Padrão de D. João I

monumento em Creixomil, município de Guimarães
Padrão de D. João I
Apresentação
Tipo
Estatuto patrimonial
Monumento Nacional (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Localização
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O Padrão de D. João I, também referido como Padrão de Aljubarrota e Padrão de São Lázaro, localiza-se ao fundo da rua D. João I, fronteiro à Capela de São Lázaro, na freguesia de Creixomil, município de Guimarães, distrito de Braga, em Portugal.[1]

O monumento original teria sido erguido em comemoração da vitória de Aljubarrota, após a entrada de D. João I em Guimarães, em 1386, tendo nesse ano ou no seguinte sido iniciada a construção do padrão. Não sendo o padrão quatrocentista original, nem havendo registos conhecidos da sua substituição, o padrão atual constitui obra datável, em termos formais, da primeira metade do século XVI, possivelmente elaborado na sequência do foral de D. Manuel I, em 1517.[2]

Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.[1]

História editar

Existem diversas versões que tentam justificar a origem deste monumento, erguido por João I de Portugal em cumprimento a uma promessa feita a Santa Maria de Guimarães, desconhecendo-se se pela vitória das armas portuguesas na batalha de Aljubarrota (1385) ou, posteriormente, pela conquista de Ceuta (1415).

A. L. de Carvalho, no seu "Roteiro de Guimarães" (1923), refere:

"No extremo da Rua D. João I em frente à capela de S. Lázaro, levanta-se um padrão comemorativo da devota romagem que El-Rei D. João I fez subindo a antiga Rua dos Gatos, 'a pé e descalço' no meio do seu séquito, com é notório 'por uma não interrompida tradição', para agradecer a Santa Maria de Guimarães a vitória de Aljubarrota. Este Padrão, que mais avulta pelo facto histórico que encerra, pois segundo as crónicas, El-Rei D. João I entregou nesta altura a Santa Maria de Guimarães os despojos da Batalha de Aljubarrota como o Tríptico de prata doirada e esmaltada, que pertenceu ao Rei de Castela e se destinava às suas orações em campanha; doze corpos de apóstolos, de prata, doze corpos de anjos em prata, um pluvial de brocado a oiro, com imagens dos Reis de Castela e as suas armas; e seu Pelote e lança, e ainda um cordão em oiro com o cumprimento de uma milha, que é a distância que separa o Padrão de S. Lázaro ao Padrão do Salado."

O padrão do Salado encontrava-se à guarda do Museu Alberto Sampaio, tendo sido furtado.

Com relação à autoria, Alfredo Guimarães no seu "Guia de Turismo", refere:

"Na primeira quinzena de Junho de 1386, vindo de Lamego, D. João I volta a Guimarães, sendo possível que nessa data tivesse entabulado negociações com o Mestre de pedraria João Garcia, natural de Toledo e antigo vedor das obras de El-Rei D. Fernando, para a construção do novo templo gótico, da colegiada de Guimarães, pois foi nesse ano que o célebre padrão de Aljubarrota começou a edificar-se."

Em 1843, o padrão de D. João I encontrava-se em estado de ruína, tendo sido reparado pela Câmara Municipal. Pouco depois, em 1863, por necessidade de alinhar a rua que ia dar à estrada de Famalicão, foi o padrão afastado um pouco mais para trás, sendo instalado em seu local atual em 29 de agosto de 1864.

Características editar

Degraus simples conduzem ao centro do Padrão, onde se encontra um cruzeiro, com a cruz floretada gravada em pedra de Ançã. Nos seus braços abertos, em estilo gótico flamejante, sob o baldaquino encontra-se a imagem de Cristo crucificado. No reverso, um pouco mais abaixo, a representação do sofrimento da Virgem Maria com o Cristo morto no seu regaço.

Ver também editar

 
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Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA
  2. Cruzeiros e pelourinhos de Portugal - Miniaturas por José da Silva Pedro. Loures: Município de Loures. 2000. p. 17 
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