George Randolph Scott (Condado de Orange, 23 de janeiro de 1898Beverly Hills, 2 de março de 1987) foi um ator estadunidense, notável pela quantidade de westerns que estrelou, e que fizeram dele um dos atores mais rentáveis de Hollywood durante as décadas de 1940 e 1950.

Randolph Scott
Randolph Scott
Scott no início da década de 1930
Nome completo George Randolph Scott
Nascimento 23 de janeiro de 1898
Condado de Orange; Virgínia
Morte 2 de março de 1987 (89 anos)
Beverly Hills; California
Nacionalidade norte-americano
Cônjuge
  • Marion DuPont (c. 1936; div. 1939)
  • Patricia Stillman (c. 1944; v. 1987)
Filiação Partido Republicano
Serviço militar
País  Estados Unidos
Serviço Exército dos EUA
Anos de serviço 1917–1919
Patente Segundo-tenente

Biografia editar

Vindo de uma família abastada e filho de um rico engenheiro, Randolph Scott foi um dos principais astros de Hollywood. Durante uma visita a Charlotte, na Carolina do Norte, seus pais decidiram enraizar-se no local com o jovem Randolph. Logo depois, Randolph estudou no Instituto Universitário de Tecnologia da Georgia, graças a uma bolsa de estudos ganha por suas performances como jogador de futebol americano. Ferido em uma partida, Scott transferiu-se para a Universidade de Carolina, onde se formou em Engenharia, e logo começou a trabalhar na manufaturação de produtos têxteis.

Descoberto por um agente hollywoodiano, que procurava um dublê para Gary Cooper, Scott largou seu emprego e foi para a Califórnia, onde se encontrou com Howard Hughes, que conseguiu para ele uma audiência com Cecil B. DeMille, com a finalidade de fazer um teste. Aprovado, foi logo empregado para treinar com o próprio astro Gary Cooper o sotaque virginiano para seu filme de 1929 The Virginian, além de ter feito uma ponta como ator no filme.

Enquanto não surgiam propostas de trabalho em Hollywood, Randy (como era conhecido) voltou a jogar (e desta vez profissionalmente) em um time de futebol americano da Califórnia. Alguns agentes da Paramount viram-no em um jogo e lhe ofereceram um contrato. Abandonando de vez o futebol, tornou-se definitivamente ator. Rapidamente, avançou para os papéis principais, graças a sua boa dicção e voz (não fazia tanto tempo que o cinema sonoro havia se firmado em Hollywood, e os chefões dos estúdios estavam dispostos a contratar somente atores e atrizes que tivesse uma boa voz), além de seu porte altivo de 1m94cm, embora seu encanto de "homem calmo" não fosse o bastante para indicar o tremendo sucesso que viria mais tarde.

Apesar de suas qualidades, Randy foi um ator mediano em comédias, drama, e em aventuras ocasionais, até se projetar nos faroestes, onde decididamente se consagrou como um dos maiores ícones americanos de 1940 até 1962, quando se despediu das telas. Sua personalidade artística alterou-se da figura calma para uma figura estoica, de homem resistente, imponente, e duro como uma rocha.

Transformou-se em um dos grandes campeões de bilheteria no genêro faroeste, tendo ganhado muito dinheiro. Sua prosperidade aumentou ainda mais a partir dos anos 1950, quando se aliou ao diretor Budd Boetticher, com quem fez uma série de faroestes. Já nesta época, Scott havia se associado ao produtor Harry Joe Brown, e juntos fundaram a Randbrow Enterprises, uma produtora que realizou muitas películas do astro, tanto para a Warner Brothers quanto para a Columbia Pictures.

Randolph Scott e Cary Grant editar

Por mais de 30 anos, Scott e Cary Grant foram amigos inseparáveis, o que causou, mais tarde, rumores de que os dois astros fossem homossexuais. Em fim dos anos 1930, Grant e Scott eram companheiros de quarto, em uma casa de praia, alugada pelo próprio Grant. Na ocasião, os dois jamais foram vistos com mulheres ou outras estrelas, e muitas fotos dos dois atores foram tiradas na piscina. Mesmo depois de casados com suas mulheres, eles ainda mantinham encontros. Ao saber do falecimento de Grant, em 1986, o velho Scott, então já com oitenta e cinco anos de idade, compareceu ao velório antes da cremação, dirigiu-se ao caixão, pegou nas mãos do cadáver, beijou-as, colocou–as sobre sua cabeça, e chorou.

