Rutelinae é uma subfamília de besouros, tradicionalmente classificados na família de escaravelhos Scarabaeidae, conhecidos como carocha ou carochinha, entre outros nomes.[1] Os adultos de Rutelinae são todos herbívoros, se alimentando de diversas partes vegetais.[2][3][4] As larvas também são herbívoras ou comem matéria orgânica vegetal em decomposição.[3][2] Algumas espécies são consideradas pragas de lavouras.[1][2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRutelinae
Espécies da subfamilia Rutelinae.
Espécies da subfamilia Rutelinae.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Infraordem: Scarabaeiformia
Superfamília: Scarabaeoidea
Família: Scarabaeidae
Subfamília: Rutelinae
MacLeay, 1819
Tribos

Ocorrem em todos os continentes, com cerca de 4.197 espécies e 235 gêneros identificados no mundo até 2016.[3][2] A maioria ocorrem em zonas tropicais, sendo que no Brasil são registradas 433 espécies e 58 gêneros, por volta do ano 2016.[2]

Mudanças na Classificação editar

Recentemente, em 2015, pesquisadores que são autoridade no estudo de escaravelhos consideraram que Rutelinae deve ser uma subfamilia de um grupo de besouros reclassificado por eles, chamado de Melolonthidae.[4][2][3]

Características editar

 
Rutela lineola, espécie de Rutelinae muito comum no Brasil

Identificação editar

Além de apresentam as características típicas da família dos escaravelhos, os Rutelinae se diferenciam de outras subfamillias de Scarabaeidae por terem as garras de tamanho diferentes das patas do meio e de trás (chamadas mesotarso e metatarso), entre outras características.[1]

Os Rutelinae são escaravelhos que não apresentam chifres, como ocorre com Scarabaeinae e Dynastinae.[1]

Muitas espécies são bastante bonitas, com manchas coloridas pelo corpo ou cores metálicas,[2] como as dos gêneros Chrysina. No entanto, outras tenham cores menos chamativas, marrons e cinzas. Podem medir de 3 milímetros até 6 centímetros.[2]

Importância editar

Certas espécies de Rutelinae são polinizadoras importantes para determinadas espécies de plantas[3] e, além disso, as larvas de Rutelinae atuam na reciclagem de nutrientes dos ecossistemas, pois se alimentam de matéria em decomposição.[3]

Algumas espécies, no entanto, como AnomalaLeucothyreus, entre outras, são consideradas pragas, pois as larvas comem raízes de plantações de milho, sorgo, gramíneas e palmeiras.[2] Em outras espécies, como Popillia japonica, os adultos também causam danos às lavouras.

No Equador, a espécie Platycoelia lutescens é comida típica da região de Quito, sendo uma caso típico de entomofagia.

Alimentação editar

Os Rutelinae quando adultos consomem diversas partes de plantas, incluindo flores, pólen, frutos e folhas.[3] Já as larvas são herbívoras ou saprófitas (se alimentam de matéria orgânica vegetal em decomposição, como madeira podre ou serrapilheira, que é uma camada de folhas mortas comum no chão das florestas).[3]

Ciclo de vida editar

Como todos os besouros, apresentam metamorfose completa, com os estágios de ovo, larva, pupa e adulto.[1] As larvas vivem no solo ou onde haja matéria orgânica em decomposição (madeira apodrecendo por exemplo) e os adultos são encontrados sobre plantas, onde se alimentam, já que são herbívoros.[2]

 
Ciclo de vida do besouro Rutelinae, da espécie Popilia japonica.


Diversidade de espécies editar

Abaixo segue uma amostra da diversidade Rutelinae.

Referências

  1. a b c d e José Albertino, Rafael; et al. (2012). Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Ribeirão Preto: Editora Holos. pp. 810pp.
  2. a b c d e f g h i j Bravo & Calor (2016). Besouros rutelíneos: beleza escondida no Semiárido (Capítulo 11). Livro Conhecendo os artrópodes do Semiárido. [S.l.]: Métis. pp. 111–119 
  3. a b c d e f g h Ferreira; et al. (2018). «A checklist of Rutelinae MacLea y, 1819 (Coleoptera, Melolonthidae) of Bahia, Brazil». Biota Neotrop. vol.18 no.2 Campinas. Consultado em 7 de janeiro de 2018 
  4. a b Cherman, M.A.; Morón, M.A. (2014). «Validación de la família Melolonthidae Leach, 1819 (Coleoptera: Scarabaeoidea)». Acta Zoológica Mexicana 30, 201– 220. Consultado em 7 de janeiro de 2019