Proterochampsidae é um pequeno grupo de Archosauriformes semi-aquáticos. Eles pareciam ter preenchido um nicho ecológico semelhante aos crocodilos modernos, e eram em geral parecidos com os Crocodyliformes atuais. Eles viveram no que era então a região ocidental do Gondwana, durante o Triássico Médio e Superior das formações Chañares e Ischigualasto da Argentina, e na Formação Santa Maria do Brasil.

Proterochampsidae
Intervalo temporal:
Triássico MédioTriássico Superior
237–216 Ma
Proterochampsa
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Clado: Proterochampsia
Família: Proterochampsidae
Romer, 1966
Gêneros
Sinónimos
  • Rhadinosuchidae Hoffstetter, 1955

Nomenclatura e filogenética editar

Proterochampsidae foi nomeado em 1966 por Alfred Sherwood Romer, em seu livro Paleontologia de Vertebrados, 3 ª edição. Várias autoridades colocam-no como arcossauros (Benton 1985, Benton, 1990), Proterosuchia (Carroll, 1988), Archosauromorpha (Sereno 1991) e, mais recentemente por alguns bancos de dados on-line ou como um táxon não-existentes ou Crocodylomorpha. No entanto, recentemente Proterochampsidae têm se estabelecido como um grupo dentro de Archosauriformes e próximo ao grupo coronal Archosauria (i.e. Sereno, 1991; Dilkes & Sues, 2009; Ezcurra et al., 2010), como provável táxon irmão do grupo Doswelliidae (Ezcurra, 2016).

Características definidoras editar

No livro de Romer o Proterochampsidae é definido de forma geral com crânio baixo, com fenestra dorsal pequena, sem forame parietal (pineal) ou fossa; pós-orbital forte, dorsalmente rugoso, crista horizontal ; forames de carótidas internas; intervertebral central ausentes; primitiva placa similar a pelve; tubérculo do calcâneo com algum desvio posterior de projeção lateral; facetas do astrágalo da tíbia e fíbula adjacentes; tubérculo do calcâneo mais alta do que larga; faceta do calcâneo para fíbula contínua com a faceta distal do tarso IV; calcâneo com faceta cilíndrica do astrágalo; armadura dérmica; predadores aquáticos do Oeste do Gonduana (Parrish, 1993; Sereno, 1991).

Ecologia editar

Esta família inclui animais muito diferentes entre si, mas todas as espécies possuem características morfológicas convergentes às dos Pseudosuchia, o que permite inferir que tais animais seriam especializados para um hábito de vida aquático, ou pelo menos semi-aquático. Por este motivo os primeiros espécimes de Proterochampsidae eram interpretados como representantes de Phytosauria, Pseudosuchia, ou até mesmo Crocodyliformes. Alguns proterocampsideos não atingem o comprimento de um metro, como Cerritosaurus, mas outros, como Proterochampsa, poderia chegar a cinco metros de comprimento e foram, sem dúvida, um dos maiores predadores do Triássico. O grupo desempenhou um importante papel na recuperação faunística e primeira irradiação de diapsídeos durante o Triássico, após a extinção em massa ao final do Permiano.

Taxonomia editar

Proterochampsidae foi proposto por Romer (1966). Foi atribuído a Proterosuchia por Carroll (1988); para Archosauria por Benton (1985) e Benton (1990); e Archosauria por Sereno (1991). A taxonomia de base ainda não é geralmente aceita. Veja abaixo:

  • Clado Proterochampsia
    • Família Proterochampsidae
      • Gênero Cerritosaurus (Price, 1946) - atribuído à Proterochampsidae por Carroll (1988).
        • Espécie Ce. binsfeldi (Price, 1946).
      • Gênero Chanaresuchus (Romer, 1971) - atribuído à Proterochampsidae por Romer (1971), Carroll (1988), e Benton (1990).
        • Espécie Ch. bonapartei (Romer, 1971).
      • Gênero Gualosuchus (Romer, 1971) - atribuído à Proterochampsidae por Romer (1971) e Carroll (1988).
        • Espécie G. reigi (Romer, 1971).
      • Gênero Proterochampsa (Reig, 1959) - atribuído à Proterochampsidae por Carroll (1988).
        • Espécie Pr. barrionuevoi (Reig, 1959).
        • Espécie Pr. nodosa (Barberena, 1982).
      • Gênero Pseudochampsa (Trotteyn & Ezcurra, 2014) - atribuído à Proterochampsidae por Trotteyn & Ezcurra (2014).
        • Espécie Ps. ischigualastensis (Trotteyn & Ezcurra, 2014).

Referências

  • A. S. Romer. 1966. Vertebrate Paleontology, 3rd edition. University of Chicago Press, Chicago 1-468 [M. Uhen/M. Uhen/M. Carrano]
  • Barberena MC (1982) Uma nova espécie de Proterochampsa ( P. nodosa, sp. nov.) do Triássico do Brasil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 54 (1).
  • M. J. Benton. 2000. Vertebrate Paleontology, 2nd ed. Blackwell Science Ltd, p. 144
  • R. L. Carroll. 1988. Vertebrate Paleontology and Evolution, W.H. Freeman & Co. p. 266
  • Price LI (1946) Sobre um novo pseudosuquio do Triássico Superior do Rio Grande do Sul. Boletim Divisão de Geologáa e Mineralogía, 120: 1–38.
  • Reig OA (1959) Primeros datos descriptivos sobre nuevos reptiles arcosaurios del Triásico de Ischigualasto (San Juan, Argentina). Revista de la Asociación Geológica Argentina, 13: 257–270.
  • Romer AS (1971) The Chañares (Argentina) Triassic reptile fauna. XI: two new long-snouted thecodonts, Chanaresuchus and Gualosuchus. Breviora, 379: 1–22.
  • Trotteyn MJ, Ezcurra MD (2014) Osteology of Pseudochampsa ischigualastensis gen. et comb. nov. (Archosauriformes: Proterochampsidae) from the early Late Triassic Ischigualasto Formation of northwestern Argentina. PloS ONE 9: e111388.

Ligações externas editar