Paulo Portas

político português

Paulo de Sacadura Cabral Portas (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 12 de setembro de 1962) é um jurista, jornalista, político e comentador português.

Paulo Portas
Paulo Portas
Vice-primeiro-ministro de Portugal
Período 24 de julho de 2013 até
26 de novembro de 2015
Antecessor(a) Cargo vago
Sucessor(a) Cargo vago
Presidente do CDS – Partido Popular
Período 21 de abril de 2007 até
13 de março de 2016
Antecessor(a) José Ribeiro e Castro
Sucessor(a) Assunção Cristas
Período 22 de março de 1998 até
24 de abril de 2005
Antecessor(a) Manuel Monteiro
Sucessor(a) José Ribeiro e Castro
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
Período 21 de junho de 2011 até
24 de julho de 2013
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Luís Brites Pereira (2011–2013)
Francisco Almeida Leite (2013)
Antecessor(a) Luís Amado
Sucessor(a) Rui Machete
Ministro de Estado e da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar (a partir de 17 de julho de 2004)
Período 6 de abril de 2002 até
12 de março de 2005
Secretário de Estado da Defesa e Antigos Combatentes Henrique de Freitas (2002–2004)
Jorge Freitas Neto (2004–2005)
Antecessor(a) Rui Pena (como ministro da Defesa Nacional)
Sucessor(a) Luís Amado (como ministro da Defesa Nacional)
Jaime Silva (como ministro da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas)
Secretário de Estado para os Assuntos do Mar Nuno Thomaz (2004–2005)
Dados pessoais
Nome completo Paulo de Sacadura Cabral Portas
Nascimento 12 de setembro de 1962 (61 anos)
São Sebastião da Pedreira, Lisboa, Portugal
Nacionalidade português(esa)
Progenitores Mãe: Helena de Sacadura Cabral
Pai: Nuno Portas
Alma mater Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa
Prêmio(s) Distinguished Public Service Award
Partido CDS–PP
Religião Catolicismo
Profissão Jurista e Jornalista
Assinatura Assinatura de Paulo Portas

Infância e juventude editar

Nascido na freguesia de São Sebastião da Pedreira, hoje Avenidas Novas, é filho de Nuno Portas, arquiteto, cujo pai era de ascendência Galega, e de sua primeira mulher Helena de Sacadura Cabral, economista e jornalista;[1][2] irmão de Miguel Portas, dirigente político, e meio-irmão de Catarina Portas, jornalista e empresária. É também neto paterno de Leopoldo Barreiro Portas, sobrinho paterno de Carlos Portas e sobrinho-neto materno do piloto aviador Artur Sacadura Cabral. A escritora Maria Velho da Costa é sua madrinha de batismo.[3] Estudou no Colégio de São João de Brito e licenciou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.

Militante da JSD e do PSD editar

Iniciou a sua vida política na Juventude Social-Democrata, em 1975, ainda com 13 anos incompletos. Anos depois, seria diretor-adjunto do jornal oficial da JSD, então designado Pelo Socialismo.[4] Em 1979, aderiu também ao Partido Social-Democrata.[4] Chegou a disputar a liderança da Comissão Política Distrital de Lisboa da JSD. Abandonou as duas estruturas em 1982.[4]

Carreira no jornalismo editar

Estreou-se no jornalismo aos 15 anos, como estagiário na redacção de O Tempo, jornal dirigido por Nuno Rocha. Foi, posteriormente, redator de A Tarde e do Semanário, acompanhando Vítor Cunha Rego.[5]

