Nota: Para o time atualmente conhecido como New York Cosmos, veja New York Cosmos (2010).

New York Cosmos, ou simplesmente Cosmos, foi um clube de futebol dos EUA que competia pela North American Soccer League. Foi fundada em 1970 e competiu na NASL até 1983, quando devido aos problemas financeiros tanto do time quanto da liga, o time transferiu-se para a Major Indoor Soccer League, uma liga de showbol formado por times da NASL, até o time falir em 1985.

New York Cosmos
Nome New York Cosmos
Alcunhas The Mo's
Cosmos
Fundação 10 de dezembro de 1970 (53 anos)
Extinção 1985
Competição North American Soccer League (1968-1984)

Major Indoor Soccer League (1984)

Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo

Ficou famosa tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos por ser a equipe de Beckebauer e Pelé, sendo uma das maiores equipes do futebol nos Estados Unidos na sua época.

O time foi recriado em 2010 como um clube fênix para participar da segunda versão da NASL, que agora é uma liga de segundo nível do futebol americano e anunciou que tentaria aplicar para entrar na MLS. Pelé seria presidente honorário do novo time [1]. Devido a problemas da nova NASL com a Federação de Futebol dos Estados Unidos, a NASL foi suspensa em 2018 [2] enquanto a tentativa de entrada na MLS foi fracassada[3]. Sem uma liga, o Cosmos foi jogar na copa da National Premier Soccer League (NPSL), uma liga de quarto nível, enquanto a situação do time é debatida. [4]

História editar

 
Pelé, Brian Joy (centro) e Eusébio (à direita), se cumprimentam antes da partida entre o Cosmos e o Las Vegas Quicksilver, em abril de 1977

Fundação editar

A ideia da criação do New York Cosmos partiu dos irmãos Nesuhi Ertegün e Ahmet Ertegün, ambos nascidos em Istambul, Turquia. Os irmãos Ertegün foram os fundadores da Atlantic Records e depois que a gravadora foi comprada pela Warner Communications, atual Time Warner, sugeriram a Steve Ross, presidente da companhia, a criação de um clube de futebol por acreditarem na viabilidade econômica da North American Soccer League (NASL). O Cosmos se uniu à NASL em 10 de dezembro de 1970. A primeira partida dele foi em 17 de abril de 1971, contra o Saint Louis Stars com vitória do Cosmos por 2 a 1.

O nome editar

O nome do clube foi idealizado pelo inglês Clive Toye, o primeiro diretor do clube. A inspiração veio do New York Mets, time de beisebol. Da mesma forma que “Mets” era a forma curta de “Metropolitans”, Toye optou por “Cosmos”, como forma curta de “Cosmopolitans” e o clube foi batizado como New York Cosmos.

Uniforme editar

Foi também por sugestão de Toye, que as cores iniciais do Cosmos foram o verde e amarelo, em homenagem à seleção brasileira de 1970, campeã da Copa do Mundo no México. O verde e o amarelo permaneceram até 1974, quando foram alterados para o branco e o verde, que foi utilizado até 1979. A partir de 1980, as cores passaram a ser o branco e o azul, permanecendo até 1984, quando o clube foi fechado.

Trajetória editar

 
Franz Beckenbauer (centro) no Cosmos, em um amistoso na Argentina, em 1980

Inicialmente o Cosmos era uma aventura e recebia pouco investimento. Contudo, aos poucos, Steve Ross se empolgou com o projeto e com o dinheiro da Warner, o clube passou a contratar vários jogadores famosos, tais como Pelé, Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia, Carlos Alberto Torres, Marinho Chagas e Johan Cruyff, chegando ao ponto de ter um elenco formado por 16 nacionalidades. O poder econômico do Cosmos se refletiu em conquistas esportivas e o clube se tornou a franquia mais famosa e vitoriosa da NASL, conquistando 5 títulos nacionais (1972, 1977, 1978, 1980, 1982) e um vice-campeonato (1981) nos 17 anos de funcionamento da liga. Ainda venceu três Trans-Atlantic Cup (1980, 1983, 1984).

Durante seus anos de existência, o Cosmos teve sempre uma das melhores médias de público da NASL e entre 1977 e 1982 teve a maior média entre todas as franquias da NASL. Dos 20 jogos de maior público da história da NASL, 18 deles são em jogos do Cosmos, sendo que a partida de maior público foi em 14 de agosto de 1977, na partida do playoff contra Fort Lauderdale Strikers com um público de 77.691.

