Nita Naldi (nascida Mary Nonna Dooley ;[1][2] Nova Iorque, 13 de novembro de 1894 - Nova Iorque, 17 de fevereiro de 1961) foi atriz americana de teatro e cinema mudo.

Nita Naldi
Nita Naldi
Nascimento 13 de novembro de 1894
Nova Iorque
Morte 17 de fevereiro de 1961 (66 anos)
Nova Iorque, Nova Iorque
Sepultamento Calvary Cemetery
Cidadania Estados Unidos
Ocupação atriz de teatro, atriz de cinema, atriz de televisão
Prêmios
  • estrela na calçada da fama de Hollywood
Causa da morte enfarte agudo do miocárdio

Primeiros Anos editar

Nita Naldi nasceu em Nova York, filha de pais irlandeses de classe operária, Júlia e Patrick Dooley, em 1894,[3] Conhecida na juventude como Nonna, foi nomeada em homenagem à sua tia-avó Mary Nonna Dunphy, uma freira que em 1879 fundou a Academia dos Santos Anjos em Fort Lee, Nova Jersey. Mais tarde, em 1910, a jovem Nonna frequentou uma escola católica. No mesmo seu pai deixou a família.[4]

A morte de sua mãe em 1915 fez com que Nonna tivesse que cuidar de seus dois irmãos mais novos. Para sustentar a família, assumiu vários empregos, incluindo trabalhos como modelo. Logo entrou para o teatro vaudeville com seu irmão Frank, e em 1918 se apresentava no coro no Winter Garden Theatre no "The Passing Show", de 1918.[5] Sua atuação na Broadway a levou a mais trabalhos nos palcos e logo Naldi estava no Ziegfeld Follies (1918 a 1919). Foi nessa época que Nonna Dooley mudou seu nome para "Nita Naldi". Continuou atuando na Broadway e depois de sua performance bem recebida em "The Bonehead", foi-lhe oferecido um papel na peça "Opportunity" em 1920.

Carreira no Cinema editar

Naldi fo convidada a atuar no filme "A Divorce of Convenience" com Owen Moore. A seguir, ela participou em pequenos papéis em filmes independentes antes de ser escolhida para viver a exótica personagem Gina, no filme "Dr Jekyl and Mr. Hyde" da Paramount Pictures, estrelado por John Barrymore em 1920. O próprio Barrymore a recomendou para o papel, depois que a viu dançando em "Winter Garden".[6] Sua atuação naquele filme proporcionou a Naldi outras oportunidades em sua carreira. Também a partir daí estabeleceu uma amizade com Barrymore.
 
Naldi e Valentino em Blood and Sand, 1922
Naldi foi selecionada pelo escritor espanhol Vicente Blasco Ibáñez para o papel de Doña Sol na versão cinematográfica de seu romance Blood and Sand (1922). Naldi foi contratada pela Famous Players-Lasky para o papel e tornou-se o primeiro par com o ídolo das telas Rodolfo Valentino. O filme foi um grande sucesso, pois deu a Naldi a imagem de "vamp", que a seguiria pelo resto da vida.

Durante esse período, Naldi posou para o famoso artista peruano Alberto Vargas, que a pintou abraçada a um busto de fauno[7] Na pintura original de Vargas, Naldi está em topless, embora cópias do retrato que foram publicadas e amplamente distribuídas na década de 1920, tenham sido modificadas pela adição de roupas, de forma a cobrir o seio esquerdo que estava parcialmente visível.[8]

Naldi assumiu vários papéis na Famous Players-Larsky, com crescente importância, incluindo "The Ten Commandments" (1923), dirigido por Cecil B. DeMille. Posteriormente, voltou a filmar com Valentino no último filme da Famous Players-Lasky, "A Sainted Devil" de 1924. Naldi deixou a companhia logo depois.

Ficheiro:Nita Naldi in Photoplay, August 1924.jpg
Naldi na edição de agosto de 1924 da Photoplay

Em 1914, Valentino e Naldi viajaram para a França a fim de elaborar uma pesquisa para o filme "The Hooded Falcon", que nunca foi feito. Ao voltar à Califórnia, a dupla fez "Cobra". O filme não foi bem recebido e esse se tornou o último filme em que Naldi e Valentino atuaram juntos. O casamento de Valentino estava terminando mais ou menos nessa época. Depois que Valentino assinou com a United Artists, ele baniu Rambova (sua ex-esposa) do set. Rambova recebeu seu próprio filme como consolo e Naldi estrelou a produção de 1925, "What Price Beauty?". O filme sofreu problemas de distribuição, pouco foi visto na época, mas é digno de nota, por ser a primeira aparição nas telas da atriz Myrna Loy. Depois de concluir o filme de Dorothy Gish, "Clothes Make the Pirate", Naldi partiu para a França para umas curtas férias. Lá se casou com J. Searle Barclay. Apesar de haver rumores de que havia se aposentado, Naldi começou a trabalhar em vários filmes, incluindo o segundo trabalho como diretor de Alfred Hitchcock, "The Mountain Eagle", de 1926. Naldi fez dois filmes na França e um na Itália antes de se aposentar. Apesar de ter uma boa voz, Naldi nunca fez um filme falado.