O Independente editar

Juntamente com Miguel Esteves Cardoso e Pedro Paixão, e com o apoio de Luís Nobre Guedes,[6] Paulo Portas foi um dos fundadores do jornal O Independente, em 1988. Do ponto de vista editorial, tratava-se de um semanário que pretendia revolucionar a imprensa portuguesa, afirmando-se como um contraponto libertário e culto face à imprensa esquerdista de então ou, no dizer de Filipe Santos Costa — autor do livro editado em 2015, O Independente. A máquina de triturar políticos — «uma vanguarda cultural e estética que não tinha lugar na imprensa tradicional»[7]. Do ponto de vista político, é um projeto associado à estratégia de intervenção de uma geração de jovens que não se reviam na nomenklatura herdada dos tempos da revolução. Nesse projeto, Portas seria o artífice jornalístico e Nobre Guedes — seu primeiro administrador até à venda a Miguel Pais do Amaral, em 1991 —, o artífice empresarial.[6] Através d'O Independente, Paulo Portas será protagonista de violentas críticas e denúncias contra os governos de Aníbal Cavaco Silva e os seus ministros (Miguel Cadilhe, Jorge Braga de Macedo, João de Deus Pinheiro, entre outros). Várias vezes, as suas crónicas ou notícias o levam ao banco dos réus, mas poucas vezes sai vencido. A par do jornalismo, lecionou, na Universidade Moderna de Lisboa, a disciplina de História das Ideias Políticas, e dirigiu a Amostra, centro de sondagens da mesma instituição.

Carreira política no CDS editar

Em 1995, abandona a direção d'O Independente, iniciando uma carreira política. A aproximação ao Centro Democrático Social era anterior, remontando à ligação de Portas a Manuel Monteiro. Portas fora um dos estrategos mais próximos da liderança de Monteiro, apoiando-o na revisão da orientação política do partido, assumindo-se agora como liberal e antifederalista, com uma nova designação de CDS – Partido Popular. Manuel Monteiro inclui Portas nas listas do CDS-PP como cabeça-de-lista no Círculo de Aveiro, às legislativas de 1995, que lhe permitem ser eleito deputado à Assembleia da República. No círculo de Aveiro, disputavam também as eleições Carlos Candal e José Pacheco Pereira, cabeças-de-lista do PS e do PSD, respetivamente, sendo a campanha marcada por um texto bastante sarcástico, divulgado à imprensa, intitulado Breve manifesto anti-Portas em Português suave, da autoria de Candal. Nele, o autor chama "menino da mamã" a Portas e, nas entrelinhas, insinua que seria apoiado pelo lobby gay. Devido a essas declarações polémicas, o líder do PS António Guterres retirou a confiança política a Candal.

1.ª liderança do CDS - Partido Popular (1998-2005) editar

Incompatibilizado com Manuel Monteiro, disputou em 1998 a liderança do CDS-PP à sua sucessora designada, Maria José Nogueira Pinto, que derrotou. Iniciava assim um longo percurso à frente do CDS-PP — as vitórias nas eleições internas de 1998, 2000, 2002, 2004, 2007, 2009, 2011 e 2013 fariam dele o líder partidário com mais tempo no poder: 18 anos, com um intervalo de dois, entre 2005 e 2007[8]. Candidato a autárquicas, legislativas e europeias, Paulo Portas foi eleito deputado à Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis (1997-2001), deputado ao Parlamento Europeu (1999) e vereador da Câmara Municipal de Lisboa (2001), depois de ter encabeçado a lista do CDS a essa autarquia. Acumulou ainda o cargo de presidente do partido com o de presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP (1999-2001).

Tentativa de coligação com o PSD de Marcelo Rebelo de Sousa editar

Pouco tempo depois de ter formado uma pré-coligação com o PSD de Marcelo Rebelo de Sousa, intitulada «Alternativa Democrática», para enfrentar o PS de António Guterres, nas eleições legislativas de 1999, o PSD abandonou o projeto e Marcelo Rebelo de Sousa acabaria mesmo por se demitir da liderança do partido. Como pano de fundo estavam os boatos que corriam sobre a ligação de Portas à Universidade Moderna de Lisboa, instituição cujos dirigentes se viram envolvidos num conjunto de irregularidades e desvio de dinheiros. Marcelo resistia a defender Portas nesse transe e a quebra de confiança fez com que o projeto da Alternativa Democrática morresse ali.[8]