Major Indoor Soccer League e o Fim editar

Com o fim da NASL, o time transferiu suas atividades para a Major Indoor Soccer League (MISL), uma liga de "Futebol Indoor" (Conhecido como Showbol no Brasil), jogando durante a temporada de 1984 jogando 33 jogos, entretanto, o público e interesse foi muito baixo para manter o time. A MISL fecharia depois em 1992.

O clube encerrou suas atividades em 15 de setembro de 1984, quando realizou sua última partida. Em seus quatorze anos de existência, o Cosmos disputou 359 partidas na NASL, vencendo 221, empatando 18 e perdendo 120 partidas, marcando 844 gols e sofrendo 569. O baixo número de empates se devia à regra implantada na NASL a partir de 1975, onde os empates foram abolidos, existindo uma prorrogação de 15 minutos e uma disputa de tiro livres em caso de empate na prorrogação.

Palmarés editar

Competições Nacionais
Competição Venceu Temporadas
  NASL 5 1972, 1977, 1978, 1980, 1982
  NASL Temporada Regular 7 1972, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983
Competições de Conferência
Competição Venceu Temporadas
  Título da Conferência da NASL 5 1977, 1978, 1980, 1981, 1982
  Título da Divisão da NASL 7 1972, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983
Outros troféus
Competição Venceu Temporadas
  Trans-Atlantic Cup 3 1980, 1983, 1984

* Título conquistado pelo novo New York Cosmos.

Jogadores Históricos editar

 
Pelé chorando na partida entre Santos e Cosmos, que marcou sua despedida oficial. Ele atuou um tempo por cada equipe. Ao seu lado, Carlos Alberto Torres.


Outros jogadores de destaque editar

Estatísticas editar

Partidas editar

  • 1971 - 9 vitórias, 4 empates, 7 derrotas
  • 1972 - 7 vitórias, 4 empates, 3 derrotas (campeão NASL)
  • 1973 - 7 vitórias, 6 empates, 5 derrotas
  • 1974 - 6 vitórias, 14 derrotas
  • 1975 - 10 vitórias, 12 derrotas
  • 1976 - 16 vitórias, 8 derrotas
  • 1977 - 15 vitórias, 11 derrotas (campeão NASL)
  • 1978 - 24 vitórias, 6 derrotas (campeão NASL)
  • 1979 - 24 vitórias, 6 derrotas
  • 1980 - 24 vitórias, 8 derrotas (campeão NASL)
  • 1981 - 23 vitórias, 9 derrotas
  • 1982 - 23 vitórias, 9 derrotas (campeão NASL)
  • 1983 - 22 vitórias, 8 derrotas
  • 1984 - 13 vitórias, 11 derrotas

Médias de público editar

  • 1971: 4.517
  • 1972: 4.282
  • 1973: 5.782
  • 1974: 3.578
  • 1975: 10.450
  • 1976: 18.227
  • 1977: 34.142
  • 1978: 47.856
  • 1979: 46.690
  • 1980: 42.754
  • 1981: 34.835
  • 1982: 28.479
  • 1983: 27.242
  • 1984: 12.817

Estádios editar

Durante seu primeiro período, o Cosmos nunca construiu um estádio próprio e mandou seus jogos em quatro estádios diferentes. A partir de sua volta às competições, em 2013, iria disputar suas partidas no Hofstra Stadium. Atualmente se apresenta no James M. Shuart Stadium:

Em 11 de janeiro de 2013, o Cosmos anunciou seu projeto de construção de um estádio próprio com capacidade para 25.000 pessoas na região do Belmont Park.[5]

Recordes editar

  • Maior artilheiro: o italiano Giorgio Chinaglia jogou, entre 1976-1983, em 213 jogos e marcou 196 gols, sendo o maior artilheiro da NASL em todos os tempos e o maior artilheiro da NASL nos anos de 1976, 1978, 1980, 1981 e 1982. Por seu país, jogou a copa de 1974.
  • Maiores goleadas: o Cosmos aplicou 12 a 1 em um amistoso contra o Malmö (Suécia), em 1975. A maior goleada sofrida foi em 1978, para o Seattle Sounders, por 9 x 2.
  • Mais assistências: o jogador que fez mais assistências foi o sérvio Vladislav Bogicevic, que atuou no clube entre 1978-1984 fazendo 147 assistências, em 203 partidas. Também jogou a Copa do Mundo de 1974 pela então Iugoslávia.

