Poder da Pirâmide

O Poder da Pirâmide se refere ao conjunto de conjecturas pseudocientíficas que atribuem um suposto poder sobrenatural às pirâmides construídas com as mesmas proporções da Grande Pirâmide de Gizé. Essa e outras especulações sobre pirâmides são tratadas coletivamente como piramidologia.

Não há evidências científicas que suportem essas ideias.[1][2][3]

Origem editar

Na década de 1930, Antoine Bovis, radiestesista francês,[4] ficou admirado ao ver que um gato morto na Grande Pirâmide se encontrava desidratado, e não decomposto, como de costume. Mais tarde, realizou experiências com pequenos modelos da pirâmide, reproduzindo suas exatas proporções e colocou o modelo na mesma posição, com os lados virados para o norte, sul, leste e oeste. Depois, colocou um gato morto na pirâmide que havia construído e verificou que este também acabava por secar, o mesmo aconteceu com frutas e legumes.[carece de fontes?]

Segundo outra versão da história, Bovis ficou admirado por ver que os corpos presentes na Câmara Real não se tinham decomposto, mas sim mumificado. Regressando a França construiu um modelo à escala da pirâmide, no qual colocou um gato morto na posição correspondente à Câmara Real. O gato mumificou-se.[4]

Pseudociência editar

O neurologista e cético Terence Hines escreveu que o "poder da pirâmide" é uma pseudociência e que nenhum teste já realizado conseguiu fornecer qualquer evidência para as afirmações:

Influenciado pelas afirmações de Erich von Däniken de que as múmias egípcias tinham sido preservadas por algum processo desconhecido pela ciência, o poder das pirâmides tornou-se uma grande mania no mundo da pseudociência por um breve período em meados da década de 1970. A ideia era que a própria forma piramidal fosse mágica e preenchida com uma energia e um poder misteriosos... As afirmações de poder da pirâmide foram realmente testadas. Alter (1973) e Simmons (1973) mostraram que os recipientes em forma de pirâmide não eram mais eficazes do que qualquer outro formato na preservação da matéria orgânica (flores ou carne) colocada neles. Nem a colocação de lâminas de barbear cegas num suporte em forma de pirâmide lhes restaurou a afiação, contrariamente a uma afirmação frequente dos promotores do poder da pirâmide.[5]

Em 2005, um episódio do programa televisivo MythBusters foi ao ar no Discovery Channel e um teste básico do poder da pirâmide foi realizado, usando pirâmides construídas de acordo com as especificações encontradas nas reivindicações dos crentes no poder da pirâmide, refletindo a localização da Câmara do Rei na Grande Pirâmide de Gizé. Várias especulações foram testadas, relativas ao apodrecimento de alimentos, ao apodrecimento de uma flor e ao afiamento de uma lâmina de barbear. Com os protocolos de controle aplicados, não houve qualquer diferença significativa entre os itens colocados nas pirâmides e os itens fora delas.[6]

Ver também editar

Referências

  1. Linse, Pat. (2002). Pyramids: The Mystery of Their Origins. In Michael Shermer. The Skeptic Encyclopedia of Pseudoscience. ABC-CLIO. pp. 397-412. ISBN 1-57607-654-7 "If pyramid power really existed it would be wonderful indeed... But no scientific tests to date have managed to detect it."
  2. Neher, Andrew. (2011). Paranormal and Transcendental Experience: A Psychological Examination. Dover Publications. pp. 262-264. ISBN 0-486-26167-0 "There is no satisfactory evidence to support the theory of pyramid power. Although the pyramids are impressive structures, their particular construction—their shape and geographical orientation—does not seem to be capable of altering fundamental physical processes."
  3. Nickell, Joe. (2004). The Mystery Chronicles: More Real-Life X-Files. University Press of Kentucky. pp. 200-206. ISBN 0-8131-2318-6
  4. a b Hill, Ann, Medicinas Alternativas, Hemus, p. 230
  5. Hines, Terence. (2003). Pseudoscience and the Paranormal. Prometheus Books. p. 306. ISBN 1-57392-979-4
  6. «Jet Pack». MythBusters. Temporada 3, Episode 32. 9 de junho de 2005. Discovery Channel