Em termos gerais, perífrase designa qualquer sintagma ou expressão idiomática mais desenvolvida (e mais ou menos óbvia ou direta) que substitui outra. Pode-se entender que perífrase consiste, portanto em especificar determinadas características, mais ou menos objetivas, do objeto que se quer nomear indiretamente.

O termo é mais utilizado para identificar uma figura de linguagem ou figura retórica que também substitui uma expressão curta e direta por outra mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo, estando, neste caso, intimamente relacionada com a antonomásia.

Seu uso pode justificar-se por diversas razões:

  • para evitar a repetição da mesma palavra na mesma frase o em frases próximas;
  • engrandecer um atributo (neste caso, ligada à hipérbole)
  • minimizar um atributo ("uma pessoa menos favorecida pela beleza" em vez de "pessoa feia" e, neste caso, ligada a eufemismo).

Exemplos editar

Alguns exemplos do uso retórico:

Um exemplo do processo perifrástico na língua portuguesa é a troca das formas verbais da segunda pessoa do singular na versão brasileira e das formas da segunda pessoa do plural em quase todas as variedades do português pelas formas da terceira pessoa que requerem o uso do pronome você no singular e vocês no plural.

2a pessoa do singular A forma perifrástica
(tu) falas você fala
O verbo está na segunda pessoa do singular o que indica claramente que esta forma verbal refere-se ao interlocutor e portanto o uso do pronome não é obrigatório. O verbo está na terceira pessoa do singular o que requer o uso do pronome para indicar que esta expressão refere-se ao interlocutor e não a uma pessoa que não está presente.

Portanto, a forma "você + 3a pessoa do singular" é uma perífrase que emprega-se comumente na versão brasileira do português para substituir as formas verbais da segunda pessoa do singular.

2a pessoa do plural A forma perifrástica
(vós) falais vocês falam
O verbo está na segunda pessoa do plural o que indica claramente que esta forma verbal refere-se a um grupo dos interlocutores e portanto o uso do pronome não é obrigatório. O verbo está na terceira pessoa do plural o que requer o uso do pronome para indicar que esta expressão refere-se a um grupo de interlocutores e não as pessoas que não estão presentes.

Portanto, a forma "vocês + 3a pessoa do plural" é uma perífrase que emprega-se para substituir as formas verbais da segunda pessoa do plural.