O Parque de Foix faz parte da Rede de Espaços Naturais protegidos, promovidos e gestionados pela Deputação de Barcelona.

O Parque está gestionado pelo Consórcio do Parque de Foix, integrado pela Deputação de Barcelona e os Ajuntamentos de Castellet i la Gornal e Santa Margarida i els Monjos. O Plano Especial do Embalse del Foix, aprovado em 28 de julho de 1993, é a figura urbanística que garante a preservação dos valores naturais e culturais do parque e permite regular seus usos, ordenar o território de acordo com critérios paisagísticos e ecológicos, e definir o sistema de equipamentos necessários.

Situação editar

O Parque de Foix está situado no Alt Penedès, quase em pleno centro das comarcas de Garraf, em Alt Penedès e em Baix Penedès, ou seja, no centro geométrico e por tanto equidistante do triângulo formado por Vilanova i la Geltrú, em Vendrell e Vilafranca del Penedès, capitais das três comarcas. Comprende uma superfície aproximada de 2.900 ha.

O parque está situado na continuação do maciço de Garraf e a posição do embalse vem determinada pela bacia de Foix, já que está situado no último etapa da mencionada bacia.

Orografia editar

O pântano de Foix, que recorta as águas do rio do mesmo nome, encontra-se no setor mais meridional da depressão de Penedès, uma planície alargada de orientação NE-SO, situada entre a Cordilheira Pré-litoral e Litoral catalã, que pelo sul acaba abrindo-se ao mar. Geológicamente, este vale está repleto de materiais sedimentários miocênicos, com grosores de até 500 metros.

As margens montanhosas estão constituídas por formações rochosas que recordam sua proximidade ao maciço de Garraf. O protagonismo geológico destas elevações corresponde à rocha calcária, que gera uma paisagem peculiar, o carst, caracterizado pela presença de covas.

Vegetação editar

Carvalhos e pinheiros editar

O Parque de Foix apresenta ambientes ecológicos bem diferenciados. O carvalho cresce, de forma muito localizada e de forma misturada com pinheiros, nas zonas mais sombrias e úmidas, sendo que os pinheiros de pinho carrasco dominam nos lugares mais secos e assolarados. Nestes ambientes podemos encontrar o palmito e outros arbustos como o mástique, o carrasca, o morangueiro, o espinheiro, o buxo, o urze, a jara ou o rusco, e plantas aromáticas como o alecrim ou o tomilho.

Os ambientes do rio editar

Os ambientes ecológicos associados ao curso do rio, aos ribeiros, afluentes e, sobre tudo, ao embalse, têm um interesse muito destacado no contexto de um território seco e deficitário em precipitações.

Nas margens do rio Foix e de alguns ribeiros, como o de Marmellar e o de Llitrà, também em determinados setores do pântano, encontramos exemplos de vegetação de ribeiro, constituída por espécies como os fresnos, alisos, álamos, olmos, chopos o sauces, acompanhados de um sotobosque integrado pelo espinho albar, o emborrachacabras, a zarza, a hidra e a lechetrezna.

O mirtal é uma formação vegetal de grande valor, associada aos ribeiros dos arredores do pântano de Foix. Ali crescem espécies como o mirto, o palmito, o lentisco, o zarzaparrilla e o càrritx (Ampelodesmos mauritanica).

Os cultivos editar

Os cultivos, em planície ou em terraça, constituem outro dos ambientes ecológicos característicos do Parque de Foix. Estes ambientes de interregno entre o meio natural e o meio humano cumprem um papel primordial de refúgio e de fonte de alimentos para muitas espécies animais. Destaca, tradicionalmente, o cultivo da vida e, de forma mais minoritária, o das árvores frutíferas, como o almendro e o olivo, e a horta.

Fauna editar

A grande variedade de ambientes do Parque de Foix acolhe uma grande variedade de fauna. No pântano encontramos espécimes como a anguila, a carpa e o carpín, e répteis como o galápago comum, a cobra viperina e a cobra de colar. Por outra parte, as aves saõ o grupo melhor representado de todo o parque, com espécies como o cormorão, o pato real, o pato cuchara, a marreco, a ficha, a polla de água, a garça real, entre outros muitos. Outros ambientes úmidos, como as balsas, são refúgio de anfíbios como a salamadra, a ranita de São Antônio, a rã verde e o sapo comum.

Nas zonas de bosque vivem mamíferos como o texugo, a jineta, a raposa, o javali e aves como o cernícalo, o arrendajo, o herrerillo e a paloma torcaz, sendo que no roquedal podemos encontrar alguns répteis como o lagarto comum, a cobra de escalera e a cobra bastarda, e algumas aves de rapina como a águia perdicera. As covas acolhem diversos animais cavernícolas, como algumas espécies de morcegos, e nos ambientes humanizados abundam a salamandra e a coruja.

Patrimônio cultural editar

O Foix tem um papel destacado como encruzilhada de civilizações. Em tempos ibero-romanos cruzava a via de Tarraco e Barcino, e na Idade Média tornou-se em fronteira entre cristãos e mouros. Desta época datam os castelos de Penyafort e Castellet, que tiveram um grande valor estratégico.

Mais recentemente, numerosas masías são testigos de um tempo em que a trilogia mediterrânea –aceite, trigo y vid- presidia a agricultura da zona. Por outra parte, as cañadas, ou antigos caminhos de transhumancia, mostram a importância que teve a ganadería.

Atividades e programas editar

Programa ‘Viva o parque’ editar

"Viva o parque" é um programa co-organizado pela Área de Espaços Naturais da Deputação de Barcelona com a colaboração dos ajuntamentos de âmbito de cada parque.

O programa oferece uma série de atividades plásticas, cênicas, musicais, literárias, folclóricas e de difusão do patrimônio natural e cultural que se levam a cabo, durante um determinado período do ano, tanto no interior dos parques como nos municípios que têm seu término municipal dentro dos limites do espaço protegido.

O programa inclui em cada edição um apartado específico, dirigido aos estudantes dos municípios do parque.

O programa "Viva o parque" do Parque de Foix tem lugar durante os meses de setembro e dezembro.

Programa ‘O parque na mesa’ editar

"O parque na mesa" é um programa cultural-gastronômico promovido pela Deputação de Barcelona que promove os produtos naturais elaborados e produzidos por restaurantes, bodegas e produtores artesanais dos povos dentro do âmbito dos parques em que se desarrolla.

Esta proposta destaca, mediante a gastronomia, a viticultura e a elaboração artesanal de produtos, os valores naturais, culturais e paisagísticos dos parques que formam parte da Rede de Espaços Naturais.

Os pratos recomendados pelos restaurantes, as bodegas que elaboram vinhos com denominação de origem e os artesãos que elaboram diversos produtos fazem referência aos espaços naturais protegidos e a suas cidades e vilas e abastecem-se de produtos, naturais ou de elaboração artesanal, destas regiões.

"O parque na mesa" desenrola-se nos Parques de Garraf, Olèrdola e Foix, o Parque Natural de Sant Llorenç de Munt i l'Obac e o Parque de la Serralada Litoral.

Ligações externas editar