Estreia no governo, com José Durão Barroso editar

A estreia de Portas em funções de governo viria a dar-se com Durão Barroso. A coligação com o PSD foi celebrada na sequência das eleições legislativas de 2002, em que o PSD saiu vitorioso, mas sem alcançar a maioria absoluta. Paulo Portas e Durão Barroso fizeram essa coligação pós-eleitoral, que levou o líder centrista a assumir o cargo de Ministro de Estado e da Defesa Nacional (2002-2004) do XV Governo Constitucional. Com a indigitação de Pedro Santana Lopes, foi empossado como Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar (2004-2005) do XVI Governo Constitucional. Enquanto ministro, no âmbito da reversão da propriedade do edifício do Casino Lisboa para a Estoril Sol, procurou saber o ponto de situação da decisão do então ministro do Turismo, Telmo Correia, sobre a homologação de um parecer da Inspeção-Geral de Jogos, que permitia que a Estoril Sol ficasse com o edifício do Casino Lisboa, em vez de este reverter para o Estado, como estaria previsto na lei do jogo, após o fim da concessão de exploração. Paulo Portas transmitiu depois a Abel Pinheiro, membro do CDS-PP, que Telmo Correia já havia homologado o parecer.[9]

Demissão de líder do CDS-PP editar

Nas eleições legislativas de 2005, não conseguindo o objetivo de obter 10% dos votos e evitar a maioria absoluta do Partido Socialista, pediu a demissão. Na disputa pela sucessão, os portistas uniram-se em torno de Telmo Correia, mas foi José Ribeiro e Castro quem saiu vencedor das diretas. Em 2005, Portas foi distinguido pelo secretário da Defesa dos Estados Unidos da América, Donald H. Rumsfeld, com a medalha ‘Distinguished Public Service Award'.[10]

2.ª liderança do CDS - Partido Popular (2007-2016) editar

No entanto, em 2007, voltaria com uma candidatura à Comissão Política Nacional, que o fez regressar à liderança do CDS-PP. Portas impede que José Ribeiro e Castro renovasse o seu mandato, obtendo quase 75%[11] dos votos sobre este. No intervalo, dedicara-se à análise da atualidade política, com um programa na SIC Notícias, mas não deixara o Parlamento, onde se destacava em calorosos debates com José Sócrates e os seus ministros, criticando fortemente o investimento público, as políticas de austeridade, e fazendo denúncias sobre a ASAE[12] ou o Ministro da Agricultura Jaime Silva, quando Portugal teve de devolver os fundos comunitários para a agricultura, por falta de abertura de concursos.[13] Enquanto isso o PSD vivia lutas internas, que envolviam disputas entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes[14] e, posteriormente, Manuela Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes.[15] Reeleito deputado nas eleições legislativas de 2009, os jornalistas alimentam especulações sobre se Portas aceitaria coligar-se com Sócrates, perante o facto de o PS vencer sem maioria absoluta.[16] As expetativas, porém, não se confirmam e Sócrates formará governo minoritário.[17] Em 2011, une-se ao PSD, ao Partido Comunista, aos Verdes e ao Bloco de Esquerda na recusa de um quarto PEC, proposto à Assembleia da República pelo governo de Sócrates,[18] Entretanto, a necessidade de Portugal recorrer à ajuda externa (do FMI, do BCE e da UE) face à incapacidade autónoma de travar o défice das contas públicas portuguesas induziram o primeiro-ministro socialista José Sócrates a demitir-se do cargo de primeiro-ministro e obrigaram o presidente Cavaco Silva a convocar eleições antecipadas para 5 de junho de 2011.[19] Foi reeleito nas legislativas desse mesmo ano.

Regresso ao Governo, com Pedro Passos Coelho editar

Conduziu as negociações para a constituição do XIX Governo Constitucional de Portugal pelo CDS-PP com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que culminaram na assinatura a 16 de junho de 2011 de um acordo político de governação denominado "Maioria para a Mudança". No dia 21 de Junho de 2011, toma posse como Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pelo XIX Governo Constitucional de Portugal. Nestas funções, sugeriu que as Embaixadas de Portugal se tornassem locais de mostras de produtos nacionais. Posteriormente, ficou encarregue da Economia para as questões externas, até então a cargo do Ministério da Economia e de Álvaro Santos Pereira.