Vida Posterior editar

Devido aos problemas financeiros causados por sua aposentadoria, bem como a Depressão, Naldi decretou falência em 1932. Voltou aos palcos com "Queer People" e "The Firebird"[5] em 1933. A imprensa a havia criticado por seu peso desde 1924, mas as críticas às suas aparições nas duas peças foram especialmente duras dessa vez. Tão severas que Naldi entrou com um processo contra um jornal em 1934 no valor de US$ 500.000. O processo foi indeferido em 1938. Em 1942, Naldi foi considerada para "For Whom the Bell Tolls" mas acabou não recebendo o papel. Nunca mais fez outro filme.

Na década de 50, Naldi apareceu na série de TV "Omnibus".[2]

Vida pessoal editar

 
"Nita Naldi com a estátua de um fauno", de Alberto Vargas, 1923.

Naldi foi casada com J.Searle Barclay de 1920 a 1929. Apesar de todos os rumores, Naldi sempre negou ter qualquer envolvimento com Valentino ou Barrymore. Naldi nunca teve filhos.

Morte editar

Naldi passou seus últimos anos na cidade de Nova York, onde morreu de ataque cardíaco em seu quarto no Hotel Wentworth, pouco mais de três meses após seu aniversário de 66 anos. Foi enterrada no Calvary Cemetery, em Queens, Nova York.[9]

Reconhecimento editar

Por sua contribuição para a indústria cinematográfica, Nita Naldi foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, no Hollywood Boulevard 6316.[10]

Filmografia editar

Referências e notas editar

20em

  1. Slide, Anthony (2010). Silent Players: A Biographical and Autobiographical Study of 100 Silent Film Actors and Actresses. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0813137452 
  2. a b Golden, Eve (2000). Golden Images: 41 Essays on Silent Film Stars. [S.l.: s.n.] ISBN 9780786483549  Naldi's birthname in this reference is also incorrectly cited as “Donna”.
  3. “Nina Naldi”, 23 Sahara Knights: Rudolf Valentino Film Festival, Rudolf Valentino Society and Publishing, LLC. Retrieved November 6, 2018.
  4. Fort Lee: Birthplace of the Motion Picture Industry. [S.l.: s.n.] 2006. ISBN 9780738545011 
  5. a b «("Nita Naldi" search results)». Playbill Vault [ligação inativa] 
  6. “Nita Naldi of Silent Films Dies; Won Fame Opposite Valentino“, obituary, The New York Times, February 18, 1961, [unspecified page]. Obituary linked through “The Hitchcock Zone” online collections. Retrieved November 5, 2018.
  7. «Vargas Collection» [ligação inativa] 
  8. Nita Naldi by Alberto Vargas, image and information about painting. San Francisco Art Exchange, San Francisco, California. Retrieved November 5, 2018.
  9. Wilson, Scott (17 de agosto de 2016). Resting Places: The Burial Sites of More Than 14,000 Famous Persons, 3d ed. [S.l.: s.n.] ISBN 9780786479924 
  10. «Nita Naldi». Hollywood Walk of Fame 
  11. Most of the titles in this filmography are transcribed from Ephraim Katz's The Film Encyclopedia, fourth edition, revised by Fred Klein and Ronald Dean Nolen. New York, N.Y.: HarperCollins, 2001, p. 996. Retrieved November 7, 2018.

Fontes editar

  • Dooley, Mary, certificado e registro de nascimento, nº 2662, bairro de Manhattan, 13 de novembro de 1894 (registrado em janeiro de 1895)
  • 1900 Censo Federal dos Estados Unidos, Manhattan, Nova York, Nova York, 1º de junho de 1900, Distrito de Enumeração 930, Folha 2A.
  • 1910 Censo Federal dos Estados Unidos, Manhattan Ward 19, Nova York, Nova York, 15 a 16 de abril de 1910, Distrito de Enumeração 1043, Folha 3B.

Ligações externas editar