Rip van Winkle é um conto sobre um personagem homônimo, escrito por Washington Irving e publicado em 1819, baseado em contos germânicos que Irving conheceu, ouviu e aprendeu durante um período que passou na Europa. De acordo com Charles M. Skinner, no livro Myths and Legends of our Own Land, é a mais conhecida das lendas americanas.[1]

Estátua de Rip van Winkle em Irvington, Nova Iorque.

O conto foi escrito durante um período de Irving na Inglaterra e relata os tempos antes e após a revolução norte-americana. Conta que um homem, fugindo à sua esposa má, corre para uma floresta. Depois de muitas aventuras, põe-se a descansar sob uma árvore umbrosa e adormece.

Vinte anos depois, ele acorda e decide regressar à sua aldeia. Ele mete-se logo em dificuldades quando ovaciona George III, não sabendo, no entanto, que se tinha realizado a revolução e que já não se devia saudar a monarquia.

História editar

Um fazendeiro chamado Rip Van Winkle tinha um cachorro chamado Lobo, não gostava de trabalhar e vivia no bar. Um dia, para não ouvir as reclamações da sua esposa resolveu ir às montanhas, passou lá o dia todo com seu cachorro. Quando pensava em voltar, ele viu um anão subindo a montanha carregando um barril. Rip ofereceu ajuda ao homem e subiu com o barril nas costas, até um local onde havia vários outros homens jogando, até que um homem de barbas brancas fez Rip dormir.[1]

Após acordar, Rip procura sua arma, mas esta estava tão enferrujada que se desfez. Desceu a montanha de volta à cidade. Ele vai até sua casa e a encontra toda destruída, depois ele vai até o bar, procura os amigos, porém descobre que houve uma guerra e que muitos morreram. Ao perguntar sobre si mesmo, é apresentado a um jovem, muito semelhante a ele mesmo, que é o jovem Rip, filho de Rip van Winkle, que nunca havia voltado das montanhas, vinte anos atrás. Ele volta, então, para a casa de sua filha e não trabalha mais, por ser muito velho. Passou 20 anos dormindo e agora brinca com as crianças e conta sua história para os turistas.[1]

Legado editar

O termo "Rip Van Winkle" acabou se tornando sinônimo de uma pessoa que vive situação de mudança social, seja ela intencional ou não, mas que "congela no tempo". O personagem de Washington Irving acabou se tornando um marco daquilo que estagnou, que dormiu e acordou em dois períodos distintos, mas ainda permanece o mesmo. No caso, Rip confronta a mudança da Revolução Americana, dormindo numa colônia inglesa e acordando num país independente. Quando ele retorna para o vilarejo, nota que uma série de coisas estão diferentes, mesmo o boteco onde ele costumava passar boa parte do tempo havia mudado muito:

Tradução: "Ele reconheceu no letreiro, contudo, o rosto vermelho do Rei George, sob o qual fumara em paz tantos cachimbos; mas até isto fora particularmente transformado. O casaco vermelho trocado por um azul e bege, uma espada na mão ao invés de um cetro, a cabeça decorada com um tricórnio, e abaixo, pintado em grandes letras, GENERAL WASHINGTON."

Referências

  1. a b c Charles M. Skinner, Myths and Legends of our Own Land (1896), The Hudson and its Hills, Rip van Winkle [em linha]