Casamentos editar

Randolph Scott casou-se duas vezes; a primeira em 1936 com Mariana Du Pont Somerville, de quem se divorciou em 1939; voltou a se casar em 1944,com uma senhora da alta sociedade de Los Angeles, Patricia Stillman (que já havia feito alguns trabalhos como atriz), com quem teve dois filhos, Sandra e Christopher. A união durou até o fim de sua vida, em 1987.

O golfe, outras curiosidades, e o fim editar

Decidiu aposentar-se após a conclusão de sua última película, Ride the High Country (1962), clássico de Sam Peckinpah, onde contracenou com outro gigante do faroeste, Joel McCrea. Começou a dedicar-se ao seu rancho, na Carolina do Norte, onde passava o primeiro semestre todos os anos. Chegando o semestre seguinte, voltava para sua mansão em Beverly Hills, na Califórnia, e a seu passatempo preferido: o golfe.

Desde que entrou para comunidade de Hollywood, Randy adorava golfe, e ao tentar ingressar como sócio num clube de Beverly Hills, teve sua proposta recusada. O motivo justificado pelos proprietários foi de que não aceitavam naquele recinto "judeus e atores". Em contrapartida, Scott se defendeu, dizendo o seguinte: "Amigos, os senhores estão enganados. Eu não sou ator, e os vinte e cinco filmes que fiz provam isso. Sei brigar, sei cortejar a mocinha, sei usar o revólver, mas ator, nunca fui!". Imediatamente, sua proposta de sócio foi aprovada.

Interpretou um vilão somente uma vez. Foi em The Spoilers 1942), contracenando com Marlene Dietrich e John Wayne. Scott luta ferozmente com Wayne por Marlene, uma luta que dura oito minutos, saindo Wayne vencedor, embora repleto de contusões. Os dois atores se socaram de verdade, mas tudo foi combinado entre eles, que dispensaram dublês para a cena.

Outro dos melhores amigos de Randolph Scott foi o Reverendo Billy Graham.

Stardust era o nome de seu cavalo, cavalgado por ele em seus muitos faroestes.

No fim da vida, Scott se tornou multimilionário graças aos seus bons investimentos e gastou os anos que lhe restavam jogando golfe. Morreu no dia 2 de Março de 1987, aos oitenta e nove anos de idade, após ter sofrido vários ataques de pneumonia e ter o coração muito debilitado, deixando a segunda esposa, Patricia (falecida em 2005), e seus dois filhos, Christopher e Sandra. Foi sepultado em Elmwood Cemetery, em Charlotte.[1]

Carreira editar

 
Randolph Scott em Buchanan Rides Alone (1958)

Depois de pequenos papéis em vários filmes, alguns inclusive sem receber créditos, Scott fez para a Paramount, entre 1932 e 1935, uma série de dez faroestes B baseados em histórias de Zane Grey, que serviram para consolidar sua imagem, não só na indústria cinematográfica, mas principalmente entre a massa de espectadores. Sete desses filmes foram dirigidos por Henry Hathaway, que estava começando sua carreira.

Até 1945, Scott esteve em fitas de diversos gêneros, como aventuras (She, 1935), comédias (My Favorite Wife, 1940) e dramas de guerra (Gung Ho!, 1943), ao mesmo tempo em que se firmava em faroestes coestrelados, entre outros, por Tyrone Power e Henry Fonda (Jesse James, 1939), Errol Flynn e Humphrey Bogart (Virginia City, 1940) e Gene Tierney (Belle Starr, 1941).

No entanto, a partir de 1946, todos os seus filmes são faroestes, com exceção de dois: a comédia Home Sweet Homicide, 1946) e o drama (Christmas Eve, 1947). Entre fitas de rotina e outras com atrativos diversos, Scott trabalhou, entre outros, com os diretores Ray Enright, Andre DeToth, Gordon Douglas, Lesley Selander e John Sturges.

Porém, sua parceria mais importante foi aquela iniciada em 1956 com Budd Boetticher, com quem fez sete faroestes, hoje todos considerados clássicos: Seven Men from Now (1956), The Tall T (1956), Decision at Sundown (1957), Buchanan Rides Alone (1958), Ride Lonesome (1959), Westbound (1959) e Comanche Station (1960).

Ride the High Country (1962) encerrou de forma brilhante a extraordinária carreira de Scott, que fez mais westerns que outros grandes nomes do gênero, como John Wayne e Gary Cooper.[2]

Filmografia editar

Referências

  1. Randolph Scott (em inglês) no Find a Grave
  2. Rodrigues da Silva, Divino (2006). «Randolph Scott, O Intérprete Perfeito do Herói do Faroeste». edição de autor. Matinê (38) 

Ligações externas editar