Wilhelmus Simon Petrus Fortuijn, conhecido como Pim Fortuyn (pronúncia holandesa: [ˈpɪɱ fɔrˈtœyn] (escutar)) (Driehuis, 19 de Fevereiro de 1948 - Hilversum, 6 de Maio de 2002) foi um político, autor, colunista e professor universitário neerlandês que alcançou fama por sua personalidade carismática e sua maneira não convencional de debater, tendo estado à frente nas pesquisas de opinião.[1]

Pim Fortuyn
Pim Fortuyn
Pim Fortuyn el 4 de maig de 2002.
Nascimento 19 de fevereiro de 1948
Velsen
Morte 6 de maio de 2002 (54 anos)
Hilversum
Residência Roterdão
Sepultamento San Giorgio della Richinvelda
Cidadania Reino dos Países Baixos
Irmão(ã)(s) Marten Fortuyn
Alma mater
Ocupação escritor, colunista, político, sociólogo, professor, professor universitário
Empregador(a) Universidade de Maastricht, Universidade de Groningen, Erasmus Universiteit Rotterdam, Nyenrode Business University
Religião catolicismo
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Página oficial
http://www.pimfortuyn.com/

Pim Fortuyn também ficou conhecido como um político populista de direita, por ser abertamente homossexual e pelas suas visões sobre a liberdade de expressão, o fluxo de imigração e o Islão. [2][3][4]

Em Maio de 2002, enquanto concorria à eleição para o parlamento neerlandês de 2002, ele foi assassinado por Volkert Van der Graaf, um radical de extrema esquerda, activista dos direitos dos animais,[5] que disse tê-lo feito para o impedir de explorar os muçulmanos como "bode expiatório" e atingir "os membros fracos da sociedade" em busca de poder político. Van der Graff foi libertado em Maio de 2014, apesar dos protestos públicos,[6] depois de cumprir apenas dois terços de sua sentença de dezoito anos.[7][8][9]

Biografia editar

Fortuyn nasceu no seio de uma família católica na pequena cidade costeira de Velsen, no norte dos Países Baixos. Estudou História, Direito e Economia na Universidade de Amsterdão. Obteve doutorado em Sociologia na Universidade Livre de Amsterdão e exerceu a função de professor na Universidade de Groningen. Depois foi contratado como professor titular na Universidade Erasmus de Roterdão. Nos seus primeiros tempos em Groningen ele foi membro do partido trabalhista PvdA. Ele tentou inclusive tornar-se membro do partido comunista neerlandês CPN, mas não foi aceito.

Em 26 de Novembro de 2001, ele foi eleito candidato principal por voto majoritário do então novo partido Leefbaar Nederland, participando das eleições parlamentares de 2002.

Em entrevista ao de Volkskrant em 22 de Fevereiro de 2002, ele declarou entre outras coisas, favorecer pôr um fim à imigração islâmica. Suas declarações foram consideradas tão controversas que no dia seguinte ele perdeu seu cargo de candidato principal. Logo depois, em 11 de Fevereiro de 2002, ele fundou seu próprio partido, o LPF (Lijst Pim Fortuyn).

Em 6 de Maio de 2002, a nove dias das eleições parlamentares, ele foi assassinado a tiros em Hilversum por Volkert van der Graaf, um activista da esquerda ecológica. O assassinato ocorreu no estacionamento de uma estação de rádio, onde havia concedido uma entrevista.[10]

Numa votação popular promovida em 2004 pelo canal de televisão neerlandês KRO, Pim Fortuyn foi eleito pelo público como personalidade neerlandesa mais importante de todos os tempos.[11]

Postura política editar

Fortuyn foi foco de controvérsia pelas suas visões críticas do Islão e suas posições anti-imigração. Quando inquirido sobre sua oposição à imigração muçulmana, Fortuyn explicou que, "eu não tenho nenhum desejo de passar pela emancipação das mulheres e homossexuais novamente".[12]

Ele opunha-se a imigrantes muçulmanos, que ele afirmava recusarem-se em integrarem-se na sociedade neerlandesa e estarem a constituir uma ameaça à cultura tradicionalmente tolerante do país. Qualificava o islão como uma cultura atrasada. Nas eleições nacionais, ele se opôs a toda imigração vinda de fora da Europa.

Fortuyn foi chamado de populista de direita. Ele mesmo rejeitava intensamente este rótulo e distanciou-se claramente dos políticos de extrema-direita activos na Áustria, Flandres (a parte da Bélgica de língua neerlandesa) e França. Ele pode talvez ser descrito como um nacionalista mas em termos culturais e não raciais.

Ver também editar

Referências

  1. Jan Margry, Peter (2003). «The Murder of Pim Fortuyn and Collective Emotions. Hype, Hysteria and Holiness in The Netherlands?» (PDF). Meertens Institute (Arq. em Way Back Machine) 
  2. Osborn, Andrew (14 de abril de 2002). «Dutch fall for gay Mr Right». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  3. Oliver, Mark (7 de maio de 2002). «The shooting of Pim Fortuyn». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  4. Eyck, Marc (15 de fevereiro de 2002). «Pim Fortuyn: 'Ondanks alles ben ik katholiek'». Katholiek Nieuwsblad (Arq. em WayBack Machine) (em neerlandês) 
  5. James, Barry (7 de Maio de 2002). «Assailant shoots gay who railed against Muslim immigrants : Rightist in Dutch election is murdered». The New York Times 
  6. «Hans Smolders organiseert groot protest tegen vrijlating Volkert van der Graaf». Omroep Brabant (em neerlandês). 14 de outubro de 2013 
  7. Parker, Janet Louise (20 de Junho de 2005). «Jihad Vegan». New Criminologist 
  8. Evans-Pritchard, Ambrose (e outro) (28 de Março de 2003). «Fortuyn killed 'to protect Muslims'». The Telegraph 
  9. «Pim Fortuyn: Politician's Killer Is Freed Early». Yahooǃ News (Cf. Sky News). 2 de Maio de 2014 
  10. Osborne, Andrew (28 de Março de 2003). «'I shot Fortuyn for Dutch Muslims,' says accused». The Guardian 
  11. Pim Fortuyn 'grootste Nederlander aller tijden'. Parlement.com, 15 de novembro de 2004. Consultado em 23 de dezembro de 2020
  12. Bedell, Geraldine (29 de Outubro de 2006). «www.theguardian.com/books/2006/oct/29/biography.islam». The Guardian 

Ligações externas editar

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