Ricardo Rogério de Brito

futebolista brasileiro
 Nota: Se procura o outro zagueiro, que jogou por Botafogo, Vasco e Volta Redonda, veja Sandro Hélio Muller.

Ricardo Rogério de Brito, conhecido como Alemão (Lavras, 22 de novembro de 1961) é um ex-futebolista brasileiro.[1]

Alemão
Informações pessoais
Nome completo Ricardo Rogério de Brito
Data de nasc. 22 de novembro de 1961 (62 anos)
Local de nasc. Lavras, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Altura 1,80 m
destro
Apelido Alemão
Informações profissionais
Período em atividade 1980–1996 (16 anos)
Posição treinador (ex-volante)
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1980
1981–1987
1988
1988–1992
1992–1994
1994–1996
1996
Fabril EC
Botafogo
Atlético de Madrid
Napoli
Atalanta
São Paulo FC
Volta Redonda FC
00000 0000(0)
00062 0000(7)
00035 0000(6)
00093 0000(9)
00040 0000(2)
00034 0000(1)
00021 0000(1)
Seleção nacional
1983–1990 Brasil 00039 0000(6)
Times/clubes que treinou
2007
2008
2010
2011–2012
Tupynambás
América Mineiro
Nacional-AM
Central

Seu apelido "Alemão" era devido seu cabelo loiro[2] e recebido em sua passagem pelo Botafogo.[3]

Carreira editar

Fabril editar

Alemão começou a jogar futebol em 1980 com Fabril.[4]

Botafogo editar

Em 1981, transferiu-se para o Botafogo do Rio de Janeiro. Em 1981-1982 disputando apenas o torneio estadual, o Campeonato Carioca, sem disputar o primeiro escalão nacional; em 1983 voltou ao Campeonato Brasileiro[5], aparecendo em 15 ocasiões; também marcou seu primeiro gol, contra o Sergipe.[6]

Em 1985, ganhou da revista Placar a Bola de Prata como melhor volante do Campeonato Brasileiro daquele ano.[2]

Em 1984 ele marcou 2 gols em sete jogos; em 1985[7] disputou 18 partidas, com 1 gol. Em 1986 somou 21 partidas e marcou 3 gols.

Atlético de Madrid editar

Em 25 de março de 1987, Alemão foi contratado pelo Atlético de Madrid.[8] Graças às suas boas atuações, foi premiado com o "Don Balón" de 1988 como melhor estrangeiro da Liga Espanhola de Futebol.[2][9]

Apesar de ter jogado apenas uma temporada e meia (entre 1987 e 1988) no Rojiblanco, Alemão deixou amostras no Vicente Calderón de sua grande qualidade. O recém-chegado à presidência Jesús Gil não quis o jogador no time.[10]

Encerrou sua passagem pelo Atlético marcando 6 gols em 35 jogos, e conquistou o Troféu EFE como melhor jogador do Sulamericano e Jogador Estrangeiro do Ano da La Liga em 1988.

Napoli editar

Alemão se mudou para o Napoli em 1988, contratado pelo presidente Corrado Ferlaino[2] por 4,6 bilhões de liras, no qual atuou ao lado de Diego Maradona e Careca.[11]

Com o time napolitano, após a primeira temporada marcada por uma lesão que limitou seu desempenho, conquistou a Copa da UEFA em 1989[12][13], marcando um gol na final de volta em Stuttgart[2], o Scudetto (campeonato 1989-1990) e a subsequente Supercopa da Itália (1990).[14]

Em 8 de abril de 1990 foi protagonista de um episódio relevante para a conquista do campeonato: sua equipe estava de fato empatando por 0 a 0 no campo do Atalanta, quando foi atingido na cabeça por uma moeda de 100 liras lançada da arquibancada, resultando na vitória por 2 a 0 para os napolitanos, que haviam encerrado a partida empatados dentro de campo.[15]

Em quatro anos pelo Napoli, o camisa 5 faria 93 jogos e nove gols pela Serie A.[2]

Atalanta editar

No verão de 1992, Alemão se transferiu para a Atalanta, treinada por Marcello Lippi, conquistando um novo papel para si; o de defesa-central ao lado de um muito jovem Paolo Montero, estreante no Campeonato Italiano. Naquele ano, a Atalanta foi arrastada pelos gols de Maurizio Ganz, terminando em oitavo lugar[16]. Alemão fez 22 jogos naquele Campeonato.[16]

No ano seguinte algo deu errado, e Alemão somou apenas 18 jogos e a Atalanta terminou o campeonato no penúltimo lugar, regressando assim à Série B[2].[16][17]

Encerrou sua passagem pelo Nerazzurri marcando dois gols em 40 jogos em 1994.

São Paulo editar

Alemão retornou ao futebol brasileiro em 1994 para jogar no São Paulo e com a nova camisa fez sua estreia no dia 28 de agosto de 1994 contra a Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro.

Alemão jogou duas temporadas com São Paulo, para um total de 77 jogos (31 vitórias, 23 empates e 23 derrotas) e fez 2 gols.[1][18]

Volta Redonda editar

Alemão foi contratado pelo Volta Redonda em 1996.[19]

Após 21 jogos e um gol marcado, Alemão deixou o Voltaço e encerrou sua carreira como jogador profissional.[20]

Seleção Brasileira editar

Alemão jogou 39 vezes pela Seleção Brasileira[2] entre junho de 1983 e junho de 1990, marcando 6 gols[1], e representou o Brasil na Copa do Mundo de 1986[21] e na Copa do Mundo de 1990.

