Barco de Val d’Eorras

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Barco de Val d'Eorras[2] (O Barco de Valdeorras; em espanhol El Barco de Valdeorras) é um município da Espanha na província de Ourense, comunidade autónoma da Galiza, de área 86,1 km² com uma população de 13 943 habitantes (2007) e densidade populacional de 158,07 hab/km².[3]

Espanha Barco de Val d'Eorras

El Barco de Valdeorras

 
  Município  
Símbolos
Bandeira de Barco de Val d'Eorras
Bandeira
Brasão de armas de Barco de Val d'Eorras
Brasão de armas
Gentílico valdeorrês
Localização
Barco de Val d'Eorras está localizado em: Espanha
Barco de Val d'Eorras
Localização de Barco de Val d'Eorras na Espanha
Coordenadas 42° 25' N 6° 58' 59" O
País Espanha
Comunidade autónoma Galiza
Província Ourense
Características geográficas
Área total 86,1 km²
População total (2021) [1] 13 384 hab.
Densidade 155,4 hab./km²
Altitude 372 m
Código postal 32300
Código do INE 32009
Website www.concellodobarco.org
Localização do Barco de Valdeorras

Localizado no extremo nor-oriental da Província de Ourense, dista da capital provincial 112 km pela estrada N-120. Localizado no vale do rio Sil, circundo por altas montanhas - a Pena Trevinca é a altura mor da Galiza (2.127 m) -, é o centro da Comarca de Valdeorras.

Uma das bases da sua economia é a exploração e tratamento de lousas (ardósias) ademais da produção de vinho de grande qualidade, incluso na "Denominación de Origen Valdeorras". Desde o largo do "Malecón", na beira do Sil, e as montanhas se podem olhar formosas paisagens. O conjunto monumental do Barco também pode ser um bom mirante do núcleo do Barco e do rio Sil. Restos da cultura romana e vários paços são o mais destacado do local, assim como as festas em honra do padroeiro, o Santo Cristo, em 13 de Setembro, dias em que se organizam várias atividades.

Demografia editar

Variação demográfica do município entre 1991 e 2004
1991 1996 2001 2004
10495 11828 12959 13518

História editar

Nasceu como uma pequena aldeia edificada arredor do local onde pousava a barca (o local ainda é conhecido como Porto da Barca e apresenta restos dum cais) que atravessava o rio Sil até a vizinha aldeia de Viloira, onde ficava a igreja paroquial da que dependeu o nascente Barco. De facto nas primeiras menções é chamado Barco de Viloira. Cita-se também uma pequena capela avocada por S. Roque. No século XVII forma uma freguesia independente, sob tutela de S. Mauro ou S. Amaro. Durante a Idade Moderna, depende judiciariamente do Conde de Ribadavia, como quase toda a Comarca do Valdeorras, que fixa a capital na próxima aldeia da Vila do Castro, onde construíra uma torre-fortaleza. No final do século XVIII, ainda sem ser O Barco o local mais populoso da Jurisdição, converteu-se no mais importante em quanto lá moravam os burocratas condais (juízes, notários, aguazis, etc).

O século XIX inicial esteve marcado pela accão dos invasores franceses, que entram na vila a inícios de 1809. Os da comarca formaram uma Junta Militar e elegeram comandante da mesma o padre José Ramón Quiroga y Uria, pároco da montanhosa freguesia de Casoio. O exército próprio dos valdeorreses teve encontros com as tropas napoleônicas e participou na tomada de Vilafranca del Bierzo, atualmente na Província de Leão. No entanto, o contra-resultado fora uma alta mortandade e a destruição de várias aldeias.

O liberalismo, desde 1833, assume uma nova organização provincial, passando a ser incluída a comarca na nova província de Ourense. A Desamortização das terras monásticas a partir de 1836 teria efeitos na zona, ao ser fechado o convento de Correxais, único centro de ensino próximo.

No resto do século XIX o acontecimento de maior importância seria a construção do caminho-de-ferro entre Madrid e A Corunha, que passará pela vila do Barco. Fora inaugurado em 1885.

Em inícios do século XX, o protótipo de industrial vem sinalado pelo asturiano Marcelino Suárez, que instala uma usina de transformação de pedra caliça para produzir cal. Ha também alguma pequena indústria metalúrgica e as tradicionais adegas que exportam vinho, mormente para as cidades galegas.

O golpe militar de 1936 terá sérias consequências para a comarca. Apesar da resistência oposta pelas gentes aditas ao republicanismo, esta é esmagada pela Guarda Civil e reforços da Falange vindos da cidade de Ourense. O presidente da Câmara municipal, Abdón Blanco, foi detido e pouco depois fuzilado na capital provincial.

A queda das Astúrias republicana, em 1937, propiciaria que parte dos soldados vencidos se refugiassem nos montes valdeorreses. Junto com naturais que sobreviveram ocultos, àquele fenômeno deu lugar à formação de uma partida de guerrilheiros anti-franquistas, que atingiria os inícios da década de 1950. No Barco de Valdeorras foi instalada uma unidade da "Legión", corpo de exército profissional, para combater a guerrilha.

Só a construcão de barragens sobre o rio Sil e a nova estrada de entrada na Galiza activam a vida económica nos anos 50 e 60, marcados pela emigração, em esta altura, nomeadamente para Europa Occidental. Porém de vagar nasceu uma nova indústria a partir da ardósia, que explora os potentes jazigos existentes no próximo município de Carballeda de Valdeorras. Com ajuda técnica francesa, o trabalho, antes predominantemente manual, passa a ser mecanizado. Ainda que O Barco ficasse relativamente longe das canteiras de extracção, várias das oficinas de transformado instalar-se-iam no seu município. Ao tempo, a existência de centros de estudo para ensino de segundo grau, desde começos da década de 1970, impulsionou a imigração para O Barco desde os municípios próximos, projectando o crescimento populacional da vila. Porém, a comarca perdeu população a respeito da década de 1940.

 
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Referências