Nevralgia ou neuralgia é a dor em um ou mais nervos[1] provocada por uma mudança na estrutura ou função neurológica dos nervos, em vez de serem por excitação dos receptores saudáveis​​ de dor. A neuralgia se enquadra em duas categorias: a neuralgia central, em que a causa da dor é localizada na medula espinal ou cerebral, e a neuralgia periférica. Esta dor incomum supostamente está ligada a quatro possíveis mecanismos: mau funcionamento de portões do canal iônico, as fibras nervosas tornam-se mecanicamente sensíveis e criaram um sinal ectópicos, os sinais nas fibras tocadas atravessar as fibras de dor e mau funcionamento devido danos no cérebro e na medula espinhal.[2]

Neuralgia
Especialidade reumatologia
Classificação e recursos externos
CID-10 M79.2
CID-9 729.2
MedlinePlus 001407
MeSH D009437
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Fisiopatologia editar

Sob o título geral de nevralgia estão nevralgia trigeminal ou nevralgia do trigêmeo (TN), nevralgia trigeminal atípica (ATN) ou dor facial atípica, nevralgia occipital, nevralgia do glossofaríngeo e a nevralgia pós-herpética ou nevralgia herpética (causada por Herpes-zóster ou herpes). O termo nevralgia também é utilizado para se referir a dor associada com a ciática e a plexopatia braquiais.[3]

Nevralgia do trigêmeo editar

 Ver artigo principal: Neuralgia do trigêmeo

A nevralgia do trigêmeo (também conhecida como tique doloroso) é uma disfunção do nervo trigêmeo que produz uma dor forte, aguda e em pontada na distribuição de um ou mais ramos do nervo trigêmeo.[4] A nevralgia do trigêmeo afeta cerca de 155 pessoas a cada milhão e ocorre mais frequentemente após os cinquenta anos de idade.[5]

Nevralgia trigeminal atípica editar

A Nevralgia trigeminal atípica consiste de uma dor facial unilateral, quase contínua e que às vezes se estende para o pescoço.[6] É uma dor constante, com sensação de queimação que pode ser uma distribuição restrita em seu início, mas logo se espalha para o restante da face no lado afetado, às vezes envolvenco o pescoçõ ou a parte posterior da cabeça. É comum em mulheres de meia-idade, deprimidas, embora não está claro se há qualquer relação entre a depressão e a dor.[7]

Nevralgia occipital editar

A neuralgia occipital é caracterizada por dor persistente na base do crânio com ocasionais súbitas, parestesias semelhantes a choque elétrico na distribuição de nervos occipitais maiores e menores.[8]

Nevralgia do glossofaríngeo editar

A primeira descrição foi feita por Theodore H. Weisenburg em 1910, descrevendo um padrão neurológico semelhante aquela encontrado em modalidade idiopática, com a ressalva de que uma dor pode persistir entre os paroxismos álgicos e pode existir um déficit de sensibilidade na área abastecida por nervos glossofaríngeos.[9]

Nevralgia pós-herpética editar

Se desenvolve em cerca de 15% dos pacientes que apresentaram a Herpes-zóster,[10] é mais provável em indivíduos idosos, nessa faixa etária, o ramo oftálmico é o frequentemente acometido e as lesões podem tomar-se hemorrágico-necróticas,[11] ou pessoas particularmente imunocomprometidas quando a erupção é intensa e quando a primeira divisão do nervo trigêmeo estiver comprometida.[7]

Diagnóstico editar

O diagnóstico da neuralgia é difícil, e é comum existirem erros de diagnósticos. O diagnóstico tipicamente envolve a localização do nervo danificado por estimulação da via específica danificado ou por falta de identificação da função sensorial. O ensaio mais comum para a neuralgia é uma condução nervosa, tais como a utilização de microneurografia, em que o nervo periférico é estimulado e gravações são tomadas a partir de uma porção puramente sensorial do nervo.[12]

Referências

  1. «Definition: neuralgia». International Association for the Study of Pain taxonomy. Consultado em 5 de agosto de 2012. Arquivado do original em 31 de março de 2014 
  2. P. Prithvi Raj (14 de junho de 2000). Practical Management of Pain. [S.l.]: Mosby. ISBN 978-0-8151-2569-3 
  3. Gilron, I.; Watson, C. P. N.; Cahill, C. M.; Moulin, D. E. (2006). «Neuropathic pain: a practical guide for the clinician». Canadian Medical Association Journal. 175 (3): 265–275. PMC 1513412 . PMID 16880448. doi:10.1503/cmaj.060146 
  4. Laurie Lundy-Ekman. Neurociência Fundamentos para Reabilitação. Elsevier Health Sciences Brazil; ISBN 978-85-352-4590-5. p. 1062.
  5. James L. Gutmann; Paul E. Lovdahl. Soluções em Endodontia: Prevenção, Identificação e Procedimentos. Elsevier Health Sciences Brazil; ISBN 978-85-352-5587-4. p. 420.
  6. G. David Perkin. Atlas mosby em cores e texto de neurologia. Editora Manole; 1998. ISBN 978-85-204-0737-0. p. 46.
  7. a b Stephen J. McPhee; Maxine A. Papadakis; Michael W. Rabow. CURRENT: Medicina (Lange) - 51Ed. ISBN 978-85-8055-187-7. p. 907.
  8. Steven D. Waldman. Atlas of Common Pain Syndromes: Expert Consult - Online. Elsevier Health Sciences; ISBN 978-1-4557-3355-2. p. 94.
  9. Gilson Edmar GonÇalves E Silva E Marco OtÁvio Saraiva ValenÇa. Neurologia Clínica. Editora Universitária UFPE; ISBN 978-85-7315-219-7. p. 172.
  10. Alberto Augusto A. Rosa. Sintomas e Sinais na Pratica Médica: Consulta Rápida. Artmed; ISBN 978-85-363-0862-3. p. 286.
  11. Newton Luiz Terra; Roberta da Silva; Olavo Forlin Schimidt. Tópicos em geriatria II. EDIPUCRS; ISBN 978-85-7430-651-3. p. 332.
  12. Daniel, H. C.; Narewska, J.; Serpell, M.; Hoggart, B.; Johnson, R.; Rice, A. S. C. (2008). «Comparison of psychological and physical function in neuropathic pain and nociceptive pain: Implications for cognitive behavioral pain management programs». European Journal of Pain. 12 (6): 731–741. PMID 18164225. doi:10.1016/j.ejpain.2007.11.006