Praça-forte de Almeida
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A Praça-forte de Almeida, ou Fortaleza de Almeida, localiza-se na vila, na Freguesia e no Município de Almeida, no Distrito da Guarda, em Portugal.[1]
Praça-forte de Almeida | ||
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Construção | () | |
Estilo | ||
Conservação | ||
Homologação (IGESPAR) |
MN (DL 14.985 de 3 de fevereiro de 1928)
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Aberto ao público |
A par com a Praça-forte de Valença e com a Praça-forte de Elvas, é considerada como a mais monumental das praças-fortes do país.[carece de fontes] Confrontava-se com o Real Fuerte de la Concepción, no lado oposto da fronteira.
A Praça-forte de Almeida está classificada como Monumento Nacional desde 1928.[2]
História
editarAntecedentes
editarDa Guerra da Restauração aos nossos dias
editarA actual estrutura remonta ao século XVII, no contexto da Restauração da independência, quando, revalorizada a sua posição estratégica, foi transformada em uma poderosa Praça-forte. Iniciadas em 1641 pelo Governador das Armas da Província da Beira, Álvaro Abranches, as suas obras monumentais só estariam concluídas no final do século XVIII com o Conde de Lippe.
Estrutura chave durante os repetidos conflitos sucessórios no século XVIII, no contexto da Guerra Peninsular foi entregue por ordem governamental ao exército napoleónico sob o comando do General Jean-Andoche Junot em fins de 1807. Devolvida ao domínio de Portugal, foi novamente cercada por tropas francesas, agora sob o comando do general André Masséna (agosto de 1810). Sob o fogo da artilharia inimiga, o paiol de pólvora explodiu arrasando o velho castelo medieval e parte da vila, matando e ferindo mais de quinhentas pessoas. As brechas abertas nas muralhas pelo impacto da explosão forçaram capitulação da praça que passou a ser guarnecida pelos franceses. Poucos meses mais tarde, sofreria novo sítio, agora por tropas inglesas. Acuados, os defensores franceses conseguiram se retirar, explodindo a praça atrás de si.
No século XIX, durante o período das Guerras Liberais (1832-1834), mais uma vez a Praça-forte de Almeida foi palco de confrontos pela sua posse, que se alternou entre Absolutistas e Liberais, tendo as suas casamatas servido como prisão para mil e quinhentos prisioneiros políticos.
No século XX, apenas em 1927 é que a fortaleza deixou, definitivamente, de exercer funções militares. O conjunto encontra-se classificado como Monumento Nacional pelos Decretos 14.985, publicado em 3 de fevereiro de 1928, e 28.536, publicado em 22 de março de 1938.
Bem conservados, os seus baluartes remanescentes, podem ser vistos na actualidade, destacando-se no interior da praça: o Quartel das Esquadras, os alicerces do antigo castelo, a Pousada, a Casa da Roda e o edifício dos Paços do Concelho, antigo Quartel da Artilharia.
Em Agosto de 2009, no âmbito das comemorações anuais do cercao de Almeira em 1810, foi inaugurado um museu histórico-militar nas antigas casamatas, ocupando sete salas, cada uma dedicada a um tema, desde a pré-história, a Guerra da Restauração, as Guerras Peninsulares, a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), até à Primeira Guerra Mundial.
Almeida goza do estatuto de Aldeia Histórica de Portugal.
Características
editarA fortificação, em estilo Vauban, apresenta planta no formato estrelado irregular, com seis baluartes intercalados por seis cortinas com revelins, num perímetro abaluartado que atinge dois mil e quinhentos metros (650.000 m² de superfície). Destacam-se:
- Baluarte de São Pedro;
- Baluarte da Bandeira;
- Baluarte de Nossa Senhora das Brotas - também conhecido como Baluarte do Trem por ter abrigado o edifício do Trem de Artilharia, atual Picadeiro d’El-Rey, uma escola hípica;
- Baluarte de Santa Bárbara - também conhecido como Praça Alta por sua posição elevada, onde subsistem os vestigios da antiga Capela de Santa Bárbara;
- Baluarte de São João de Deus; e
- Baluarte de São Francisco.
São acessíveis pelos fossos:
- Revelim da Cruz;
- Revelim da Brecha;
- Revelim de Santo António;
- Revelim do Paiol;
- Revelim Doble e
- Revelim dos Amores.
O acesso à Praça faz-se por duas portas duplas, acedidas por pontes de alvenaria, defendidas por revelins, abertas em túnel, com abóbadas à prova de bomba, encimadas pelas armas reais:
- Portas de Santo António - rasgadas a Norte;
- Portas de São Francisco - também conhecidas como Portas da Cruz.
Destacam-se ainda:
- Portas Falsas - dissimuladas, acedem galerias subterrâneas da fortificação, permitindo a ligação entre a Praça e os fossos.
- Quartel das Esquadras - erguido pelo Conde de Lippe, serviu como o antigo Quartel de Infantaria. Apresenta um escudo com as armas reais e deveria servir como modelo para a construção de outros quartéis nas Praças-fortes portuguesas.
- Casamatas - espaços construídos à prova das bombas do século XVIII, ocupavam uma ampla área subterrânea, dividida em vinte salas e corredores.
Essas defesas são complementadas por canhoneiras, plataformas, e flancos de bastiões. As muralhas são revestidas de cantaria e cercadas por fossos (doze metros de profundidade com dez de largura mínima e sessenta e dois de máxima) e caminhos cobertos. Uma Praça de Armas, esplanadas, quartéis para tropas, paióis, depósitos e oficinas completam o conjunto monumental.