Piatnitzkysaurus ('lagarto de Piatnitzky') é um gênero de dinossauro megalossauróide primitivo. Seus fósseis foram achados na Argentina. Ele é o terópode rabo duro primitivo mais completo, com 4,3 metros de comprimento e 450 kg. No entanto, essas estimativas são de um subadulto, e, quando adulto, deveria ter 6 metros de comprimento.[1]

Piatnitzkysaurus
Intervalo temporal: Jurássico Médio
179–177 Ma
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: Piatnitzkysauridae
Gênero: Piatnitzkysaurus
Bonaparte, 1979
Espécies:
P. floresi
Nome binomial
Piatnitzkysaurus floresi
Bonaparte, 1979

Descoberta editar

 
Diagrama esquelético de Piatnitzkysaurus floresi.

A espécie-tipo, Piatnitzkysaurus floresi, foi descrita por José Bonaparte em 1979. Foi nomeada em homenagem a Alejandro Matveievich Piatnitzky (1879–1959), um geólogo argentino nascido na Rússia.[2]

O espécime holótipo de Piatnitzkysaurus, PVL 4073, foi coletado durante expedições em 1977, 1982 e 1983 na Formação Cañadón Asfalto em sedimentos que foram depositados durante o estágio médio-tardio Toarciano do período Jurássico, aproximadamente 179 a 177 milhões de anos atrás. Outrora considerado um carnossauro basal,[2] mais tarde foi classificado como um megalosauroide.[3]

Descrição editar

 
Comparação de tamanho com humano

No total, dois esqueletos parciais são conhecidos (um crânio fraturado e partes de dois esqueletos pós-cranianos, entre os quais o paratipo MACN CH 895) e é o terópode mais completamente conhecido do período Jurássico Médio-Superior do hemisfério sul. Piatnitzkysaurus era um carnívoro bípede de tamanho relativamente leve, com cerca de 4,3 metros de comprimento e cerca de 450 kg de massa, embora tais estimativas se apliquem ao holótipo, que é um subadulto.[4] Ele tinha braços robustos e pernas traseiras poderosas com quatro dedos em cada pé. Seu ísquio tem 423 milímetros de comprimento.[5] Sua caixa craniana lembra a de outro megalosauroide, o megalosaurídeo Piveteausaurus da França.[6]

Uma semelhança geral com o terópode Allosaurus foi observada por Benton (1992); no entanto, existem diferenças importantes entre os dois.[7] A lâmina escapular do Piatnitzkysaurus é mais curta e larga do que a maioria dos tenauros derivados. O úmero representa 50% do comprimento do fêmur, que também é uma condição primitiva presente entre os terópodes basais. Os comprimentos relativos da ulna em relação ao úmero e fêmur também são semelhantes aos dos terópodes basais, o que significa que os membros anteriores do Piatnitzkysaurus são proporcionalmente mais longos do que no Allosaurus. Também primitivo é o amplo contato entre o púbis e o ísquio, uma condição muito diferente do Allosaurus e dos membros de Tetanurae mais derivados, em que o contato é reduzido. O púbis do Piatnitzkysaurus também tem um pé distal que é mais modestamente desenvolvido do que no Allosaurus.[8]

Classificação editar

O clado mais basal dentro de Megalosauroidea contém Condorraptor, Marshosaurus, Piatnitzkysaurus e Xuanhanosaurus. O próximo clado mais basal compreende o Chuandongocoelurus e o Monolophosaurus. No entanto, a afiliação desses clados com Megalosauroidea é mal suportada por métricas de suporte de árvore e é possível que eles sejam classificados fora de Megalosauroidea por análises futuras.[3]

Megalosauroidea

Xuanhanosaurus 

Marshosaurus 

Condorraptor 

Piatnitzkysaurus 

Chuandongocoelurus 

Monolophosaurus  

Megalosauria

Spinosauridae  

Megalosauridae  

Ver também editar

Referências

  1. Holtz, Thomas R. Jr. (2012) Dinosaurs: The Most Complete, Up-to-Date Encyclopedia for Dinosaur Lovers of All Ages, Winter 2011 Appendix.
  2. a b Bonaparte, José F. (28 de setembro de 1979). «Dinosaurs: A Jurassic Assemblage from Patagonia». Science. 205 (4413): 1377–1379. Bibcode:1979Sci...205.1377B. PMID 17732331. doi:10.1126/science.205.4413.1377 
  3. a b Benson, R.B.J. (2010). «A description of Megalosaurus bucklandii (Dinosauria: Theropoda) from the Bathonian of the UK and the relationships of Middle Jurassic theropods». Zoological Journal of the Linnean Society (em inglês). 158 (4): 882–935. doi:10.1111/j.1096-3642.2009.00569.x 
  4. Mazzetta, G. V., Fariiia, R. A., & Vizcaino, S. F. 2000. On the palaeobiology of the South American homed theropod Carnotaurus sastrei Bonaparte. In: B. Perez-Moreno, T.R. Holtz Jr., J.L. Sanz, & J.J. Moratalla (eds.), Aspects of Theropod Paleobiology, Special Volume - Gaia 15, 185-192. Lisbon.
  5. Benson, S. L.; Benson, R. B. J.; Xu, X. (2010). «The evolution of large-bodied theropod dinosaurs during the Mesozoic in Asia». Journal of Iberian Geology. 36 (2): 275–296. doi:10.5209/rev_JIGE.2010.v36.n2.12 
  6. Rauhut, Oliver W. M. (2004). «Braincase structure of the Middle Jurassic theropod dinosaur Piatnitzkysaurus». Canadian Journal of Earth Sciences. 41 (9): 1109–1122. doi:10.1139/e04-053 
  7. Benton, M. (1992). Dinosaur and other prehistoric animal factfinder. 1st American ed. New York: Kingfisher Books. Chicago / Turabian - Author Date Citation
  8. Novas, Fernando E. (2009). The Age of Dinosaurs in South America. [S.l.]: Indiana University Press. p. 118. ISBN 978-0253352897 
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