Palácio do Gulistão

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Palácio do Gulistão ou Golestão (em persa: کاخ گلستان; romaniz.:Kāx e Golestān; lit. "Palácio do Jardim das Rosas") é um antigo palácio real iraniano do Império Cajar, situado em Teerão. Sendo o mais antigo dos monumentos históricos em Teerão, o palácio pertence a um grupo de edifícios reais que estavam encerrados no interior das muralhas de adobe da Arg-e Soltanati, a cidadela histórica da capital iraniana.

Palácio do Gulistão 

Emarat-e Badgir, Palácio do Gulistão, o balcão principal no Palácio de Mármore

Tipo Cultural
Critérios i, ii, iii, iv
Referência 1422
Região Ásia e Oceania
Países Irã Irão
Coordenadas 35° 40′ 49,32″ N, 51° 25′ 13,84″ L
Histórico de inscrição
Inscrição 2013

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

História editar

 
O Interior do Palácio do Gulistão em 1860

A Arg ("cidadela", em persa) foi construída durante o reinado de Tamaspe I (r. 1524–1576) do Império Safávida (1502–1736), e foi renovada, mais tarde, pelo imperador zande Carim Cã (r. 1750–1779). Maomé Cã Cajar (r. 1742–1797) escolheu Teerão para sua capital. A Arg tornou-se na sede da corte do Império Cajar (1794–1925) e o Palácio do Gulistão na residência oficial da família real daquela dinastia.

Em 1865, o palácio foi reconstruído por Haji Abol-hasan Mimar Navai, alcançando a sua forma actual. Durante a era Pálavi (1925–1979), o Palácio do Gulistão foi usado para recepções formais, tendo os soberanos Pálavi construído o seu próprio palácio no Complexo Palaciano de Niavaran. As cerimónias mais importantes realizadas no palácio durante a era Pálavi foram a coroação de Reza Pálavi (r. 1925–1941) no Takht-e Marmar ("Trono de Mármore") e a coroação de Maomé Reza Pálavi (r. 1941–1979) na Galeria do Museu.

Entre 1925 e 1945, uma grande parte dos edifícios do palácio foram destruídos por ordem de Reza Pálavi, o qual acreditava que o centenário palácio dos Cajar não devia impedir o crescimento duma cidade moderna. No lugar dos velhos edifícios foram erguidas modernas estruturas em estilo comercial, durante as décadas de 1950 e 1960. Atualmente, o Palácio do Gulistão é administrado pela Organização do Património Cultural do Irão. No dia 11 de Outubro de 2005, aquele organismo apresentou o palácio com vista à inclusão na Lista do Património Mundial em 2007 da UNESCO.

Arquitectura editar

No seu estado presente, o Palácio do Gulistão é o resultado de cerca de 400 anos de construção, sendo o Khalvat-e Karim Khani ("Retiro de Karim Cã") uma das partes mais antigas do ainda existentes. Na sua localização contemporânea, cada um dos edifícios apresenta uma história única.

Emarat Badgir editar

 
Fachada do Emarat Badgir

O Emarat Badgir é um dos mais antigos edifícios do Palácio do Gulistão. Foi construído na época de Fate Ali Xá Cajar (r. 1797–1834), sendo composto por uma divisão principal, dois quartos laterais, dois vestíbulos e uma divisão no subsolo equipada com um tanque. A sala principal está decorada com vitrais, colunas de gesso em forma de espiral e rodapés de mármore pintado; O pavimento está coberto de azulejos pintados. O fundo é decorado por espelhos e pinturas, o que é raro no Palácio do Gulistão. A construção teve lugar entre 1807 e 1809, sob a direcção de dois arquitectos persas, Haje Mirza Jafar Cã Tabrizi e Abedalá Memarbaxi (mais conhecido pelo nome de Xeique Abdul Huceine). As pinturas são da autoria de Mirza Baba Xirazi, Ustade Amade, Firuz Axtiani e Ustade Maomé Cã.

Durante o reinado de Naceradim Xá Cajar (r. 1848–1896), o arquitecto Haje Ali Cã Hajibadulá efectuou algumas alterações no edifício, o que lhe daria o seu aspecto actual. As modificações podem constatar-se através da observação das aguarelas de Mamude Cã Saba (r. 1861–1863), onde são evidentes as diferenças entre o aspecto do edifício naquela época e o que apresenta actualmente.

Os Xás do Império Cajar utilizaram bastante este edifícios no Verão. A frescura que se sente no seu interior foi o motivo pelo qual a coroação de Mozafaradim Xá teve lugar aqui, em 1826, em vez de ocorrer no Palácio de Mármore, uma estrutura mais formal do Palácio do Gulistão. O edifício esteve fechado durante trinta anos na época Pálavi. Entre 2002 e o outono de 2004 tiveram lugar obras de restauro, sendo o edifício reaberto ao público depois disso.

Shams-ol Emareh editar

 
Fachada do Shams-ol-emareh
 
Detalhe do Khalvat-e Karim Khani

Alguns anos após a sua coroação, Nasser al-Din Xá decidiu alargar o Palácio do Gulistão na sua parte oriental. O Shams-ol Emareh, assim como a Galeria dos Espelhos, A Galeria do Museu e a Galeria de Marfim datam deste período. Nesta época, Teerão tinha poucos edifícios impressionantes e ainda menos edifícios altos. Alguns engenheiros franceses e austríacos foram convidados, nessa ocasião, para se deslocarem à capital persa com o objectivo de darem forma às ideias de Nasser al-Din Xá havia tido na Europa e desejava realizar na Pérsia. O Shams-ol-emareh surgiu em 1867, sendo, à época da sua construção, um dos mais altos edifícios de Teerão.

Mirza Hassan Khan Etemad-os-saltaneh, cronista da Corte, escreveu a este respeito:

(...) o Koushk, conhecido pelo nome de Shams-ol-emareh, é uma das obras grandiosas deste príncipe imperial. A sua vantagem em relação às outras construções de Teerão - e talvez do Irão - é evidente e o número dos seus andares eleva-se a cinco. Esta recordação importante é desenhada e construída sob a égide de Doust-Ali Khan Moaier-ol-mamalek à moda dos palácios e das construções dos países da Europa. Esta augusta construção é edificada no ano mil duzentos e oitenta e quatro da Hégira e vigésimo ano do reinado de sua majestade (...)

UNESCO editar

A UNESCO inscreveu o Palácio do Gulistão como Patrimônio Mundial por "ser uma obra-prima da era Cajar, mostrando a integração de sucesso entre artes persas antigas e a influência da arquitetura Ocidental".[1]

Referências

  1. Palácio do Golestan. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 31/12/2013.

Ligações externas editar