Nota: Para outros besouros que também possuem este nome, veja Epicauta.

Potó (termo oriundo do tupi[1]) é a designação comum a várias espécies de coleópteros do gênero Paederus, especialmente o Paederus irritans.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPotó

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Staphylinidae
Gênero: Paederus

Seu principal interesse para o meio humano é a existência de toxinas em sua hemolinfa, dos quais se destaca a pederina, capazes de provocar sérias lesões na pele,[3] chamadas de pederismo (pederose ou dermatite Paederus).[4]

Recebe a denominação vulgar no Brasil de potó,[4] e ainda potó-pimenta, pimenta, papa-pimenta, burrico, trepa-moleque.[1] No Peru recebe os nomes de aranha de drácula ou balalus.[4]

Características editar

 
Dois exemplares de Paederus littoralis.

Embora o Paederus inclua mais de 600 espécies que se encontram por todos os continentes,[3] aquelas que produzem irritação na pele (e que são chamadas popularmente de potó) são em cerca de 30.[2]

Várias das espécies desenvolvem seu ciclo vital em ambientes úmidos, e o mesmo é determinado pelas variações sazonais, conforme a presença maior ou menor de água.[3]

As espécies que vivem em zonas temperadas têm a reprodução nos meses mais quentes, enquanto que as existentes nas regiões tropicais o fazem nos períodos chuvosos; isto faz com que alguns adultos consigam andar sobre a água.[3]

Embora não sejam espécies noturnas como a maioria dos estafilinídeos, são comuns adultos do Paederus durante o dia; entretanto, sua maior ocorrência se dá em noites de altas temperaturas.[3] Possuem asas e durante a noite são atraídos pela luz de lâmpadas, tanto incandescentes como fluorescentes.[3]

Botam seus ovos individualmente, em substrato úmido pois são suscetíveis ao ressecamento.[3]

A fase larval transcorre em dois estágios, permanecendo as larvas escondidas no habitat úmido, sendo a maioria predadora de outros insetos - onde desempenham importante papel no controle ecológico de pragas.[3]

A pupação transcorre em células feitas de barro.[3]

Embora grande número de espécies mantém a dieta predatória na fase adulta, a maioria se alimenta de restos vegetais,[3] ou de material em decomposição.[2]

O adulto possui um corpo alongado, de cor predominantemente negra, tórax sub-globular, élitros curtos de cor brilhante; a fêmea atinge 10 mm, enquanto os machos 9 mm.[4]

No Brasil o Paederus foi descrito a primeira vez por Pirajá da Silva em 1912.[4]

Os potós não possuem um órgão excretor das substâncias irritantes, elas causam a reação apenas quando o inseto é amassado junto à pele, via de regra acidentalmente.[2]

Precauções editar

 
Vítima do potó exibe o pederismo.

Durante a época de incidência do inseto, algumas medidas profiláticas podem ser adotadas a fim de minimizar e prevenir as ocorrências das dermatites, na época de chuvas com clima quente. Dentre essas pode-se colocar mosquiteiros ou telas nas janelas e portas, para se evitar o ingresso dos mesmos nas residências; reduzir o número de lâmpadas acesas que os atraiam e, nas que forem necessárias, deixar um anteparo sob as mesmas a fim de evitar que os insetos caiam sobre as pessoas; por fim, diminuir a exposição do lixo que contenha restos animais ou vegetais em decomposição.[2]

Referências

  1. a b Dicionário Aurélio, verbete potó.
  2. a b c d e Luis Tincopa, Jenny Valverde, Hernán Agip G, Aurora Cárdenas (janeiro–junho de 1999). «Características Clínicas Y Epidemiológicas del Brote Epidémico de Dermatitis de Contacto por Paederus irritans». Dermatología Peruana - VOL. 9, Nº 1. Consultado em 7 de abril de 2014 
  3. a b c d e f g h i j Kanamitsu, K.; Frank, J.H. (março de 1987). «Paederus, Sensu Lato (Coleoptera: Staphylinidae): Natural History and Medical Importance». Journal of Medical Entomology, Volume 24, Number 2,pp. 155-191(37) (depois em: Digital Commons da University of Nebraska - Lincoln. Consultado em 7 de abril de 2014 
  4. a b c d e Victor Alva-Dávalos, Victor Alberto Laguna-Torres, A. Huamán1, R. Olivos1, M. Chávez1, C. García1 e N. Mendoza (2002). «Dermatite epidêmica por Paederus irritans em Piura, Perú, 1999, relacionada ao fenômeno El Niño». Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.35 no.1 Uberaba. Consultado em 7 de abril de 2014