Netherland é um romance de Joseph O'Neill publicado inicialmente em 2008. Trata a vida de um holandês que viveu em Nova York antes e após os ataques de 11 de setembro, que começou a jogar críquete tendo jogado no Staten Island Cricket Club, o primeiro campo de ténis nos Estados Unidos.[1]

Netherland
Autor(es) Joseph O'Neill
Idioma inglês
País  Estados Unidos
Género romance
Editora Harper Perennial
Lançamento 2008
Páginas 340
ISBN 978-0-00-727570-0
Cronologia
The Breezes
'

Resumo do enredo editar

Netherland inicia-se com o protagonista Hans van den Broek, um analista financeiro holandês que vive em Londres com sua esposa inglesa Rachel, a recordar-se dos anos que passara em Nova York antes e logo após o 11 de setembro.

No início do romance, Hans prepara-se para retornar a Manhattan para o funeral do amigo Chuck Ramkissoon, que se torna uma figura central do romance. Chuck, um imigrante de Trindade e Tobago, guia Hans no funcionamento do The Staten Island Cricket Club, cuja maioria de membros também é oriunda das Índias Ocidentais ou do Sul da Ásia. Chuck é um idealista carismático, dirige vários negócios (às vezes ilegítimos) e faz planos ambiciosos e otimistícos para o futuro. Enquanto Hans é levado pelo ardor magnético de Chuck pelo sonho americano, Rachel regressa a Londres sob o pretexto de segurança para o seu filho e indignada ideologicamente com a obsessão americana pela opressão económica. Embora Rachel seja uma personagem marcadamente menos agradável do que Chuck, Hans acaba por, inevitavelmente, a seguir de regresso a Londres. Hans perde contato com seu amigo de Trinidad que redescobre, anos depois, simples cadáver, algemado e descartado no Canal Gowanus.

 
Canal Gowanus

Publicação e resenhas editar

A escrita de Netherland ocupou O'Neill durante sete anos. Quando terminou, O'Neill teve grande dificuldade em encontrar um agente. O livro foi rejeitado por todas as grandes editoras americanas, até ser aceite pela Pantheon Books, uma divisão da Random House. O director Sonny Mehta era fã de críquete e, depois de ler Netherland, escreveu uma forte recomendação pessoal aos livreiros.[2]

Netherland foi publicado em maio de 2008 e foi capa do New York Times Book Review, onde o editor sénior Dwight Garner o apelidou de "a obra de ficção mais espirituosa, mais zangada, mais exigente e mais desolada que já tivemos sobre a vida em Nova York e Londres após a queda do World Trade Center".[3] Mais tarde naquele ano, o livro foi incluído na lista dos "10 melhores livros de 2008" da New York Times Book Review, escolhida pelos editores do jornal. [4]

James Wood, escrevendo no The New Yorker, considerou-o "um dos livros pós-coloniais mais notáveis que já li". Ele escreveu que tem sido "consistentemente mal interpretado como um romance sobre o 11 de setembro, o que limita o que há de mais notável nele: que é uma reescrita pós-colonial de The Great Gatsby." Numa entrevista com este autor publicada no final da edição de bolso da Harper Perennial, Joseph O'Neill observou: "Claramente Netherland tem algum tipo de relacionamento com O Grande Gatsby - talvez dizendo-lhe adeus e a algumas das noções associadas a esse livro maravilhoso."

Prémios e indicações editar

Nas semanas que antecederam o anúncio do Prémio Man Booker de 2008, alguns especialistas de literatura mencionaram que Netherland era a favorito.[2] No entanto, quando em 9 de setembro de 2008, foi anunciada a lista de candidatos ao Booker, o romance surpreendentemente pelo menos para alguns críticos do New York Times, não conseguiu entrar na lista.[5] O livro também foi indicado para o Prémio Warwick de Escrita (2008/9) e entrou na longa lista desse prémio anunciada em novembro de 2008.

Netherland ganhou o Prémio PEN / Faulkner de Ficção de 2009,[6] e o Prémio de Ficção Irlandês do Grupo Kerry de 2009.[7]

Em 12 de abril de 2010, foi anunciado que Netherland era um dos 8 romances na lista final ao Prémio Literário Internacional de Dublin.

Título editar

O título do trocadilho é intraduzível para o holandês, e a tradução holandesa leva o título Laagland ("Lowland") em vez do Nederland, mais literal, mas ambíguo.[carece de fontes?]

Referências

  1. Reifer, Jodi Lee (12 Junho 2008). «GET OUT: Swingers club». Staten Island Advance. Consultado em 12 Julho 2009 
  2. a b Andrew Anthony (7 Setembro 2008). «Perfect delivery: How an unlikely tale of a New York cricket team turned Irish writer Joseph O'Neill into this year's literary sensation». The Observer. Consultado em 10 Julho 2018 
  3. Garner, Dwight (18 Maio 2008). «The Ashes». The New York Times 
  4. «The 10 Best Books of 2008». The New York Times. 3 Dezembro 2008. Consultado em 20 Maio 2010 
  5. Bosman, Julie (9 Setembro 2008). «Booker Prize Shortlist Is Announced». The New York Times. Consultado em 20 Maio 2010 
  6. Flood, Alison (26 Fevereiro 2009). «Netherland wins PEN/Faulkner award». The Guardian. London. Consultado em 24 Setembro 2011 
  7. Spain, John (28 Maio 2009). «Top prize for Irish novel loved by Obama». Irish Independent. Dublin. Consultado em 24 Setembro 2011 

Ligações externas editar