A Parábola da Rede é uma das parábolas de Jesus no Novo Testamento e encontrada em Mateus 13:47–52. Assim como a Parábola do Joio e do Trigo, no início do capítulo, ela se refere ao Juízo Final.[1] Esta é a sétima e a última parábola em Mateus 13, que começa com a Parábola do Semeador.[2]

Parábola da Rede.
Gravura de Jan Luyken na Bíblia de Bowyer.

Uma versão abreviada da parábola também aparece no apócrifo Evangelho Gnóstico de Tomé (verso 8).[3]

Narrativa bíblica editar

Em Mateus, a parabola segue:

«Igualmente o Reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.» (Mateus 13:47–52)

Evangelho de Tomé editar

No Evangelho de Tomé:

8. Ele disse: O homem se parece com um pescador ajuizado, que lançou sua rede ao mar. Puxou para fora a rede cheia de peixes pequenos. Mas entre os pequenos o pescador sensato encontrou um peixe bom e grande. Sem hesitação, escolheu o peixe grande e devolveu ao mar todos os pequenos. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
 

Interpretação editar

Como na Parábola do Joio e do Trigo, que ocorre antes em Mateus 13, esta parábola se refere ao Juízo Final.[1] Aqui, o quadro se mostra a partir da separação dos peixes comestíveis dos não-comestíveis, capturados provavelmente por uma rede de cerco.[2][5] A passagem diz que "os anjos virão e separarão os maus dos justos" de maneira similar.

João Crisóstomo a descreveu como um "parábola terrível",[6] observando que:

E em que isso difere da parábola do joio? Pois lá também um é salvo e o outro perece; mas lá, por ter escolhido doutrinas ímpias; e os antes desta novamente, por não terem dado atenção às Suas palavras, mas estes por maldade da vida; quem são os mais miseráveis de todos, tendo obtido Seu conhecimento e, sendo pegos, mas nem por isso susceptíveis de serem salvos.
 
João Crisóstomo, Homília 47 sobre Mateus[7].

As observações finais de Jesus indicam que, “os verdadeiros mestres do Reino mostram o tesouro do Reino para que todos possam ver”.[5]

Ver também editar

 
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Referências

  1. a b R. T. France, The Gospel According to Matthew: An introduction and commentary, Eerdmans, 1985, ISBN 0802800637, p. 230.
  2. a b Catholic Encyclopedia: Parables.
  3. Gospel of Thomas: Lamb translation and Patterson/Meyer translation.
  4. «Evangelho de Tomé». Saindo da Matrix. Consultado em 19 de fevereiro de 2011 
  5. a b Craig S. Keener, A Commentary on the Gospel of Matthew, Eerdmans, 1999, ISBN 0802838219, pp. 392-394.
  6. Patrick J. O'Reilly, Light Divine in Parable and Allegory, Kessinger Publishing, 2003 (originally 1930), ISBN 0766131351, p. 116.
  7. John Chrysostom, Homily 47 on Matthew.