Pralidoxima

composto químico
Estrutura química de Pralidoxima
Pralidoxima
Aviso médico
Nome IUPAC (sistemática)
2-[(hydroxyimino)methyl]-1-methylpyridin-1-ium
Identificadores
CAS 6735-59-7
ATC V03AB04
PubChem 5353894
DrugBank APRD01193
Informação química
Fórmula molecular C7H9N2O+
Massa molar 137.159 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade ?
Metabolismo ?
Meia-vida ?
Excreção ?
Considerações terapêuticas
Administração Intravenosa, Intramuscular
DL50 ?

A pralidoxima pertence à família de compostos chamados oximas que reverte a ligação de organofosforados com a acetilcolinesterase. É usado em combates como antídoto para envenenamento por organofosfatos ou inibidores da acetilcolinesterase (contra agentes que atacam o sistema nervoso), em conjunto com a atropina. Pralidoxima se encontra comumente no formato de cloreto de pralidoxima, também conhecido como 2-PAM Cl (ou apenas 2-PAM pelos militares).[1]

Mecanismo de ação editar

Numa junção neuromuscular normal, a acetilcolina se liga aos receptores do tipo nicotínicos, sendo liberada a partir de neurônios pré-sinápticos na fenda sináptica. A ligação da acetilcolina com o receptor induz um subsequente potencial de ação que continua através das células pós-ganglionares ou induz a contração muscular esquelética.

A fim de evitar a dessensibilização do receptor ou a saturação das sinapses, uma enzima conhecida como acetilcolinesterase promove a quebra do neurotransmissor acetilcolina. Ao remover a acetilcolina, a sinapse é levada a um estágio onde estará pronta para uma nova ativação. A saturação da sinapse ocorre quando há um excesso de acetilcolina na fenda sináptica. Nesse caso, todos os receptores estão ocupados, o que acaba por inibir a transmissão nervosa. Os agentes que inibem a acetilcolinesterase fazem com que haja um aumento de acetilcolina na fenda sináptica.

Os organofosforados inibem a colinesterase pela fosforilação da enzima. A pralidoxima reativa a acetilcolinesterase por remover o grupo fosforil ligado ao grupo éster da proteína. Nesta reação, tanto os organofosforados, como a pralidoxima são mutuamente inativados. Estes produtos são submetidos a um rápido metabolismo, levando à remoção dos organofosforados.

Paradoxalmente, a pralidoxima em doses superiores à dose recomendada é ela própria um inibidor de colinesterase e, portanto, também pode produzir os mesmos sintomas que as toxinas em si.

Dosagem editar

  • Adultos: 30 mg/kg (Normalmente 600 mg - 2 g), administrado por via intravenosa ou injeção intramuscular, possivelmente repetido de 15 a 60 minutos mais tarde até que a dosagem máxima seja atingida.
  • Crianças: 50 mg/kg

Interações editar

Quando a atropina e a pralidoxima são usadas em conjunto, os sinais de atropinização (rubor, midríase, taquicardia, secura da boca e nariz) podem ocorrer mais cedo do que seria de se esperar quando atropina é usada sozinha.

As seguintes precauções devem ser lembradas no tratamento do envenenamento por anticolinesterásicos, apesar de não suportar diretamente o uso de pralidoxima: desde barbitúricos, que são potencializados pela anticolinesterases, eles devem ser utilizados com cautela no tratamento de convulsões. Morfina, teofilina, aminofilina, succinilcolina, reserpina, e fenotiazina e ansiolíticos devem ser evitados em pacientes com intoxicação por organofosforado.

 
Mecanismo de ação da pralidoxima - desfosforilação da serina no sítio ativo da enzima

Contraindicações editar

Não existem contraindicações absolutas ao uso de pralidoxima. As contraindicações relativas incluem conhecida hipersensibilidade à droga e outras situações onde o risco da sua utilização supera claramente o possível benefício.

Referências

  1. Santos, Silvia de Oliveira; Midio, Antonio Flávio (1985). «Riscos no tratamento de intoxicaçöes por inseticidas organofosforados e carbamatos pela pralidoxima». Rev. bras. saúde ocup: 47–54. Consultado em 1 de abril de 2021 

Ligações externas editar