Pedro Álvares da Cunha

militar e nobre português (1658-1728)

Pedro Álvares da Cunha (13 de Janeiro de 1658 - 18 de Janeiro de 1728),[1] 18.º senhor de Tábua, foi um fidalgo e militar português dos séculos XVII e XVIII.

Pedro Álvares da Cunha
18.º Senhor de Tábua
Pedro Álvares da Cunha
Armas da família Cunha, no Livro do Armeiro-Mor (1509)
Consorte
  • Inês Maria de Melo, filha dos senhores de Pancas (1.º casamento)
  • Maria Teresa de Meneses, filha dos senhores do Morgado de Ponte de Sor, casa da Flor da Murta (2.º casamento)
Nascimento 1658
Morte 1728 (70 anos)
Pai D. António Álvares da Cunha, 17.º Senhor de Tábua
Mãe D. Maria Manuel de Vilhena, irmã do 1.º Conde de Vila Flor
Ocupação Fidalgo, Militar
Filho(s)
Filha(s)
  • Lourença Francisca de Melo
  • Ana Joaquina da Cunha e Meneses
  • Teresa Heliodora da Cunha e Meneses
  • Juliana Maria da Cunha e Meneses

Biografia editar

Era filho de D. António Álvares da Cunha, 17.º senhor de Tábua e um dos conjurados de 1640 e de sua mulher, D. Maria Manuel (irmã do 1.º conde de Vila Flor, D. Sancho Manuel de Vilhena); e irmão mais velho do célebre diplomata português, D. Luís da Cunha.

Sucedeu na casa de seu pai e foi assim 18.º senhor de Tábua, administrador do morgado de Bulhaco, senhor da vila de Ouguela e comendador de S. Miguel de Nogueira na Ordem de Cristo.

Foi Trinchante dos reis D. Pedro II e D. João V.

Serviu nas campanhas militares portuguesas no âmbito da guerra de sucessão de Espanha, sendo coronel de um regimento do Algarve e foi também governador e depois capitão general da ilha da Madeira, nomeado por carta patente de 30 de março de 1711, prestando homenagem a D. João V em 17 de setembro de 1712 e tomando posse logo de seguida, no Funchal, a 1 de outubro de 1712.[1] [2]

Como chefe da linhagem dos Cunhas, após o falecimento dos seus 4 irmãos mais velhos, prestou especial homenagem a seu tio-avô, o famoso arcebispo de Braga e Lisboa e aclamador em 1640, D. Rodrigo da Cunha. Mandou trasladar os seus restos mortais em 1702 e colocar no seu túmulo um epitáfio, onde D. Rodrigo é descrito como sendo um “Pai da Pátria” e “cardeal nomeado, que não aceitou para libertar a Pátria” (em 1638, o seu tio-avô fora efetivamente convidado para cardeal em Madrid, mas recusara a oferta, escolhendo permanecer em Lisboa, como arcebispo).[2]

Descendência editar

Casou duas vezes, sendo sua primeira mulher Inês Maria de Melo, filha de Cristóvão da Costa Freire, senhor de Pancas e Atalaia e de D. Francisca Teresa de Sottomayor. D. Inês Maria de Melo faleceu de sobreparto em 01.11.1704 e com ela teve os seguintes filhos:[1]

  • D. Lourença Francisca de Melo, nascida a 10.08.1699 e casada com seu primo segundo D. Sancho Manuel, senhor da vila de Zibreira , com geração;

D. Pedro Álvares da Cunha casou pela segunda vez com D. Maria Teresa de Meneses, filha de D. António de Meneses, alcaide-mór de Sintra, comendador de S. Silvestre de Requião e de S. Miguel de Alvarães, senhor do morgado de Ponte de Sor,[7] etc. (sogro de uma célebre amante do rei D. João V, motivo pelo qual sua família passaria a ser conhecida como "Meneses da Flor da Murta"),[8] e de sua segunda mulher D. Antónia Madalena de Vilhena (filha do 1.º visconde de Fonte Arcada), com quem teve os seguintes filhos:[1]

