Ordem Suprema de Cristo

A Ordem Suprema de Cristo (em italiano: Ordine Supremo del Cristo) é a mais alta Ordem de Cavalaria entregue pelo Papa, que pretende reconhecer aqueles que prestaram serviços à Igreja. De acordo com alguns estudiosos, o seu nome tem origem na Ordem de Cristo dos Cavaleiros Templários, de onde também se originou a Ordem de Cristo. Inicialmente, a Ordem de Cristo tinha uma natureza secular e religiosa; cerca do século XVIII, a componente religiosa é extinta.

Emblema e Estrela da Ordem Suprema de Cristo

O actual (2014) Grão-Mestre é o Papa Francisco.

Disputa sobre a Ordem editar

O papado afirma que o direito à entrega da Ordem por parte dos reis portugueses tinha sido garantido através de uma bula papal, datada de 14 /15 de Março de 1319, emitida em Avinhão, por João XXII. No entanto, como esta não explicita concretamente a entrega do direito fons honorum da Ordem a Portugal[1] o Vaticano, durante o domínio dos Filipes, visto os monarcas espanhóis não estarem particularmente empenhados em proteger os interesses portugueses. toma para si esse direito. Mas, como a política da Curia Romana continuou após a Restauração da Independência de Portugal da Espanha, tendo-se incrementado mesmo no século XVIII, e os monarcas portugueses, particularmente D. João V, reclamaram várias vezes junto do Papa contra o que consideravam uma prática abusiva. Chegando mesmo a prender quem usasse a Ordem Papal.

Finalmente, em 7 de Fevereiro de 1905, o Papa Pio X criou a Ordem Suprema de Cristo (Militia Domini Nostri ]esu Christi ou Ordine Supremo del Cristo) reservada apenas a Chefes de Estado ou a proeminentes estadistas de fé católica. Com esta medida o diferendo ficou extinto e as duas Ordens ficaram perfeitamente diferenciadas [2].

Reorganização das Ordens em 1905 editar

Em 1905, as ordens papais são reorganizadas pelo Papa Pio X. A Ordem Suprema de Cristo tornou-se a ordem mais antiga. Habitualmente era entregue aos chefes de estado católicos mais antigos, entre eles Éamon de Valera, Presidente da Irlanda pelo Papa João XXIII. Paradoxalmente, tanto o Papa Pio XII como o João XXIII, recusaram homenagear o seu antecessor, Seán T. O'Kelly, provocando a ira do governo irlandês. A recusa foi justificada com o fim progressivo da Ordem, e que O'Kelly receberia a Ordem de Pio IX que, a partir daquela data, seria a ordem a ser entregue aos chefes de estado. No entanto, os irlandeses não se mostraram satisfeitos com o argumento, achando que a recusa se devia a uma vingança pelo facto de O'Kelly ter, inadvertidamente, causado um incidente diplomático entre Pio XII e Josef Stalin em 1950, durante uma conferência de imprensa, após uma audiência papal. O'Kelly terá revelado que Pio XII a sua opinião sobre Stalin, e que acreditava que o Comunismo acabaria por cair. Embora tenha sido criado outro nível dentro das Ordens de Pio, a Ordem de Cristo continuou a ser entregue a outros chefes de estado, incluindo o próprio sucessor de O'Kelly, Éamon de Valera.

Restrição do seu uso desde 1966 editar

A partir de 1966, a entrega da Ordem foi restringida, pelo Papa Paulo VI pela Bula Equestres Ordinis, a chefes de estado católicos a quem só seria entregue para comemorar ocasiões especiais em que o próprio Papa estivesse presente. A última homenagem data de 1987 a Fra Angelo de Mojana di Cologna, 77º Príncipe e Grão-Mestre da Ordem Soberana e Militar de Malta. Com a morte do rei Balduíno I da Bélgica, em 1993, não existe nenhum portador da Ordem vivo.

Notáveis cavaleiros editar

Ver também editar

Ligações externas editar

Referências