Referendo sobre a independência da Geórgia em 1991

O Referendo sobre a independência da Geórgia em 1991 foi um referendo de independência realizado na República Socialista Soviética da Geórgia em 31 de março de 1991. Foi aprovado por 99,5% dos eleitores.[1]

Histórico editar

O referendo foi ratificado pelo Conselho Supremo da República da Geórgia, que foi eleito nas primeiras eleições multipartidárias realizadas na Geórgia Soviética em outubro de 1990, e foi dominado por um bloco pró-independência, Mesa Redonda - Geórgia Livre, liderado pelo dissidente da era soviética Zviad Gamsakhurdia. Tendo em sua maioria boicotado o referendo da união sobre a continuação da federação e as negociações sobre um novo tratado de união em 17 de março,[2] a Geórgia tornou-se a quarta república soviética, depois dos três Estados bálticos (Lituânia em 9 de fevereiro de 1991, Letônia e Estônia em 3 de março), a organizar um referendo sobre a questão da independência.[3]

A única questão do referendo foi: "Você apóia a restauração da independência da Geórgia de acordo com o Ato de Declaração de Independência da Geórgia de 26 de maio de 1918?" Os resultados oficiais mostraram mais de 99% a favor, com uma participação de 90,6% dos eleitores. [1] Devido à discórdia étnica em curso, a votação foi amplamente boicotada pela população não-georgiana da Abcázia e da Ossétia do Sul. [3][4]

Quatro dias após os resultados finais serem anunciados, o Conselho Supremo da Geórgia aprovou por unanimidade a declaração de independência no segundo aniversário da repressão do exército soviético aos protestos pacíficos em Tbilisi, em 9 de abril de 1989.[5][6]

O referendo coincidiu com uma visita privada do ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, que visitou algumas assembleias de voto na capital da Geórgia, Tbilisi, antes de sua partida para Moscou no mesmo dia. [7]

Resultados editar

Opção Votos %
Favorável 3.295.493 99.5
Contrário 16.917 0.5
Votos inválidos / em branco 13,690
Total 3.326.100 100
Fonte: Nohlen et al.

Referências

  1. a b Dieter Nohlen, Florian Grotz & Christof Hartmann (2001) Elections in Asia: A data handbook, Volume I, p394 ISBN 0-19-924958-X
  2. Although polling were opened in parts of Abkhazia and South Ossetia where the voters opted to remain in the renewed Union. Imogen Bell (2002), Eastern Europe, Russia and Central Asia, p. 171. Taylor & Francis, ISBN 1-85743-137-5.
  3. a b Cornell, Svante E., Autonomy and Conflict: Ethnoterritoriality and Separatism in the South Caucasus – Case in Georgia Arquivado em 2007-06-30 no Wayback Machine. Department of Peace and Conflict Research, Report No. 61. p. 163. University of Uppsala, ISBN 91-506-1600-5.
  4. Jonathan Wheatley (2005), Georgia from National Awakening to Rose Revolution, p. 64. Ashgate Publishing, Ltd., ISBN 0-7546-4503-7.
  5. Eastern Europe, Russia and Central Asia, p. 171.
  6. Suny, Ronald Grigor (1994), The Making of the Georgian Nation, p. 326. Indiana University Press, ISBN 0-253-20915-3.
  7. Soviet Georgians vote on independence. The Boston Globe, April 1, 1991.