Pedro Morais (Lisboa, 21 de outubro de 1944 — Lisboa, 6 de julho de 2018) foi um professor e artista plástico português.[1]

Pedro Morais
Pedro Morais
Nascimento 21 de outubro de 1944
Lisboa
Morte 6 de julho de 2018 (74 anos)
Lisboa
Nacionalidade português
Área artes plásticas

Biografia e obra editar

Nasceu em Lisboa, onde frequentou o curso de pintura da ESBAL. Partiu para Paris em 1965, onde frequentou a École des Beaux Arts, residindo nessa cidade até 1977. Nesse ano regressa a Lisboa, ocupando o lugar de professor na Escola António Arroio, onde teve uma ação marcante (foi professor, entre tantos outros, de Francisco Tropa, Marta Soares, Edgar Massul, Rui Calçada Bastos ou André Maranha); foi responsável pela experiência pedagógica Atelier Livre AT.RE., de 1979 a 1994, e pela Galeria Lino António desde 1984. Segundo Francisco Tropa, "Com uma sabedoria enorme, o Pedro fez do Atelier um espaço de liberdade em que nós aprendíamos sem dar por isso. […] Acho que posso falar por todos [os seus alunos] e dizer que haverá sempre qualquer coisa dele em nós e no que fazemos. Qualquer coisa que é difícil de explicar mas que está lá".[2][3][4]

Entre 1975 e 1976, anulou toda a sua produção artística e dados biográficos anteriores (1964-1976), nas realizações Lettre ou fenetre a sept amis, Ao revoir Pedro Morais e outros projetos e textos (Paris, 1975) e Tu est…, Duplo Triângulo – desenho, pintura e objetos (Paris, 1976).

A partir do início dos anos de 1980, Pedro Morais participa em várias exposições coletivas e individuais, expondo seu trabalho na Sociedade Nacional de Belas Artes, na Escola António Arroio, no Museu Nacional de Arte Antiga, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Serralves, no espaço Sismógrafo ou no Chiado 8. Segundo João Fernandes, na obra de Pedro Morais "a escultura, a pintura, o desenho e o som cruzam-se para criar obras de grande rigor que colocam o observador perante situações que é chamado a experimentar através de um objeto ou uma arquitetura".[2]

Artista e professor, Pedro Morais foi "um dos nomes mais secretos e influentes da arte portuguesa actual, num percurso feito à margem de galerias, onde se recusa expor, e instituições museológicas"[5]. Embora reconhecida e exposta pontualmente em espaços de prestígio, "entre 1982 e a actualidade a sua obra foi apresentada em pouco mais que uma dezena de ocasiões, algumas das quais em espaços ditos alternativos ou em formatos menos evidentes, como é o caso do livro".[6]

Morreu a 6 de julho de 2018, em Lisboa, vítima de cancro.[2]

Algumas exposições posteriores a 1982 editar

Referências

  1. Fundação de Serralves – Exposição de Pedro Morais
  2. a b c Lucinda Canelas. «Morreu Pedro Morais, um artista que é quase um segredo». Jornal Público. Consultado em 8 de julho de 2018 
  3. «"É", Pedro Morais». VIRAL. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  4. A.A.V.V. (coordenação Isabel Carlos) – Professores. Lisboa: Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, 2010-2011, p. 197. ISBN 978-972-635-217-4
  5. Oscar Faria. «Arte de coração a coração no Museu em Serralves». Jornal Público. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  6. a b Pedro Morais – A Dança dos Pirilampos. Curador: Bruno Marchand. Chiado 8, 2011
  7. A.A.V.V. (coordenação Isabel Carlos) – Professores. Lisboa: Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, 2010-2011.
  8. Morais, Pedro – MA. Dança dos Pirilampos. Lisboa: Chiado 8, 2011. ISBN 978-972-769-074-9
  9. Agência Lusa. «Pedro Morais expõe projeto inédito "Nudez" no Pavilhão Branco em Lisboa». Diário de Notícias. Consultado em 21 de fevereiro de 2018