Orlando Silva (político)

advogado e político brasileiro

Orlando Silva de Jesus Júnior GORB (Salvador, 27 de maio de 1971) é um político brasileiro filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Foi ministro do Esporte nos governos Lula e Dilma Rousseff e eleito deputado federal em 2014. Na Câmara dos Deputados, foi vice-líder da Presidente Dilma Rousseff entre os anos de 2015 e 2016. Foi presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos em 2017, e líder da bancada do PCdoB em 2018.

Orlando Silva
Orlando Silva (político)
Orlando Silva em 2022.
Deputado federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 2015
a atualidade
(3 mandatos consecutivos)
6.º Ministro do Esporte do Brasil
Período 31 de março de 2006
a 26 de outubro de 2011
Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva
Dilma Rousseff
Antecessor(a) Agnelo Queiroz
Sucessor(a) Aldo Rebelo
Secretário-Executivo do Ministério do Esporte do Brasil
Período 18 de novembro de 2003
a 31 de março de 2006
Ministro Agnelo Queiroz
Antecessor(a) Francisco Cláudio Monteiro
Sucessor(a) Rafael de Aguiar Barbosa
Vereador de São Paulo
Período 1º de janeiro de 2013
a 1º de fevereiro de 2015[a]
Dados pessoais
Nome completo Orlando Silva de Jesus Júnior
Nascimento 27 de maio de 1971 (52 anos)
Salvador, BA
Progenitores Mãe: Maria Vanda de Jesus
Pai: Orlando Silva de Jesus
Prêmio(s) Ordem de Rio Branco[1]
Esposas Ana Petta (div.)
Monique Lemos(div.)
Filhos(as) Maria · João
Partido PCdoB (1989-presente)
Profissão político
Assinatura Assinatura de Orlando Silva (político)

Começou sua trajetória no movimento estudantil em Salvador e foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Foi casado com a atriz Ana Petta, com quem teve uma filha, Maria, e um filho, Pedro. Foi casado com Monique Lemos, professora da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, com quem tem um filho, João. Em 2023, foi divulgado que o deputado estava namorando a deputada federal Fernanda Melchionna.[2]

Liderança estudantil editar

Orlando Silva cursou o secundário no colégio estadual João Florêncio Gomes, em Salvador, sua cidade-natal. Em 1988, com 17 anos, organizou e dirigiu um grêmio. Nesse mesmo ano, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil. Foi presidente da UNE e da União da Juventude Socialista (UJS)

Ministério do Esporte editar

No primeiro ano do governo Lula, Orlando foi escolhido para suceder Francisco Cláudio Monteiro no cargo de secretário-executivo do Ministério do Esporte após sua renúncia em 18 de novembro de 2003.[3] Também exerceu os cargos de secretário Nacional de Esporte, secretário Nacional de Esporte Educacional. Em 2005, foi condecorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a Ordem de Rio Branco no grau de Grande-Oficial.[1]

Em 31 de março de 2006, foi empossado no cargo de ministro.[4] Na secretaria-executiva, foi sucedido por Rafael de Aguiar Barbosa após um hiato de cargo vacante em 24 de maio de 2006.[5]

Denúncias editar

Entre o final de 2007 e o início de 2008, Orlando Silva figurou em meio às denúncias de gastos supostamente irregulares nos cartões de crédito corporativos distribuídos pelo governo federal a alguns servidores para custear despesas extraordinárias. A imprensa divulgou que o ministro efetuou alguns pagamentos em restaurantes em dias que, segundo a agenda divulgada pelo ministério na internet, não haveria compromissos oficiais. O ministro, porém, foi a público esclarecer que a equipe interna identificou o erro muito antes da denúncia. Para não haver qualquer equívoco, Orlando pediu uma auditoria para avaliar o ocorrido e obter transparência no resultado.

O ministério, inclusive, justificou à altura alegando que havia "problemas de atualização" na divulgação da agenda.[6] O gasto mais polêmico foi com a compra de uma tapioca por R$ 8,30, alegadamente devido a um engano na utilização dos cartões (o ministro teria um cartão de crédito pessoal semelhante ao cartão corporativo, e os teria confundido na hora do pagamento). O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o assunto isentou o ministro de culpa.[7]

No decorrer do escândalo, Orlando Silva devolveu todo o dinheiro gasto no cartão do qual era portador, no total de R$ 30.870,38. Foram devolvidos os gastos realizados conforme a legislação. Orlando afirmou que essa atitude não passava de um gesto político, que refletia a indignação frente as acusações.

Orlando Silva deixou o cargo mais de três anos depois do episódio dos cartões corporativos. Em outubro 2011, sua pasta foi envolvida em denúncias sobre um esquema de desvio de dinheiro público por meio de convênios com ONGs ligadas ao seu partido. As acusações foram levantadas pelo policial militar João Dias Ferreira[8], investigado como integrante do grupo.[9] Após 12 dias de desgaste, em 26 de outubro, Orlando Silva se demitiu para, segundo ele, poder se defender melhor das denúncias.[10][11][12] Em 27 de outubro de 2011, Orlando Silva foi substituído no Ministério do Esporte por Aldo Rebelo.[13] No dia 12 de junho de 2012, Orlando foi inocentado pela Comissão de Ética da Presidência da República por falta de provas e, em 2023, o policial Ferreira foi condenado por calúnia.[14]

Deputado Federal editar

Orlando Silva é deputado federal por São Paulo, representando o PCdoB. Foi empossado deputado federal pela primeira vez em 01 de fevereiro de 2015. Na Câmara dos Deputados, Orlando Silva foi vice-líder do governo Dilma Roussef até ela ser afastada da presidência em meio ao processo de impeachment, passando então a ser vice líder da minoria[15]. Também atuou como relator da Lei Geral de Proteção de Dados e do Projeto de Lei 2630/2020, também conhecido como PL das Fake News[16][17].

