Museu da Imagem e Memória

O Museu da Imagem e Memória de Congonhas é um museu histórico, instalado no antigo Casarão dos Fonseca. Possui em sua instalação de dois pavimentos, um grande acervo, onde encontram-se espaços de exposições dedicados a fotos, documentos e objetos antigos da cidade, que contam a história de Congonhas e de seus habitantes. Localiza-se próximo à Igreja Matriz de São José Operário, na Rua Bom Jesus (histórica Rua da Ladeira), n° 250, Basílica. [1]

Museu da Imagem e Memória do município de Congonhas, Minas Gerais, Brasil.

No entorno do Museu da Imagem e Memória há casarões do século XVIII e XIX, e construções monumentais como a Romaria, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, a Igreja de São José e outros elementos paisagísticos e arquitetônicos de destaque na paisagem urbana do centro da cidade de Congonhas.[2]

História editar

O casarão que atualmente abriga o Museu, provavelmente foi construído em fins do século XIX, na região onde surgiu o povoado que deu origem ao município. Seu perímetro registrado em cartório foi tombado no ano de 2002, pelo decreto n° 3.348. Conhecido como “Casa Amarela” pelos congonhenses, o primeiro registro do referido imóvel encontrado é o do Cartório do 1° Ofício da Comarca de Lafaiete, em nome do Santuário de Bom Jesus, com data de 28 de julho de 1904. Já na década de 50, a casa passou a pertencer a Vital Nascimento de Barros.[2]

Ao longo do tempo, a casa passou por diversas intervenções, feitas de modo aleatório, sem o menor cuidado quanto aos materiais escolhidos e com a execução em si, o que acabaram por descaracterizá-la um pouco. Passou de residência a pensão, até chegar ao seu título atual, e permaneceu durante um bom tempo desocupada, sem receber nenhum tipo de manutenção, o que a deixou em péssimo estado.[2]

Com estilo colonial, sendo um dos exemplares mais antigos, o casarão do Museu atualmente pertence à Prefeitura Municipal de Congonhas, tendo sido restaurado no 2º semestre de 2001, segundo o projeto desenvolvido pela arquiteta Gisele Vasconcelos e avaliação realizada pelo IPHAN, sob a coordenação do arquiteto Altino Caldeira. Sendo inaugurado no dia do aniversário da cidade[3], quando serviu de palco para a solenidade de entrega do certificado da UNESCO que elevou o município a Patrimônio Mundial da Humanidade.[2]

 
Rua Bom Jesus (Rua da Ladeira), Congonhas.

Detalhes Arquitetônicos editar

O Museu representa um marco visual importante na paisagem urbana enquanto referência da memória histórica da cidade, podendo ser visto facilmente por quem percorre a ladeira, devido à sua grandiosidade estética e volumétrica.[2]

Como a rua Bom Jesus é bastante inclinada, a edificação teve de se adaptar à grande diferença de nível, de uma extremidade à outra do lote, gerando assim um porão. Dessa forma, a extremidade direita da casa possui dois pavimentos, enquanto a esquerda, somente um. Com as obras de restauração, foram feitas adaptações internas, tanto em termos de materiais de acabamentos, quanto em equipamentos, necessárias para compatibilizar o uso do sobrado como Museu.[2]

Os ambientes internos são bem espaçosos e sua tipologia foi mantida. Assim o pavimento superior possui três salas e um salão, além da recepção e instalações de apoio: copa e banheiros. Todas as portas e janelas foram pintadas com tinta azul. As portas internas possuem, ainda, bandeira fixa de vidro preso em caixilho de madeira. O piso é em tabuado de madeira apoiado sobre barrotes aparentes, como o original. No porão, foi colocado piso em granito bruto, substituindo a terra batida. Além disso, ele foi escavado em algumas áreas.[2]

A opção pelo piso de granito em oposição à terra batida, se fez devido ao fato deste abrigar um grande acervo histórico de Congonhas, com peças muito valiosas. O porão também teve sua distribuição interna remodelada e o pé direito aumentado, compondo-se de uma sala ampla e de um espaço multimídia, sendo ligado ao pavimento superior através de uma escada interna.[2]

Acervo editar

Com relação ao acervo, dentro do Museu podemos encontrar diversas exposições, que podem ser organizadas em datas, mas algumas, que permanecem fixas, contam fatos sobre as personalidades que marcaram a história do município. Estes arquivos e objetos foram cedidos pelos familiares dessas figuras históricas.[4]

Alguns exemplos de personalidades presentes no Museu são: o médium Zé Arigó, que durante vinte anos se constituiu num fenômeno que impressionou todo o Brasil; Tia Vick, que criou a Escola de Balé Victória Parcus; Dr. Victorino dos Santos Ribeiro, primeiro médico do município que trouxe a energia elétrica para a região; Padre Leonardo, idealizador do Cine Teatro Leon e do Hospital Bom Jesus; Senhor Brasilino, mestre escultor; Dom Silvério Gomes Pimenta, primeiro Arcebispo de Mariana e respeitado intelectual; Djalma Andrade, jornalista e poeta; Romualdo José Monteiro de Barros, Barão de Paraopeba, Lucas Antônio Monteiro de Barros, primeiro Barão e Visconde com grandeza de Congonhas e Lucas Antônio Monteiro de Castro, segundo Barão.[4]

Referências editar

  1. «Museu da Imagem e Memória (Prefeitura Municipal de Congonhas)». Ipatrimônio. Consultado em 19 de novembro de 2023 
  2. a b c d e f g h «Dossiê de Tombamento do Museu da Imagem e Memória» (PDF). Prefeitura Municipal de Congonhas. Consultado em 19 de novembro de 2023 
  3. «Museu de Congonhas e Museu da Imagem e Memória Voltam a Funcionar em Congonhas». Prefeitura Municipal de Congonhas. Consultado em 19 de novembro de 2023 
  4. a b «Museu da Imagem e Memória». Guia das Artes. Consultado em 18 de novembro de 2023