  • D. Ana Joaquina da Cunha e Meneses, nascida em Lisboa,[9] a 30.11.1710, que casou a 23.09.1728 com D. António José de Ataíde Azevedo e Brito, senhor das honras de Barbosa e de Ataíde (carta de confirmação de 16.03.1722)[10] e das vilas de Aguieira e Mourisca, "senhorios dos seus maiores desde o início do reino",[11] governador da praça de Castelo de Vide, etc., com geração;
  • D. Teresa Heliodora de Meneses e Cunha, nascida a 03.07.1716 e falecida a 07.03.1780, que casou a 13.06.1737 com António Sodré Pereira, senhor de Águas Belas, governador e capitão-general da Ilha da Madeira, da praça de Mazagão e de Pernambuco, com geração;[1]
  • D. José Vasques Álvares da Cunha, que nasceu a 19.03.1724 e f. a 01.12.1812 e foi 2.º conde da Cunha, além de Trinchante da Casa Real,[12] etc., casado pela primeira vez em 1760 com sua sobrinha D. Maria Antónia Xavier Sodré Pereira de Meneses (filha de António Sodré Pereira, acima referido) e pela segunda vez, a 05.12.1791, com sua prima D. Maria do Carmo de Portugal e Meneses, com geração de ambos os casamentos;
  • D. Juliana Maria Luísa da Cunha e Menezes, nascida a 23.06.1727 e falecida a 29.07.1777, que casou pela primeira vez a 26.09.1740, com Luís de Melo, 16.º senhor de Melo, com geração, e depois pela segunda vez, em 1748, com Bernardo de Carvalho e Lemos, 10.º senhor da Trofa, sem geração.[13]

Referências editar

  1. a b c d e Sousa, D. António Caetano de (1745). História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XI (PDF). Lisboa: Regia Officina Sylviana. p. 836, 837, 837, 840 - 841. Consultado em 4 de setembro de 2019 
  2. a b «D. Rodrigo da Cunha (I) como arcebispo de Braga, Galeria dos Arcebispos, Braga, Portugal». Arquipélagos. Consultado em 24 de novembro de 2023 
  3. «Autos de justificação do Conde da Cunha, D. António Alves da Cunha, irmão e herdeiro do secretário de Estado, D. Luís da Cunha, filho de D. Pedro Álvares da Cunha e de D. Inês Maria de Melo - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  4. «Carta de D. Luís da Cunha Manuel para Sebastião José de Carvalho Melo com notícias da família Real - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  5. «Carta de D. Luís da Cunha Manuel, secretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra para o núncio Acciaiuoli transmitindo-lhe a ordem régia de expulsão imediata do reino - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 21 de outubro de 2023 
  6. «Governo de D. Luís da Cunha Manuel (1756 - 1776)». Arquivo Histórico do Exército. Consultado em 4 de setembro de 2019 
  7. Lázaro, Alice (1 de dezembro de 2015). «Azevedos da Ponte de Sor». Raízes & Memórias: 15. Consultado em 22 de outubro de 2023. Foi ... por linha feminina, que a herança dos Azevedos da Ponte de Sor acabou por entrar na linhagem dos Menezes, 
  8. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra. Livro Primeiro, cap. VI ("Meneses"). Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 113. Consultado em 21 de outubro de 2023. De D. Gonçalo Teles, conde de Neiva, provieram as casas ... dos senhores do Morgado de Ponte de Sôr, casa da Flor da Murta 
  9. «Diligência de habilitação para a Ordem de Cristo de D. Luís Inácio de Ataíde - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 21 de outubro de 2023. D. Luís Inácio de Ataíde ... filho de D. António José de Ataíde Azevedo e Brito e de sua mulher D. Ana Joaquina de Menezes, naturais de Lisboa 
  10. «Mercês de D. João V - carta da quinta e honra de Barbosa». Arquivo Nacional Torre do Tombo. 21 de setembro de 2011. Consultado em 9 de setembro de 2019 
  11. D. António Caetano de Sousa, op. cit., Tomo XI, Livro XIII, p. 839
  12. «(D.) José Vasques da Cunha - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 5 de fevereiro de 2020 
  13. Soveral, Manuel Abranches de. «Casa da Trofa». Consultado em 4 de setembro de 2019