Demissão do governo de Passos Coelho editar

A 2 de julho de 2013, Paulo Portas apresentou o seu pedido de demissão do XIX Governo o qual, nos termos do comunicado que então divulgou, era irrevogável.[20] O pedido de demissão resultou da escolha, pelo Primeiro-Ministro, de Maria Luís Albuquerque como Ministra das Finanças para substituir Vítor Gaspar, que tinha apresentado a sua demissão no dia anterior.[20] Contudo, após dois dias de conversações entre os líderes da coligação, os dois partidos chegaram a um acordo. No dia 7 de julho, o líder do CDS-PP é nomeado vice-primeiro-ministro e fica com a responsabilidade da coordenação das políticas económicas, do relacionamento com a Comissão de Credores e da reforma do Estado. Portas foi novamente nomeado e empossado como vice-primeiro-ministro do XX Governo Constitucional em 30 de outubro de 2015, governo que ficou em funções apenas até novembro do mesmo ano.

Afastamento da política ativa editar

Paulo Portas anunciou no dia 28 de dezembro de 2015 que não se iria recandidatar à liderança do CDS-PP no congresso a realizar na primavera de 2016.[21] Cessou assim as suas funções como líder do CDS-PP ao fim de 16 anos de liderança apenas interrompidos pelo mandato de Ribeiro e Castro, a 13 de março de 2016, no 26.º congresso do partido, em Gondomar. Em 12 de Maio de 2016, assinou contrato com a TVI para se tornar comentador semanal, no Jornal das 8.[22] Já em 6 de junho do mesmo ano, o semanário Expresso avança que Portas vai também trabalhar para a Mota-Engil,[23] para dirigir o Conselho Internacional. Este órgão de aconselhamento estratégico da empresa terá como objetivo prioritário o mercado da América Latina. Segundo o Jornal de Negócios, foi por essa razão que o eleito foi Paulo Portas, pois quando foi Ministro dos Negócios Estrangeiros desenvolvera conhecimentos tanto na América Latina como também em África.[24]

Em 2020, foi apontado para liderar coligação PSD/CDS na Câmara de Lisboa e enfrentar Fernando Medina, cenário que rejeitou.[25]

Polémicas editar

Caso Moderna editar

O Caso Moderna ganhou notoriedade quando Esmeraldo Azevedo, antigo dirigente da Dinensino, proprietária da Universidade Moderna, fez com que a PJ iniciasse um inquérito. Entre a muita informação alegadamente descoberta, focou-se atenção na hipótese de terem sido descobertas informações que Paulo Portas e a sua mãe, Helena Sacadura Cabral, assim como outras personalidades, teriam recebido ofertas da cooperativa em causa, de forma a que esta ganhasse notoriedade e visibilidade nas altas esferas da sociedade. No caso de Paulo Portas, foram noticiadas suspeitas de financiamento do CDS-PP, liderado por Paulo Portas, com fundos da cooperativa, de financiamento da equipa de segurança no Congresso do CDS-PP, em 1998, também pela cooperativa proprietária da Universidade Moderna, assim como de financiamento pela Universidade de despesas pessoais de Paulo Portas, nomeadamente obras em sua casa. Um dos presentes alegadamente terá sido uma viatura de luxo, da marca Jaguar, que Paulo Portas conduzia e com que embateu no carro de uma jornalista do Expresso, e a que teria direito como diretor do centro de sondagens da Universidade Moderna. Politicamente, o caso determinou o fim da coligação entre PSD, liderado por Marcelo Rebelo de Sousa, e CDS, que se perspetivava para as eleições legislativas de 1999, levando inclusive à demissão de Marcelo Rebelo de Sousa do cargo de presidente do PSD; no entanto, Paulo Portas conseguiu ser reeleito presidente do CDS. No setor judicial, o caso levou à demissão do diretor nacional da Polícia Judiciária, Fernando Negrão, e do procurador-geral da República, Cunha Rodrigues.[9]

