9.
  • Fondements Thébains de la Philosophie de Plotin l'Égyptien (AAT & INADEP, Sect. I, vol. 9). Kinshasa/ München/ Paris 2007, ISBN 978-3-931169-00-8.
  • Tuleshi Kapya ne Dyanga mu CiKam. Mishi ya CiKam mu Cyena Ntu (AAT & Diop CES-INADEP, Sect. I, vol. 11). Kinshasa/ München/ Paris 2008.
  • Invisibilité et Immanence du Créateur Imn (Amon-Amun-Amen-Iman-Zimin). Exemple de la Vitalité de l'Ancien Égyptien ou CiKam dans le Cyena Ntu (AAT & INADEP., Sect. I, vol. 12). Kinshasa/ München/ Paris 2010, ISBN 978-3-931169-14-5.
  • Vers Un Dictionnaire Cikam-Copte-Luba: Bantuïté du vocabulaire égyptien-copte dans les essais de Homburger et d'Obenga (AAT & INADEP., Sect. I, vol. 13), Kinshasa/ München/ Paris, 2011, ISBN 978-3-931169-20-6.
  • Du nom Imn à Bi-Mweni. Exemple de la vitalité de ciKam et de ‘Saintes doctrines philosophiques’ pharaoniques dans le Cyena-Ntu. In : KALAMBA NSAMPO & BILOLO MUBABINGE (Hrsg.): Renaissance of the Negro-African Theology. Essays in Honor of Prof. Bimwenyi-Kweshi – Renaissance de la Théologie Négro-Africaine. Essais en l’honneur du Prof. Bimwenyi-Kweshi (AAT-APA., Sect. XII, 1). München/ Freising/ Kinshasa 2009, S. 109–161.
  • Les Coptes : 2000 ans du christianisme africain. In: KALAMBA NSAMPO & BILOLO MUBABINGE (éds.), Héritage du Discours Théologique Négro-Africain. Mélanges en l’honneur du prof. Dr. Bimwenyi-Kweshi (AAT-APA., Sect. XII, 2). München/ Freising/ Kinshasa 2011, S. 85–108.

Ligações externas editar

Referências

  1. a b Molongwa Bayibayi, Jesús (2017). Epistemología Africana y Concepciones Teóricas. Reevaluar el Impacto de los Presupuestos sobre la Filosofía de lo Real. Tese doutoral para a Facultad de Filosofía y Letras. Departamento de Filosofía. Universitat Autònoma de Barcelona.
  2. Mubabinge Bilolo. AMESA, Directory of Scholars of Africa, the Middle East, and South Asia, em Columbia.edu
  3. «Mubabinge Bilolo» . Shenoc.
  4. a b Bilolo, Mubabinge (1988). Le Créateur et la création dans la pensée Memphite et Amarnienne: approche synoptique du "Document Philosophique de Memphis" et du "Grand Hymne Théologique" d'Echnaton (em francês). [S.l.]: menaibuc 
  5. Ullrich Relebogilwe, Kleinhempel (janeiro–junho de 2019). «Onde antropologia e espiritualidade se encontram: eros, libido e força-da-vida - conceitos da visão de mundo tradicional africana e seu ressurgimento no foco de debates sobre personalidade e sexualidade na modernidade.». Juiz de Fora. Sacrilegens. 16 (1): 162-179 
  6. «CÉRÉMONIE SOLENNELLE D'ATTRIBUTION DU PRIX INTERNATIONAL IMHOTEP 2012»