Pudor (do grego, aidos) é a tendência a proteger a intimidade do indivíduo de invasão e comprometimento.[2] O direito penal brasileiro entende como violação do pudor público a manufatura, exposição ou distribuição públicas de um objeto “obsceno”. A interpretação do que necessariamente é o “obsceno” é subjetiva.[3] Enquanto nos Estados Unidos a nudez para fins de protesto foi reconhecida perante a corte,[4] na Escandinávia a população age de forma permissiva em relação à nudez e genitais e mamilos não são considerados obscenos ou indecentes[5] e em Barcelona a nudez pública era legalizada até 2011.[6]

"Comprimento apropriado para as saias de pequenas garotinhas em várias idades." A figura ilustra a ideia da era vitoriana de que a barra da vestimenta deva ir abaixo do joelho para uma garota de 4 anos e quase nos tornozelos para uma garota de 16.[1]

O pudor como impedimento em tratar de assuntos relacionados ao sexo pode ser um fator de risco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS;[7] um inibidor da produção artística, como na literatura;[8] e também uma barreira nas relações médico-paciente dentro da prática clínica.[9]

Pudor como elemento da civilização editar

Na Grécia e Roma antigas, o pudor (ou modéstia) era adorado como uma deusa, Aedos ou Aidôs, havendo um altar em Atenas e dois santuários em Roma.[10]

Os povos indígenas, apesar da estereotipização como seres sem nenhum pudor sexual,[11] também possuem (relativamente às tribos) regras sobre a exposição de partes de seus corpos.[12] O código de vestimenta dos povos Araweté, por exemplo, exige o uso de uma cinta pelas mulheres depois que menstruam.[12] Seu pudor relaciona-se, portanto, com o pudor islâmico onde exige-se cobrir a cabeça com um véu depois da primeira menstruação.[13]

Ver também editar

 
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Referências

  1. Mary Louise Booth (editora) (1868). Harper's Bazaar (Harper & Brothers)  Faltam os |sobrenomes1= em Authors list (ajuda); Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. Paulo Geiger (editor). «pudor». Dicionário online Caldas Aulete. Lexikon Digital. Consultado em 23 de agosto de 2012 
  3. «Ativistas do Femen estuprando como forma de protesto?». Para Entender Direito. UOL. 20 de agosto de 2012. Consultado em 23 de agosto de 2012 
  4. David Kravets (19 de julho de 2012). «Judge OKs Nudity at TSA Checkpoint». WIRED (em inglês). Condé Nast. Consultado em 23 de agosto de 2012 
  5. Modern welfare states: Scandinavian politics and policy in the global age; p. 309 Eric S. Einhorn
  6. Evann Gastaldo (13 de abril de 2011). «Barcelona to Ban Public Nudity». Newser (em inglês). Newser, LLC. Consultado em 23 de agosto de 2012 
  7. «Quando o pudor exagerado mata». Ministério da Saúde. Julho de 2011 
  8. Claudia Lage Flores Menezes; Julio Cesar Valladao Diniz (14 de julho de 2004). «Por Uma Literatura Sem Pudor». Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Consultado em 14 de julho de 2012 
  9. Epstein RM, Borrell, Carrió F. (outubro de 2001). «Pudor, honor, and autoridad: the evolving patient-physician relationship in Spain.» (em inglês). Universidade de Rochester. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  10. William Smith, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, Aedos, citado em www.theoi.com [em linha]
  11. Raquel Keyla N. Xavier (27 de maio de 2007). «Escolas Indígenas: uma busca pela cultura sufocada». InfoEscola. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  12. a b Eduardo Viveiros de Castro (maio de 2003). «Araweté». Povos Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  13. «Evidence in the Qur'an for Covering Women's Hair». Ask The Scholar (em inglês). IslamOnline. Consultado em 24 de agosto de 2012. Arquivado do original em 26 de junho de 2010 
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