Cosmos e o Brasil editar

  • Quando Pelé encerrou a carreira em fins de 1974, não tinha a intenção de continuar, entretanto a proposta do Cosmos de três milhões de dólares (uma fortuna bem maior à época) por três temporadas seduziu o Rei. E assim o futebol decolou de vez nos Estados Unidos, alcançando recordes de público. Um dos maiores entusiastas da contratação de Pelé foi o então secretário de estado Henry Kissinger, fã do futebol brasileiro, de Pelé e do Santos FC até hoje. O padroeiro do time é São Cosme e Damião, a pedido de Pelé.
  • O Cosmos enfrentou o brasileiro Santos em duas oportunidades, vencendo ambas por 2 a 1. A primeira foi em 1977, na despedida do Rei Pelé, que atuou um tempo em cada equipe e marcou um dos gols do time americano. A outra foi em 1979, na Vila Belmiro.
  • Em 1977, o Cosmos jogou o amistoso contra o Flamengo no maracanã e perdeu por 4-1.
  • Em 1980, o Cosmos realizou três amistosos no Brasil. Em Uberlândia-MG, quando empatou contra o Uberlândia por 1 x 1; em Santos-SP, quando venceu o Santos por 2 x 1 e em Manaus, em 09 de março, quando empatou com o Fast Clube por 0 x 0.
  • Em 1981, o Cosmos jogou pela primeira vez contra o São Paulo FC no Estádio Morumbi, sendo derrotado pelo clube paulista por 3 x 1.
  • Nos Estados Unidos, no Giants Stadium, enfrentou outros dois times brasileiros, sendo derrotado duas vezes. Uma por 3 x 1 para o Grêmio, num amistoso em 30 de agosto de 1981, e a segunda de 3 x 2 para o São Paulo FC, pela Transatlantic Cup de 1983, com gols de Bojicevic e Romerito para o Cosmos e três gols de Careca para os visitantes.

Notas editar

  • Apesar de ser considerado em sua época um dos melhores e mais badalados times de futebol do mundo, o New York Cosmos jamais venceu a U.S. Open Cup, a mais tradicional competição de futebol dos EUA.[6]
  • O maior jogador que os Países Baixos já teve, Johan Cruijff, fez uma única partida pelo Cosmos, em 1978. O adversário era uma seleção formada por jogadores que participaram da Copa do Mundo de 1978 (com exceção dos jogadores da Seleção da Argentina, campeã da competição). O resultado foi 2 a 2 e, além de um golaço marcado pelo italiano Chinaglia, a partida é lembrada pela exibição magnífica de Cruijff, eleito o melhor jogador da partida.
  • O Cosmos era realmente um equipe que não tinha medo de enfrentar ninguém. Em 1979, a Seleção da Argentina, então campeã do mundo e munida de todos os seus titulares - inclusive o seu maior jogador em todos os tempos, Diego Maradona -, realizou um jogo amistoso contra a equipe estadunidense em Nova Iorque. Os argentinos venceram por 1 a 0, com um gol marcado por Daniel Passarella aos 46 minutos do segundo tempo, mas tiveram que suar muito, pois o Cosmos teve uma exibição de gala, principalmente o seu zagueiro (o brasileiro Carlos Alberto Torres), eleito o melhor jogador da partida.
  • Em 7 de julho de 2006, a produtora estadunidense de filmes para o cinema, Miramax Films, passou a exibir nos cinemas dos EUA, um documentário chamado Once in a Lifetime - The Extraordinary Story of The New York Cosmos (Uma Vez na Vida - A Extraordinária História do New York Cosmos, em inglês). Muito elogiado e narrado pelo ator Matt Dillon, este filme - como diz o título - conta a história da lendária equipe de futebol estadunidense.
  • O subtítulo do filme é bem sugestivo: The Untold story of the team that had America at its feet (aproximadamente A história oculta do time que teve a América aos seus pés).
  • O Cosmos inspirou o nome de um time de futebol da África do Sul, o Jomo Cosmos.

Referências

  1. «Heritage». New York Cosmos. Consultado em 27 de março de 2019 
  2. «Após quarta final em cinco anos, Cosmos vive incerteza com futebol nos EUA». Globoesporte. Consultado em 27 de março de 2019 
  3. Keehner, Steven. «The Curious Case of the New York Cosmos: The Second Act». The Impact. Consultado em 28 de março de 2019 
  4. Chiara, Michael (28 de fevereiro de 2018). «NASL Season Canceled, Cosmos to NPSL». Twice a Cosmo. Consultado em 27 de março de 2019 
  5. Cosmos Stadium
  6. http://acervo.folha.com.br/fsp/1978/08/28/2/

Ligações externas editar