Pentacloreto de fósforo

composto químico
Pentacloreto de fósforo
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC Phosphorus(V) chloride
Outros nomes Pentacloreto de fósforo
Identificadores
Número CAS 10026-13-8
Número RTECS TB6125000
SMILES
Propriedades
Fórmula molecular PCl5
Massa molar 208.22 g mol−1
Aparência cristais incolores
Densidade 1.6 g cm−3
Ponto de fusão

179–181 °C

Ponto de ebulição

sublimação 70-80 °C
(vácuo)

Solubilidade em água decomposição (exotérmica)
Solubilidade em outros solventes dissulfeto de carbono,
clorocarbonos,
benzeno
Estrutura
Geometria de
coordenação
trigonal bipiramidal
Momento dipolar 0 D
Riscos associados
Principais riscos
associados
fonte de HCl
Frases R 14-22-26-34-48/20
Frases S 26-36/37/39-45-7/8
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions Pentafluoreto de fósforo
Pentabrometo de fósforo
Pentassulfeto de fósforo
Oxicloreto de fósforo (POCl3)
Outros catiões/cátions Pentacloreto de arsênio
Tetracloreto de silício
Compostos relacionados tricloreto de fósforo (PCl3)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Pentacloreto de fósforo é o composto químico com a fórmula PCl5. É um dos mais importantes cloretos de fósforo, outros sendo o PCl3 e POCl3. PCl5 encontra uso como um reagente de cloração. É um sólido incolor, sensível à água, embora amostras comerciais possam ser amareladas e contaminadas com cloreto de hidrogênio.

Estrutura editar

O PCl5 gasoso e o líquido são moléculas neutras que apresentam uma simetria trigonal bipiramidal (D3h). Entretanto, a estrutura do “PCl5” em dissolução, depende do dissolvente e da concentração.[1] Em solventes polares, se a solução é diluída o composto se dissocia de acordo com o seguinte equilíbrio:

PCl5   [PCl4+]Cl

A maiores concentrações, um segundo equilíbrio se faz mais importante:

2 PCl5   [PCl4+][PCl6]

O catión PCl4+ e o ânion PCl6 têm geometria tetraédrica e octaédrica, respectivamente. As estruturas para os cloretos de fósforo são invariavelmente consistentes com a teoria VSEPR.

Em dissolvente apolares, como o CS2 e o CCl4, a estrutura D3h presente nos estados líquido e gasoso permanece intacta.[2]

Antigamente, se acreditava que o PCl5 em dissolução formava uma estrutura dímera, P2Cl10, mas esta ideia não concordava com medições feitas mediante espectroscopia de Raman.

Preparação editar

O PCl5 é preparado por meio da cloração do PCl3. Esta reação foi usada para produzir aproximadamente 10 mil toneladas de PCl5 em 2000.[3]

PCl3 + Cl2   PCl5 ΔH = −124 kJ/mol

O PCl5 existe em equilíbrio com o PCl3 e cloro, a 180 °C. A porcentagem de dissociação é ao redor de 40%.[3] Devido a este equilíbrio, as amostras de PCl5 normalmente contém cloro o que lhes confere uma coloração esverdeada.

Hidrólise editar

Em sua reação mais característica, o PCl5 reage ao contato com a água para dar cloreto de hidrogênio e óxidos de fósforo.

O primeiro produto da hidrólise é o oxicloruro de fósforo

PCl5 + H2O → POCl3 + 2 HCl

Na água quente, a hidrólise produz só ácido orto-fosfórico:

PCl5 + 4 H2O → H3PO4 + 5 HCl

Outras reações editar

Normalmente, o PCl5 é usado para clorações.[4]

Clorações de compostos orgânicos com PCl5 editar

Em química sintética, há frequentemente duas classes de cloração de interesse. As clorações oxidativas incluem a transferência de Cl2 do reativo ao substrato. As clorações substitutivas, por outro lado, substituem O ou grupos hidroxilo (OH) com cloro. O PCl5 pode ser utilizado em ambos processos.

PCl5 converte os ácidos carboxílicos aos correspondentes cloretos de ácido[5] assim como álcoois em cloretos de alquilo. O cloreto de tionilo é comumente mais usado no laboratório porque o SO2 se separa mais facilmente dos produtos orgânicos que o POCl3.

PCl5/PCl3 guarda alguma semelhança com o SO2Cl2, já que os dois funcionam como fontes de Cl2. Novamente, para clorações oxidativas no laboratório, SO2Cl2 é preferido sobre o PCl5 já que o subproduto gasoso SO2 é facilmente separado.

PCl5 reage com amidas terciárias, tais como a DMF, para dar cloreto de dimetilclorometilenamônio o qual é conhecido como o reativo de Vilsmeier, [(CH3)2NCClH]Cl. Mais comumente um sal similar se gera da reação entre a DMF e o POCl3. Tais reativos são úteis na preparação de derivados do benzaldeído por formilação e conversão dos grupos C-OH em grupos C-Cl.[4]

Em contraste com o PCl3, o pentacloreto substitui grupos CH alílicos e benzílicos e é especialmente reconhecido pela conversão de grupos C=O a grupos CCl2.[6]

O caráter eletrofílico do PCl5 fica caracterizado por sua reação com o estireno para dar depois de hidrólise derivados do ácido fosfônico.[7]

Clorações de compostos inorgânicos editar

Assim como nas reações para os compostos orgânicos, o uso do PCl5 tem sido substituído pelo SO2Cl2. A reação do pentóxido de fósforo e o PCl5 produz POCl3:[2]:

6 PCl5 + P4O10 → 10 POCl3

PCl5 clora ao dióxido de nitrogênio:

PCl5 + 2 NO2 → PCl3 + 2 NO2Cl

PCl5 é um precursor para o hexafluorofosfato de lítio, LiPF6, um eletrólito nas baterias de íon lítio:

PCl5 + 6 LiF → LiPF6 + 5 LiCl

Segurança editar

PCl5 é uma substância perigosa que reage violentamente com água e é uma fonte tanto de cloreto de hidrogênio quanto de cloro.

Referências

  1. Suter, R. W.; Knachel, H. C.; Petro, V. P.; Howatson, J. H.; S. G. Shore, S. G. ”Nature of Phosphorus(V) Chloride in Ionizing and Nonionizing Solvents” Journal of the American Chemical Society 1973, volume 95, pp 1474 - 1479; DOI: 10.1021/ja00786a021
  2. D. E. C. Corbridge "Phosphorus: An Outline of its Chemistry, Biochemistry, and Technology" 5th Edition Elsevier: Amsterdam 1995. ISBN 0-444-89307-5.
  3. a b Holleman, A. F.; Wiberg, E. "Inorganic Chemistry" Academic Press: San Diego, 2001. ISBN 0-12-352651-5.
  4. a b Burks, Jr., J. E. “Phosphorus(V) Chloride” in Encyclopedia of Reagents for Organic Synthesis (Ed: L. Paquette) 2004, J. Wiley & Sons, New York. DOI: 10.1002/047084289.
  5. Adams, R.; Jenkins, R. L. “p-Nitrobenzoyl chloride” Organic Syntheses, Collected Volume 1, p.394 (1941).
  6. Gross, H.; Rieche, A.; Höft, E.; Beyer, E. “Dichloromethyl Methyl Ether” Organic Syntheses, Collected Volume 5, p.365 (1973).
  7. Schmutzler, R. ”Styrylphosphonic dichloride” Organic Syntheses, Collected Voume 5, p.1005 (1973).

Ver também editar

  Este artigo sobre um composto inorgânico é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.