Alemão fez sua estreia na seleção em 17 de março de 1983, em amistoso contra a Suíça.[22] Em 25 de abril de 1985, em sua segunda internacionalização, ele marcou contra a Colômbia, ajudando o Brasil a uma vitória por 2–1.[23]

Copa do Mundo de 1986 editar

Na Copa do Mundo de 1986 no México, Alemão foi titular do Brasil e disputou todas as partidas. Ele jogou em uma formação 1-3-4-2 ao lado de Sócrates na meia direita. O Brasil chegou às quartas de final com quatro jogos sem sofrer golos, mas perdeu para a França nos pênaltis; Alemão converteu o pênalti para o Brasil.[24]

Copa América de 1989 editar

Alemão disputou a Copa América de 1989, jogando as 5 partidas e conquistando o título continental ao final do torneio.

Copa do Mundo de 1990 editar

Na Copa do Mundo de 1990 na Itália, o Brasil teve escalação semelhante à 1986, com o Alemão jogando ao lado de Dunga na mesma posição. Aqui também Alemão foi titular em todos os jogos do Brasil.[25] Ele jogou sua última partida pela Seleção Brasileira em 24 de junho de 1990, quando seu time foi derrotado pela Argentina nas oitavas de final da Copa do Mundo.[1]

No lance que originou o gol de Caniggia que eliminou o Brasil, Alemão foi facilmente driblado por Maradona no meio-campo e acusado de ter aliviado para o companheiro de clube.[2]

Treinador editar

Após trabalhar como procurador de jogadores profissionais, em 2007 ele estreou como técnico profissional do Tupynambás Futebol Clube de Juiz de Fora[1] na segunda divisão do Campeonato Mineiro.

Em 2008, foi contratado pelo América Mineiro para disputa do módulo II do Campeonato Mineiro e conquistou o acesso para a primeira divisão.[1]

Treinou o Nacional, do Amazonas, na disputa do Campeonato Amazonense e da Copa do Brasil de 2010.

Em 31 de outubro de 2011, assumiu o comando técnico do Central.[1][26]

Títulos editar

Napoli
São Paulo
Botafogo
  • Torneio 23° Aniversário de Brasília: 1983
  • Phillips Cup: 1985
Seleção Brasileira

Como Treinador

América MG
  • Campeonato Mineiro Módulo II de 2008

Referências

  1. a b c d e f g «Que fim levou? ALEMÃO... Ex-volante do Botafogo, São Paulo e Napoli». Terceiro Tempo. Consultado em 3 de setembro de 2023 
  2. a b c d e f g h i «As glórias de Alemão, parceiro de Maradona no Napoli - Calciopédia». 5 de fevereiro de 2010. Consultado em 14 de agosto de 2023 
  3. «Alemao, c'era anche lui nel Napoli dello scudetto» (em italiano). corrieredellosport. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  4. «Alemão» (em inglês). sambafoot. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  5. Abril, Editora (14 de janeiro de 1983). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril 
  6. «Botafogo 3 x 1 Sergipe». futpedia. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  7. Abril, Editora (25 de janeiro de 1985). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril 
  8. «ALEMAO, EL ÚLTIMO DE VICENTE CALDERÓN» (em espanhol). Marca. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  9. «Alemão (1987-1988)» (em espanhol). indiosrojiblancos. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  10. «Alemao quiere al Atleti campeón, pero...» (em espanhol). mundo deportivo. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  11. Calciatori ‒ La raccolta completa Panini 1961-2012. [S.l.]: Panini 
  12. «Alemão: um dos heróis do Napoli de 89». Trivela. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  13. Abril, Editora (2 de junho de 1989). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril 
  14. «'Maradona fora de campo não tinha nada a ver com o jogador', diz Alemão». GE. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  15. «Alemao e la monetina. Napoli, 25 anni fa uno scudetto che fa ancora discutere» (em italiano). gazzetta. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  16. a b c «A passagem de Alemão pela Atalanta». Consultado em 14 de agosto de 2023 
  17. «ALEMÃO: Samba sì, ma con giudizio» (em italiano). storiedicalcio. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  18. «Alemão (ex-volante do Botafogo e São Paulo)». miltonneves. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  19. «ALEMÃO, Ricardo Rogério de Brito». Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  20. «Alemão». O Gol. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  21. Abril, Editora (14 de julho de 1986). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril 
  22. A história em seus pés. [S.l.]: Placar 
  23. Napoleão, Antonio Carlos. Seleção brasileira: 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad Editora Ltda. ISBN 85-7478-186-X. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  24. «Em 1986, França elimina o Brasil da Copa do Mundo nos pênaltis». GE. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  25. Enciclopédia do Futebol Brasileiro Lance Volume 1. Rio de Janeiro: Aretê Editorial S/A. p. 22. ISBN 85-88651-01-7 
  26. Caruaru, Por Tiago Medeiros; PE (23 de janeiro de 2012). «Achei! No Agreste de PE, agora técnico, Alemão sonha com Botafogo». globoesporte.com. Consultado em 14 de agosto de 2023 

Ligações externas editar