O "Caso Moderna", assim como ficou conhecido, culminou na detenção de José Braga Gonçalves, o qual foi mais tarde libertado no dia 25 de outubro de 2005. António Sousa Lara, ex-vice-reitor da Universidade Moderna e um dos arguidos no Caso Moderna, acusou Paulo Portas numa sessão de tribunal de estar implicado no caso. Sousa Lara disse que, em relação a Paulo Portas, existia matéria com implicações a nível penal. Segundo Sousa Lara, terão sido umas viagens que Paulo Portas terá alegadamente feito. No entanto, ao ser interrogado por mais informações acerca disto, Sousa Lara escusou-se a clarificar e pediu desculpas ao coletivo de juízes. Este caso também parece ter ligações com a alegada gestão danosa por parte de Paulo Portas, quando este geria a empresa de sondagens Amostra, quando uma alegada carta de José Braga Gonçalves veio a público.

Alegada carta de José Braga Gonçalves a Paulo Portas editar

Alegadamente, José Braga Gonçalves terá escrito uma carta a Paulo Portas, enquanto cumpria prisão preventiva. O que saiu para a comunicação social foi uma carta que se pode ler no site do jornal Público.

Caso do alegado afastamento de Maria José Morgado editar

Em 2002, Maria José Morgado, na altura na diretora nacional adjunta da Polícia Judiciária, para surpresa geral, demite-se. Rumores acerca do papel da ex-ministra da justiça Celeste Cardona e Paulo Portas começaram a circular na comunicação social. A princípio, Maria José Morgado declarou serem falsos os rumores que davam a entender que esta teria sido pressionada pelos dois ministros para se demitir. No entanto, mais tarde, numa comissão de inquérito, Maria José Morgado revelou que foi Adelino Salvado, o então diretor nacional da PJ, que lhe tinha dito que eram Celeste Cardona e Paulo Portas que teriam receio que ela continuasse a liderar o combate ao crime económico na PJ. Paulo Portas recusou-se a comentar as declarações de Maria José Morgado, porque tal, segundo ele, faria com que caísse numa armadilha e negou a ligação entre as demissões e o Caso Moderna.

Caso da compra de submarinos editar

A compra de submarinos para a Marinha portuguesa ao consórcio alemão German Submarine, referido como caso dos submarinos, e a burla e fraude associada às contrapartidas por essa compra, referido como caso das contrapartidas dos submarinos, ambos com origem na investigação do caso Portucale, estão envoltos em polémica, uma vez que a Escom, empresa do Grupo Espírito Santo, terá efetuado o pagamento de contrapartidas monetárias no âmbito da negócio da compra de submarinos. Alegadamente, suspeita-se que parte desse pagamento de contrapartidas tenha sido depositada numa conta bancária ligada ao CDS-PP. Em outubro de 2009, a PJ realizou buscas num escritório de advogados, para tentar encontrar o contrato que alegadamente anda desaparecido. Francisco Louçã, então líder do partido Bloco de Esquerda, sugeriu que Paulo Portas talvez as encontraria entre as 61 mil fotocópias que alegadamente fez, antes de abandonar as funções governativas. Ana Gomes, então deputada do PS ao Parlamento Europeu, apresentou queixa-crime ao Ministério Público por suspeitas de fraude, violação das regras do mercado interno europeu, má utilização dos dinheiros públicos, corrupção e responsabilidade pelo desaparecimento de documentos. Contudo, Paulo Portas foi apenas chamado ao Ministério Público para depor como testemunha. O processo começou a ser investigado em 2006 e foi arquivado em 2014, por falta de indícios de crime.[9]