Desempenho eleitoral editar

Na eleição municipal de 2012, concorreu a vereador de São Paulo e não foi eleito, com 19.739 votos. Porém, assumiu como suplente na vaga de Netinho de Paula, que virou secretário da pasta de Igualdade Racial. Foi eleito deputado federal por São Paulo em 2014 com 90.641 votos, e reeleito em 2018 com 64.822 votos.

Concorreu a deputado federal por São Paulo em 2022, e obteve 108.059 votos, mas não foi eleito, ficando como primeiro suplente da Federação Brasil da Esperança em São Paulo.[18] Em 2023 foi empossado na vaga de Luiz Marinho (PT/SP), que assumiu o cargo de Ministro do Trabalho.[19]

Desempenho eleitoral de Orlando Silva
Ano Cargo Votos Resultado Ref.
2012 Vereador de São Paulo 19.739 Suplente [20]
2014 Deputado federal por São Paulo 90.641 Eleito [21]
2018 Deputado federal por São Paulo 64.822 Eleito [22]
2020 Prefeito de São Paulo 12.254 Não eleito [23]
2022 Deputado federal por São Paulo 108.059 Suplente [18]

Notas

  1. Assume em 1º de janeiro de 2013 como suplemente do vereador eleito Netinho de Paula, que renuncia para assumir a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial do prefeito recém-empossado Fernando Haddad. Por sua vez, Orlando renuncia a suplência em 1º de fevereiro de 2015 para iniciar mandato na Câmara dos Deputados do Brasil.

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 25 de agosto de 2005.
  2. «Existe amor no Congresso: a rotina dos casais de parlamentares». Metrópoles. Consultado em 14 de junho de 2023 
  3. BRASIL, Decreto de 18 de novembro de 2003.
  4. BRASIL, Decreto de 31 de março de 2006.
  5. BRASIL, Decreto de 24 de maio de 2006.
  6. «Folha de S.Paulo - Cartões do governo pagam até despesas em joalheria - 23/01/2008». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 29 de maio de 2022 
  7. www1.folha.uol.com.br https://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u409154.shtml. Consultado em 29 de maio de 2022  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. DF, Do G1 (26 de novembro de 2013). «Ex-PM João Dias é preso suspeito de receptação em Samambaia, no DF». Distrito Federal. Consultado em 29 de maio de 2022 
  9. «Ministro é acusado de liderar fraude no Esporte - Política». Estadão. Consultado em 29 de maio de 2022 
  10. «Orlando Silva confirma saída do Ministério do Esporte». Brasil Econômico. 26 de outubro de 2011. Consultado em 26 de outubro de 2011. Ele disse que sai do cargo para poder se defender das denúncias e também para evitar que seu partido, o PCdoB, seja usado como instrumento de ataque contra o próprio governo já que a legenda compõe a base aliada no Parlamento. "Há 12 dias, estou sendo vítima de ataques baixos. Nesses 12 dias, nenhuma prova foi apresentada contra mim. Mas isso gerou uma crise política e eu tenho compromisso com esse governo." [ligação inativa]
  11. «Orlando Silva deixa o Ministério do Esporte». Blog do Planalto. 26 de outubro de 2011. Consultado em 26 de outubro de 2011 
  12. Orlando Silva deixa o ministério G1. Página acessada em 26 de outubro de 2011
  13. http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/10/governo-anuncia-aldo-rebelo-como-novo-ministro-do-esporte.html
  14. Brant, Danielle (21 de setembro de 2023). «PM que acusou ex-ministro Orlando Silva de corrupção é condenado por calúnia». Folha de São Paulo. Consultado em 22 de setembro de 2023 
  15. «Biografia do(a) Deputado(a) Federal Orlando Silva». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 20 de junho de 2023 
  16. Gondim, Abnor (30 de julho de 2020). «Relator da LGPD estuda ação para governo estruturar Autoridade de Proteção de Dados». TeleSíntese (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2023 
  17. Porto, Douglas. «Relator pede retirada de PL das Fake News da pauta da Câmara». CNN Brasil. Consultado em 20 de junho de 2023 
  18. a b «Apuração em São Paulo». G1. 3 de outubro de 2022. Consultado em 3 de outubro de 2022 
  19. «Câmara empossa suplentes de deputados que assumiram vaga de ministros e secretários de Estado - Notícias». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 26 de abril de 2023 
  20. «Ex-ministro, Orlando Silva perde eleição para vereador». O Globo. 8 de outubro de 2012. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  21. «São Paulo - Deputado Federal - 1º Turno - Apuração - Eleições - 2014 - Especial - Poder - Folha de S.Paulo». eleicoes.folha.uol.com.br. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  22. «Veja os candidatos a deputado federal eleitos em SP». G1. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  23. UOL. «Apuração em São Paulo». Consultado em 2 de outubro de 2016 

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