Parque Nacional Galápagos

O Parque Nacional Galápagos é uma área de preservação natural do Equador, localizada nas ilhas que lhe dão o nome, o arquipélago de Galápagos.

Parque Nacional Galápagos
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional Galápagos
Foto de satélite das ilhas Galápagos sobrepostas com os nomes espanhóis das ilhas principais visíveis.
Localização Galápagos
País Equador
Estabelecido 1959
Dados
Área 7 995,4 km² km²
Coordenadas 0° 20' S 90° O
Parque Nacional Galápagos está localizado em: Galápagos
Parque Nacional Galápagos
Entrada da Estação Científica Charles Darwin
Uma tartaruga-das-galápagos

As ilhas foram descobertas em 1535, quando o navio que levava o bispo do Panamá, frei Tomás de Berlanga, se desviou de sua rota quando vinha do Panamá em direção ao Peru,[1] e logo chamaram a atenção dos exploradores pela grande quantidade de tartarugas-gigantes que ali viviam, que passaram a ser caçadas em massa para fornecer carne e óleo para os marinheiros. Charles Darwin visitou o arquipélago em 1835, surpreendendo-se com as características únicas da fauna local, cujo estudo contribuiu para que ele formulasse sua teoria da evolução das espécies.[2]

A distância das Galápagos de qualquer outra terra firme, estando a cerca de mil km da costa oeste da América do Sul, mais as fortes correntes oceânicas em seu redor e os ventos que sopram entre as várias ilhas, isolaram o arquipélago em conjunto e cada ilha individualmente, tornando-os laboratórios vivos da evolução das espécies.[3] A sua importância como um refúgio natural para muitas espécies endêmicas levou o governo equatoriano a criar nelas um Parque Nacional em 1959, com uma área que cobre 97% da sua extensão, ficando de fora apenas as áreas já urbanizadas e transformadas pela agricultura. Pelos mesmos motivos as Galápagos foram declaradas pela Unesco Patrimônio Mundial em 1979, e Reserva da Biosfera em 1985. Em 1987 uma área de 15 milhas náuticas em torno do arquipélago foi transformada na Reserva Biológica Marinha Galápagos, com 70 mil km², expandidos em 1998 para 130 mil km².[4][5]

O grupo é de origem vulcânica e ainda tem atividade sísmica e vulcânica, e é composto de 13 ilhas principais e mais de cem ilhotas e rochedos emersos, numa área total de cerca de 7 900 km².[5] As ilhas maiores tipicamente são constituídas de um cone de vulcão rodeado de baixadas, que se estendem até o litoral, que pode ser arenoso ou rochoso. Suas maiores altitudes podem chegar a quase 2 mil m, e sua topografia acidentada criou condições para o aparecimento de ecossistemas bastante diferenciados, favorecendo a evolução de uma grande variedade de criaturas únicas em todo o mundo. A fauna endêmica conta com várias espécies de invertebrados, répteis e aves, incluindo a tartaruga-das-galápagos, iguanas marinhos e terrestres, o cormorão-das-galápagos e 13 espécies de tentilhão-de-Darwin, além do único pinguim a viver em latitudes equatoriais, o pinguim-das-galápagos.[6]

Contudo, a biodiversidade local sofre com a competição de mais de mil espécies invasoras animais e vegetais introduzidas pelo homem, como o pombo-comum, vespas, mosquitos e formigas, cavalos, cabras e ratos, a quina, a goiabeira e a amoreira, além de ter sofrido historicamente pela caça predatória e pela destruição do ambiente, e hoje está ameaçada pelo crescimento do turismo. Em anos recentes vários projetos vêm buscando recompor o ambiente degradado, erradicar espécies invasoras e recuperar as populações nativas, alguns deles com apreciável sucesso. Não obstante, mais de 50% de suas plantas vasculares nativas ainda são consideradas oficialmente ameaçadas e quase 50% de seus vertebrados estão em idêntica situação.[7]

Ver também editar

Referências

  1. Stewart, P. D. Galápagos: the islands that changed the world. Yale University Press, 2006, p. 43
  2. Jackson, Michael Hume. Galápagos, a Natural History. University of Calgary Press, 1993, pp. xi; 1
  3. Durham, William H. "Fishing for Solutions: Ecoturism and conservation in Galapagos National Park". In: Stronza, Amanda & Durham, William H. Ecotourism and Conservation in the Americas. Centre for Agricultural Bioscience International, 2008, pp. 67-68
  4. Jackson, pp. xi-xii
  5. a b Durham, p. 67
  6. Galápagos Islands. UNESCO World Heritage Centre 1992-2012
  7. Durham, pp. 69-75

Ligações externas editar