Condecorações[26] editar

Ligações externas editar

Notas e referências

  1. António Luís de Torres Cordovil Pestana de Vasconcelos (2005). Costados Alentejanos 1.ª ed. ed. Évora: Edição do Autor. pp. Volume II. Árv. N.º 104 
  2. Armando Freire Cabral de Sacadura Falcão (1964). Freires Corte-Reais-Subsídios Genealógicos 1.ª ed. ed. Castelo Branco: Estudos de Castelo Branco. pp. Volume I. 179 
  3. «"Não tenho os valores tradicionais da direita. Não sou pateta!"». Jornal Expresso. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  4. a b c «dn.sapo.pt». Diário de Notícias (Portugal) [ligação inativa]
  5. «Biografia do Vice-Primeiro-Ministro». Site Oficial do Governo de Portugal 
  6. a b «Portas e Guedes: como o poder separou dois amigos íntimos - DN». www.dn.pt. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  7. Renascença (14 de dezembro de 2015). «"Indy". O jornal onde os políticos se "esfaqueavam" comandados por um "Marcelo 2.0" - Renascença». Rádio Renascença. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  8. a b «Visão | O best of de Paulo Portas». Visão. 29 de dezembro de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  9. a b c A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
  10. «Paulo Portas Condecorado». Correio da Manhã 
  11. Margarida Gomes, Filomena Fontes (22 de abril de 2007). «Vitória com 74,6 por cento dos votos». Jornal Público. Consultado em 22 de abril de 2007 [ligação inativa]
  12. «Portas denuncia "perversão" da ASAE». Jornal Expresso. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  13. «Troca de «mimos» entre Paulo Portas e Jaime Silva». TVI24. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  14. Carrapatoso, Miguel Santos. «Livro: como um hacker deu a liderança do PSD a Menezes». Observador. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  15. «Passos Coelho desafia Ferreira Leite a dizer o que pensa». Jornal Expresso. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  16. Azevedo Alves, André (3 de setembro de 2009). «Um governo de coligação PS-CDS?». O Insurgente. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  17. «Sócrates ″imita″ Cavaco Silva do Governo minoritário - DN». www.dn.pt. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  18. «Jornal Económico». O Jornal Económico. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  19. «Portugal - As principais notícias». www.cmjornal.pt. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  20. a b O texto do comunicado, disponível aqui, refere expressamente o seguinte: «Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.»
  21. «Paulo Portas abandona liderança do CDS-PP». PÚBLICO. Consultado em 29 de dezembro de 2015 
  22. «Paulo Portas é o mais recente comentador da TVI». Público. Público. 12 de maio de 2016. Consultado em 13 de maio de 2015 
  23. «Portas vai trabalhar para a Mota-Engil». Jornal Expresso. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  24. «Paulo Portas: ″Toda a gente sabe que sou um workaholic!″ - DN». www.dn.pt. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  25. «Paulo Portas descarta ser o candidato da direita contra Medina em 2021: "Não! Lisboa, não".» 
  26. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de Paulo Sacadura Cabral Portas". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 6 de fevereiro de 2015 
Paulo Portas

Precedido por
Manuel Monteiro
Presidente do CDS – Partido Popular
1998 – 2005
Sucedido por
José Ribeiro e Castro
Precedido por
Rui Pena
(como ministro da Defesa Nacional)
Ministro de Estado e da Defesa Nacional
XV Governo Constitucional
2002 – 2004
Sucedido por
o próprio
(como ministro de Estado, da Defesa Nacional
e dos Assuntos do Mar)
Precedido por
o próprio
(como ministro de Estado e da Defesa Nacional)
Armando Sevinate Pinto
(como ministro da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas)
Ministro de Estado, da Defesa Nacional
e dos Assuntos do Mar
(juntamente com Carlos Costa Neves, como ministro da Agricultura, Pescas e Florestas)
XVI Governo Constitucional
2004 – 2005
Sucedido por
Luís Amado
(como ministro da Defesa Nacional)
Jaime Silva
(como ministro da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas)
Precedido por
José Ribeiro e Castro
Presidente do CDS – Partido Popular
2007 – 2016
Sucedido por
Assunção Cristas
Precedido por
Luís Amado
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
XIX Governo Constitucional
2011 – 2013
Sucedido por
Rui Machete
Precedido por
Cargo vago
Anterior incumbente:
Eurico de Melo
(1987–1990)
Vice-primeiro ministro
XIX e XX Governos Constitucionais
2013 – 2015
Sucedido por
Cargo abolido