Raphael Meir Panigel

Raphael Meir ben Yehuda Panigel (em hebraico: רפאל מאיר פאניז'ל) foi o Rabino Chefe Sefardita de Jerusalém, no Império Otomano, entre 1880 e 1893.

Raphael Meir Panigel
Raphael Meir Panigel
Raphael Meir ben Yehuda Panigel
Nascimento 1804
Pazardzhik, Bulgária Otomana
Morte 2 de janeiro de 1893 (89 anos)
Jerusalem, Império Otomano
Nacionalidade Otomano
Etnia Sefardita
Progenitores Mãe: Sarah
Pai: Yehuda
Filho(a)(s) Vida Leah Eliashar, Yehudah Shlomo Panigel, Siniora Miriam Eliashar (biológicos), Yehuda Bechar, Eliahu Moshe Bechar Panigel (adotivos), possivelmente outros
Religião Judaísmo

Panigel nasceu em 1804 em Pazardzhik, Bulgaria, mas imigrou com sua família para a terra de Israel ainda em sua infância. Na época, ambos os territórios pertenciam ao Império Otomano. Em 1828 e 1863, Panigel foi emissário de Jerusalém em países norte-africanos, em ambas ocasiões permanecendo lá por alguns anos. Em 1845 ele viajou para a Itália como emissário de Hebrom e foi recebido com grande respeito no Vaticano pelo Papa Gregório XVI, o inspirando a proteger as comunidades judaicas nas terras cristãs. Em 1880 ele se tornou rishon le-Zion, e em 1890 as autoridades Otomanas o nomearam hacham bashi (líder da comunidade judaica da Palestina). Ele era tido com grande estima por todas as comunidades e autoridades. Ele foi o autor de Lev Marpe (1887), uma novela talmúdica com dissertações e homilias. Em 1893, ano de sua morte, foi sucedido por seu genro, Yaakov Shaul Elyashar.[1][2]

Eliezer Ben-Yehuda, o "pai do hebraico moderno", descrevia o Rabino Panigel como um homem de santidade "eletrizante", tal qual os patriarcas bíblicos.[3]

Milagres na Tunísia editar

Em 1863, Panigel partiu em uma missão para Marrocos e Tunísia, onde ficou conhecido como um homem exemplar, tendo até mesmo ganhado a reputação de "santo milagreiro". Era um ano de seca e fome na região. Chegando na Tunísia, os rabinos do local recorreram a ele para orar esperando chuva, e enquanto ele orava, o céu escureceu e começou a chover. O governador de Tunes, como reconhecimento, deu-lhe roupas bordadas como era costume dos ministros tunisianos.[4]

Em outro famoso incidente na Tunísia, um leão escapou do zoológico da cidade e estava aterrorizando os moradores. O próprio Rabino Panigel capturou o leão e, ao ser perguntado como ele fez isso, respondeu: "aquele que é justo e teme a D'us não precisa temer mais nada".[3]

Visita ao Vaticano editar

Em 1845, o Rabino Panigel fez uma viagem como emissário de Hebrom para a Itália, com a missão de conciliar comunidades judaicas italianas que estavam divididas. Cumprindo sua missão, isso chegou aos ouvidos do Papa Gregório XVI, que foi pessoalmente ao encontro de Panigel e o convidou a conhecer a Biblioteca Apostólica e outras relíquias do Vaticano.[1][2][5]

Referências

  1. a b Skolnik, Fred; Berenbaum, Michael (2007). Encyclopaedia Judaica: Nat-Per (em inglês). [S.l.]: Macmillan Reference USA 
  2. a b Gaon, Moshe David (2007). Os Judeus do Oriente na Terra de Israel, vol. 2. Jerusalém: [s.n.] p. 533 
  3. a b Week, Jew of the (10 de fevereiro de 2022). «Jew of the Week: Rabbi Panigel | Jew of the Week» (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2023 
  4. «חכם רפאל מאיר פאניז'ל : החכם היומי». www.hyomi.org.il. Consultado em 16 de novembro de 2023 
  5. «105 | Encyclopedia of the Founders and Builders of Israel». www.tidhar.tourolib.org. Consultado em 22 de novembro de 2023