Públio Lêntulo

político
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 Nota: Para outros significados, veja Públio Cornélio Lêntulo.

Públio Lêntulo (em latim: Publius Lentulus), é um personagem citado no livro Há Dois Mil Anos, do médium mineiro Chico Xavier. Na obra escrita por Xavier, Lentulo teria sido um senador romano que viveu na Galileia à época de Jesus Cristo.[1]

Retrato de Jesus-Cristo inspirado na Carta de Lentulus, gravura de 1857, Biblioteca Nacional da França

Importância no Espiritismo editar

Públio Lêntulo é um personagem muito considerado pelos adeptos do Espiritismo devido ao relatos constantes no livro Há Dois Mil Anos, psicografado pelo médium brasileiro Chico Xavier, que creditava a autoria ao espírito Emmanuel, seu guia espiritual. Nesta obra são narrados detalhes dos principais fatos da vida de Públio, que teria sido uma das reencarnações do próprio espírito Emmanuel. Há passagens descrevendo seu encontro com Jesus, onde o Cristo intercede pela cura de sua filha, que contraíra lepra. Sua esposa Lívia, dama patrícia, tornara-se cristã. O romance espírita afirma ainda que Lêntulo também teria tido papel importante no julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos. Ainda de acordo o relato da obra, Públio Lêntulo teria sido a reencarnação do seu bisavô Públio Cornélio Lêntulo Sura.[carece de fontes?]

A carta de Públio a Tibério editar

De acordo com o Espiritismo, fora encontrada uma carta do Senador nos arquivos do Duque de Cesadini, na cidade de Roma, enviada de Jerusalém, na época de Jesus, endereçada ao imperador romano Tibério. Nela, haveria uma descrição física e moral de Jesus feita pelo senador. O teor da carta é o seguinte:[2][carece de fontes?]

A carta faz uma descrição física e da personalidade de Jesus de acordo com a concepção cristã, mas não faz referência à palavra Cristo, que é oriunda do Novo Testamento. O relato com as características físicas e da personalidade de Jesus não é encontrado no romance.[3]

Dúvidas quanto sua autenticidade editar

A Enciclopédia Católica[4] e outras publicações[5] questionam a autencidade da carta:

  • Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Isaías 53:3 - (essa suposta carta vem contradizer o que narra o Profeta Messiânico Isaías)
  • Não se conhece nenhum Governador de Jerusalém ou Procurador romano da Judeia chamado Lentulus, e um governador romano não poderia encaminhar uma correspondência desse tipo ao senado.[4]
  • Um escritor romano não empregaria a expressão "que pelo povo é inculcado o profeta da verdade", que é típica do idioma hebraico.[4]
  • A Res Gestae Divi Augusti, entretanto, menciona um "Publius Lentulus" como cônsul romano eleito durante o reinado de Augustus (27 AC a 14 DC).[6]

Ver também editar

Referências

  1. Xavier, Chico; Espírito Emmanuel (2001). Há 2000 anos (PDF) 41 ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. Consultado em 23 de fevereiro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 30 de abril de 2015 
  2. «Carta do senador Públio Lentulus ao imperador Tibério, descrevendo as características físicas e morais de Jesus» (PDF). Radioriodejaneiro.am.br. 2 de abril de 2010. Consultado em 19 de março de 2015. Arquivado do original (PDF) em 24 de setembro de 2015 
  3. «Quatro versões da Carta de Públio Lêntulo ao imperador Tibério». Saindo da Matrix. Consultado em 23 de fevereiro de 2015 
  4. a b c Maas, Anthony (1910). «Publius Lentulus». Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company. Consultado em 18 de setembro de 2012 
  5. Wilson, Robert McLachlan (1991). Wilhelm Schneemelcher, ed. New Testament Apocrypha: Gospels and related writings. Volume 1 of New Testament Apocrypha (em inglês). revised 2 ed. [S.l.]: J. Clarke & Company. p. 66. ISBN 9780227679159 
  6. 6:1, "[No consulado de Marco Vinício e Quinto Lucrécio (19 a.C.)] e posteriormente na de Públio Lêntulo e Cneu L[êntulo (18 a.C.) e uma terceira vez na de Paulo Fábio Máximo e Quinto Tuberão (11 a.C.), o Senado e o povo romano concordaram] que [eu deveria me tornar o único guardião das leis e da moral com a máxima autoridade, mas eu não aceitei nenhuma magistratura, apesar de receber a oferta, o que era contrário aos costumes do nossos ancestrais." Robert Kenneth Sherk (editor and translator), The Roman Empire: Augustus to Hadrian, page 43 (Translated documents of Greece & Rome 6, Cambridge University Press, 1988). ISBN 0521338875. Ver também The Deeds of the Divine Augustus (em inglês)inglês)inglês).

Bibliografia editar