As pentraxinas, também conhecidas como pentaxinas, são uma família conservada evolutivamente de proteínas caracterizadas por um domínio proteico de pentraxina. As proteínas da família da pentraxina são envolvidas em respostas imune agudas.[1]  Elas são conhecidas  como proteínas de fase aguda (APP) por mais de um século.[2]

Família das pentraxinas
Pentraxinas
CRP drawn from PDB 1B09
Indicadores
Símbolo Pentraxina
Pfam PF00354
InterPro IPR001759
SCOP 1sac
Estruturas PDB disponíveis:
1limD:32-237 2a3wF:26-219 2a3xH:26-219

1lgnC:26-219 2a3yD:26-219 1gykA:26-219 1sacC:26-219 1hasB:29-222 1crvE:25-220 1lj7D:25-220 1b09C:25-220 1gnhA:25-220

Estrutura editar

As pentranias são caracterizadas pela dependência de cálcio para ligação e uma estrutura chama em inglês de "flattened β-jellyroll", semelhante à de lectinas de legumes.[3] O nome "pentraxina" é derivado das palavras gregas para 5 (penta) e frutas silvestres (ragos), devido a simetria radial de 5 monômeros formando um anel de 95Å de diâmetro e 35Å de profundidade nos primeiros membros identificados. As pentraxinas "curtas" incluem o componente amiloide sérico P (SAP) e a  proteína C reativa (CRP).As pentraxinas "longas" incluem PTX3 (uma molécula modulada por citocinas) e diversas pentraxinas neuronais.

Membros da família editar

3 dos principais membtros da família são proteínas séricas: a proteína C reativa (CRP),[4] o componente amiloide sérico P (SAP),[5] e a proteína de fêmea (FP).[6] A proteína PTX3 (ou TSG-14) é uma proteína induzida por citocina homóloga à CRP, mas sem função conhecida.

Proteína C-reativa editar

proteína C reativa é expressa durante a fase aguda de resposta ao dano tissular ou inflamação em mamíferos. A proteína assemelha-se a anticorpos e executa diversas funções associadas com a defesa do hospedeiro: promoção de aglutinação, inchaço da capsula bacteriana e fagocitose, além de ativar a via cássica do complemento através da sua ligação dependente de cálcio à fosfocolina.[4] CRPs já foram sequenciadas em um invertebrado, Limulus polyphemus, onde constituem parte normal da hemolinfa

Componente amiloide sérico P editar

Componente amiloide sérico P é uma proteína de vertebrados idêntica às formas tissulares do componente amiloide P. Ele é encontrado em todos os tipos de depósitos amiloides, na mebrana basal glomerular e em fibra elásticas nos vasos sanguíneos. SAP liga-seà diversos ligantes de lipoproteínas de forma dependente de cálcio e foi sugerido que, em mamíferos, isso pode ter implicações importantes na aterosclerose e na amiloidose..[5]

Proteína de fêmea de hamster editar

A proteína de fêmea de hamster é homóloga ao SAP e é encontrada em Mesocricetus auratus (Hamster sírio). A concentração dessa proteína é alterada por esteroides sexuais.[6]

Sistema nervoso editar

Pentraxinas expressas no sistema nervoso são as pentraxinas neurais  I (NPTXI) e II (NPTXII).[7] NPTXI e NPTXII são homólogas e podem coexistir em uma mesma espécie. Sugere-se que ambas as proteínas medeiem a captação de macromoléculas sinápticas e participem da plasticidade sináptica. A apexina, uma proteína espermática acrossomal, é um homólogo de NPTXII encontrada em Cavia porcellus (Porquinho-da-índia).[8]

Humano editar

Genes humanos codificando proteínas que contém esse domínio incluem:

  • APCS
  • CRP
  • GPR144
  • NPTX1; NPTX2; NPTXR
  • PTX3
  • SVEP1

Referências

  1. Gewurz H, Zhang XH, Lint TF (1995). «Structure and function of the pentraxins». Curr. Opin. Immunol. 7 (1): 54–64. PMID 7772283. doi:10.1016/0952-7915(95)80029-8 
  2. Martinez de la Torre, Y; Fabbri, M (1 de maio de 2010). «Evolution of the pentraxin family: the new entry PTX4.». Journal of immunology. 184 (9): 5055-64. PMID 20357257. doi:10.4049/jimmunol.0901672 
  3. Emsley J, White HE, O'Hara BP, Oliva G, Srinivasan N, Tickle IJ, Blundell TL, Pepys MB, Wood SP (janeiro de 1994). «Structure of pentameric human serum amyloid P component». Nature. 367 (6461): 338–45. PMID 8114934. doi:10.1038/367338a0 
  4. a b Romero IR, Morris C, Rodriguez M, Mold C, Du Clos TW (1998). «Inflammatory potential of C-reactive protein complexes compared to immune complexes». Clin. Immunol. Immunopathol. 87 (2): 155–162. PMID 9614930. doi:10.1006/clin.1997.4516 
  5. a b Yutani C, Shimokado K, Li XA (1998). «Serum amyloid P component associates with high density lipoprotein as well as very low density lipoprotein but not with low density lipoprotein». Biochem. Biophys. Res. Commun. 244 (1): 249–252. PMID 9514915. doi:10.1006/bbrc.1998.8248 
  6. a b Coe JE, Ross MJ (1997). «Electrophoretic polymorphism of a hamster pentraxin, female protein (amyloid P component)». Scand. J. Immunol. 46 (2): 180–182. PMID 9583999. doi:10.1046/j.1365-3083.1997.d01-109.x 
  7. Perin MS, Omeis IA, Hsu YC (1996). «Mouse and human neuronal pentraxin 1 (NPTX1): conservation, genomic structure, and chromosomal localization». Genomics. 36 (3): 543–545. PMID 8884281. doi:10.1006/geno.1996.0503 
  8. Reid MS, Blobel CP (1994). «Apexin, an acrosomal pentaxin». J. Biol. Chem. 269 (51): 32615–32620. PMID 7798266